sábado, julho 30, 2005

Nem só de ópera

Uma das novidades que têm aparecido na Internet é o conceito de Podcasting. Quem ainda não é familiarizado com a palavra, o link está ligado à Wikipedia, em português, que dará uma visão a respeito do assunto. Não há necessidade portanto de repetir aqui o que lá vai escrito.

Em minhas pesquisas, sobre outros blogs que falassem de música clássica, sempre fico alerta às boas surpresas que a Internet nos prepara. Assim é que me deparei com um blog, o Music Perspectives, onde seu autor, Ed Justen, nos brinda com um Podcast onde se propõe a apresentar semanalmente um programa sobre uma peça musical que ele escolha. Ontem e hoje, me dediquei a ouvir Ed e achei sensacional a iniciativa.

Ao clicar no título de cada post haverá uma análise e a audição de uma música. Explicações de como assinar o Podcast para os que quizerem baixar automaticamente para os seus computadores os feeds, também são fornecidas pelo autor, na coluna da direita, logo abaixo da foto.

Tomo pois a liberdade de sugerir a vocês que visitem o blog e escutem de uma maneira moderna, não há necessidade de novos equipamentos, a análise de uma peça musical clássica, de uma maneira diferente e moderna.

Qualquer "media player", Windows Media Player, RealPlayer, Winamp entre tantos, é suficiente para a audição. Certamente seu computador terá um ou mais desses programas instalados. Todos são gratuitos e bem parecidos nas suas características, a escolha é sua.

O Music Perpectives é mais um dos blogs que vai para a minha sessão "Blogs que eu gosto".

Bom fim de semana!

Jacques

PS: Depois de ler e reler, como sempre faço, meu post de hoje, fica a sensação de que faltou algo a dividir com vocês. É verdade, nos últimos tempos apareceu um novo programa que merece nossa atenção. o iTunes da Apple. Como sua origem diz, é a criadora do iPod, fenômeno de vendas nos últimos tempos e sucesso mundial. De uma forma ou de outra, o iPod, ou um seus clones, estará presente em nossas vidas., mais cedo ou mais tarde. O conceito que está por trás dessa idéia, uma loucura, um "gadget" para os amantes da música que promete tocar todas e cada uma das suas músicas prediletas quando quisermos. Ainda é caro, para nós brasileiros, mas é um sonho de consumo que poucos resistirão. Imagine um aparelho do tamanho de um maço de cartas, resisto ao fato de ser parecido com um maço de cigarros, que carregue o equivalente a dias (ou semanas) do tipo de música de você adora. Minha experiência, tenho mais de sete dias de música contínua e não preciso repetir nada, nenhuma faixa, e ainda posso colocar mais parte da minha discoteca que ainda sobrará espaço para muitos podcasts . O iTunes faz a interface entre CDs, estações de rádio, arquivos mp3 ou wma, podcasts, fotos e o que mais vier por aí. De quebra ainda cuida de seus arquivos de imagem, o QuickTime. Vale a pena dar uma olhada no site, afinal a Apple é a vanguarda desse segmento. Para os que quiserem pesquisar sobre os aggregators, visitem o iPodder ou o Doppler , entre outros.
(Editado em 30/07/2005 às 17:00hs.)

sexta-feira, julho 29, 2005

Händel - Rinaldo

Neste domingo, 31 de Julho, às 15:00hs, a Cultura FM de São Paulo vai irradiar a ópera Rinaldo de Händel.

O anúncio:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas
HAENDEL - Rinaldo. Solistas: Cecilia Bartoli, Bernarda Fink, David Daniels, Gerald Finley, Luba Organasova, Daniel Taylor. Academy of Ancient Music. Reg.: Christopher Hogwood.

Quem já leu anteriormente, onde eu dizia que Bartoli é, sem dúvida, um dos mais completos sopranos da atualidade, há de me desculpar a repetição. Outra repetição, após se firmar nos papéis mais ligeiros, mais cômicos e mais populares do repertório, Bartoli "descobre" seu talento para interpretar papéis mais maduros, mais difíceis. próprios de quem não está procurando o sucesso fácil, o aplauso do público. É pela grande voz e pela grande atriz, que se descobre o grande desafio de interpretação que Bartoli se impõe.

O repertório de Bartoli é impressionante e, mais uma vez, ela nos surpreende com uma atuação belíssima nessa ópera de Händel, ópera antiga, difícil, que passou um bom tempo "na prateleira" à espera de bons cantores, boa orquestra e ótimo regente que encarassem a difícil missão de tornar pública essa bela obra, para gáudio dos apreciadores da boa música. É um prazer tornar a ouvir toda essa juventude de Bartoli, uma juventude madura num repertório de período clássico, um soprano que toma o desafio de cantar uma ópera do início do século XVIII (1711) no final do ano 2000, às portas do século XXI.

Rinaldo

Ópera em três atos de Georg Friedrich Händel, libreto de Giacomo Rossi com base em Aaron Hill. Estréia em Haymarker, Londres, 24 de Fevereiro de 1711 (7 de Março no calendário moderno).

Personagens:

Goffredo, general do exército cristão (contratenor ou contralto)
Almirena, sua filha, noiva de Rinaldo (soprano)
Rinaldo, herói cristão (mezzo-soprano)
Eustazio, irmão de Gofredo (contralto)
Argante, rei de Jerusalém e amante de Armida (baixo)
Armida, feiticeira, rainha de Damasco (soprano)
Um mago cristão (baixo)
Um arauto (baixo)
Uma sereia (soprano)
Duas sereias (sopranos)

É interessante notar que à época de Händel, os cinco primeiros papéis masculinos acima foram cantados por castrati e quatro deles também por mulheres. Sobre esse assunto falaremos em outra oportunidade.

Ato I

Os cruzados sitiam Jerusalém e, na expectativa da vitória de seu general, Goffredo promete a mão de sua filha, Almirena, ao herói Rinaldo, que a ama e é correspondido. Um arauto sarraceno anuncia que Argante, rei de Jerusalém, solicita audiência com Goffredo. Anunciado por trompetas e tímpanos e precedido por suas tropas em parada espetacular, Argante entra e pede uma trégua de três dias (ária "Sibilar gli angui d'Aletto").
Goffredo aceita sem hesitar e Argante, mais confiante nos estratagemas de Armida (por cujos encantos confessa suspirar, numa breve ária) que na força das armas de suas tropas, se rejubila com o resultado de sua iniciativa.
Conduzida numa carruagem puxada por dragões, entra Armida, que invoca as Fúrias numa bela ária com a indicação furioso. Ela faz ver a Argante que só a eliminação de Rinaldo permitirá derrotar os cruzados e anuncia que tratará ela mesma de tirar o herói do caminho.
Numa paisagem idílica, Rinaldo e Almirena trocam juras de amor ("Angeletti, che cantate"). O casal entoaum delicioso dueto mas, subitamente, surge Armida que, com a ajuda de seus poderes sobrenaturais seqüestra Almirena. Rinaldo queixa-se tocantemente ("Cara sposa") de ser incapaz de intervir.
Goffredo e Eustazio chegam, lamentam a infelicidade que se abateu sobre eles mas manifestam, numa ária cheia de jovial otimismo, a esperança de que um amigo cristão poderá ajudá-los. Rinaldo recobra a confiança e, numa ária rápida de grande virtuosidade, ("Venti turbini, prestate") jura vingança.

Ato II

Uma embarcação está ancorada na praia, tendo ao leme um espírito sob a aparência de uma linda mulher. Sedutores cantos enchem a noite e, ao chegar, acompanhado de Goffredo e Eustazio, Rinaldo é convidado a embarcar para ser levado a Almirena. Horrorizado ao ver que o herói aparentemente se deixa seduzir pelos encantos de uma sereia, esquecendo seus deveres de guerreiro, Goffredo não compreende que a partida de Rinaldo tem por objetivo precisamente salvar a sua filha, e tenta detê-lo.
No palácio de Argante, Almirena não dá ouvidos às declarações de amor do rei e continua lamentando a sua condição de prisioneira. Sua ária "Lascia ch'io pianga", uma das mais belas de Händel, foi extraída de uma sarabanda de uma de suas óperas anteriores, Almira, de 1705 (Quase todos conhecem e já ouviram essa ária, verdadeiramente uma jóia musical).
Quando Rinaldo chega, é imediatamente interceptado por Armida, que também se apaixonou pelo cavaleiro cristão e, para seduzí-lo, toma a aparência de Almirena. Rinaldo está a ponto de ceder à tentação mas algo o retém. Sua ária de bravura ("Abbruggio, avampo, e fremo") é seguida de um acesso de cólera de Armida, furiosa porque ele não sucumbe às suas carícias mas é incapaz de invocar as Fúrias contra um homem que ama. A introdução largo é toda ternura e fervor mas, na breve seção intermediária (presto) ela rivaliza com a virtuosidade de Rinaldo.
Entra Argante, que julga estar falando com Almirena, e reitera seus protestos de amor, prometendo libertá-la do jugo de Armida. Quando a feiticeira readquire a sua aparência, irrompe em violenta altercação com seu antigo amante e jura numa esplêndida ária ("Vo' far guerra") retirar a proteção que lhe tem dado.

Ato III

Vê-se Goffredo ao pé de uma montanha em cujo pico se ergue o castelo mágico de Armida, guardado por monstros. Os monstros rechaçam a primeira investida dos cristãos, mas, o mago promete liberar Rinaldo e a filha de Goffredo, entregando-lhe varinhas mágicas que o ajudarão a quebrar o feitiço de Armida.
No jardim do palácio, Armida planeja matar Almirena. Rinaldo chega a tempo de impedí-la e está pronto a trespassar a feiticeira com sua espada quando intervêm as Fúrias, salvando-a. Chegando, Goffredo consegue, com o auxílio das varinhas mágicas, fazer desaparecer o castelo, surgindo um deserto ao fundo do qual se divisa a cidade de Jerusalém. É a vitória para os cristãos, celebrada com convicção por Rinaldo. Armida e Argante assistem ao desfile de suas tropas (Marcha) celebrando num dueto sua reconciliação e a batalha que se prepara.
Goffredo, Almirena e Rinaldo se rejubilam por estarem livres do feitiço de Armida; cantada em uníssono com o violino, a ária "Bel piacere", é de encantadora beleza e leveza. Eustazio convoca os três à tarefa que os aguarda, e é a vez das tropas cristãs marcharem diante de seu comandante, ao som de uma arrebatadora melodia, com tambores e trompetes, já ouvida em ópera anterior de Haendel, Ópera do Mendigo. Tímpanos e trompetes igualmente acompanham a virtuosísitica proclamação de Rinaldo ("Or la tomba"), logo seguindo-se a batalha, marchas e contramarchas de ambos os lados, até que a intervenção do herói decide o resultado. Feitos prisioneiros, Argante e Armida são perdoados e convertidos ao cristianismo (Händel mudou esse desenlace na versão de 1731, Armida e Argante descem aos infernos ao invéz de se converterem ao cristianismo). Rinaldo pode agora desposar Altamira e um coro final louva a virtude.

Jacques

Baseado numa sinopse extraída do The New Kobbe's Opera Book

terça-feira, julho 26, 2005

Album de Viagem - VII


Teatro de Marionetes - Praga

A ópera está onde menos esperamos, Don Giovanni de Mozart em marionetes.

Pela ordem, da esquerda para a direita, Leporello, Don Giovanni, Donn´Elvira e Don Ottavio.

Reparem que acima dos bonecos pode-se distinguir as mãos de um dos animadores. A verdade é que não há preocupação em esconder que é uma representação de marionetes. O trabalho dos animadores faz parte integrante da performance. O bom é que havia muitas crianças na platéia, desde cedo elas se acostumam à boa música.

Jacques

quinta-feira, julho 21, 2005

O Franco Atirador (Der Freischütz) - Carl Maria von Weber

Domingo, às 14 horas, a Radio Cultura de São Paulo apresentará a ópera O Franco Atirador de Weber.

SINOPSE

O Franco Atirador (Der Freischütz) de Carl Maria von Weber, ópera em três atos, libreto de Friedrich Kind. Estreou em Berlim em 18 de Junho de 1821.

Elenco:

Ottokar, Duque da Bohemia (Barítono)
Kuno, Chefe da Guarda Florestal (Baixo)
Agatha, a filha de Kuno (Soprano)
Ãnnchen, uma jovem prima de Agatha
Casper e Max, guardas florestais (Baixo e Tenor)
Samiel, guarda florestal negro ( Narrador)
Um ermitão, (Baixo)
Killian, um camponês rico (Tenor)
Uma dama de honra, (Soprano)

Ato I

O jovem guarda florestal Max ama Agatha e deverá ser o sucessor de Kuno, o chefe da guarda florestal. Um teste de habilidade em tiro ao alvo deverá ser realizado e a prova será realizada no dia seguinte. No teste de tiro Max falha e o jovem camponês Killian é proclamado o "Rei dos Atiradores".

Como Max, por vários dias está numa maré de má sorte, ele cai fácilmente sob a influência de Casper, que também ama Agatha, que o persuade a moldar alguns projéteis mágicos a serem usados no teste. Casper, cuja alma ao amanhecer do dia seguinte deverá ser possuída pelo diabo, pelo sacrifício de Max, espera conseguir mais três anos de graça.

Deixado só, Max, pensando que perderá Agatha caso venha a perder a competição de tiro, mergulha em profunda melancolia. Casper com argumentos bizarros tenta passar coragem a Max.

Ele entrega a Max a sua arma carregada com os projéteis mágicos e, para seu próprio espanto, Max mata uma águia voando a grande altitude. Este resolve seguir Casper e à meia noite, em meio a uivos de lobo, começa a moldar as balas mágicas para que possa ganhar o torneio.

Ato II

No quarto de Agatha. Agatha está imersa em tristes premonições. Ela canta o seu encontro com um eremita na floresta, este lhe diz que em caso de algum perigo que a ameace ela seria protegida por sua grinalda nupcial. No momento que Max atira com seus projéteis mágicos, a figura de um ancestral de Agatha preso a um muro lhe cai ao chão, feriando-a levemente. Energicamente, a viva Ânnchen a reprime. Agatha, em seu delírio, ainda mais perturbada, é confortada por Ânnchen que a encoraja com zombarias.

Agatha, só, espera Max com notícias de seu sucesso, que ela decide interpretar como como um presságio favorável.

Max chega, ele dá a notícia de que ele não foi o vencedor e explica que ele matou um cervo, que trará este à noite, da gruta dos lobos. Apesar das súplicas de Agatha e Ânnchen, Max parte.

Mudança de cena: Na gruta dos lobos, à noite. Casper pede auxílio ao guarda florestal negro e prepara a fundição das balas mágicas.Max chega mas é advertido pelo espírito da sua mãe para abandonar o projeto. Samiel faz aparecer a imagem de Agatha, representando-a como afogada em desepero pelo sucesso doentio de Max. Em consequencia Max pula na gruta e com um barulho demoníaco a fundição dos projéteis inicia-se.

Ato III

No quarto de Agatha. Agatha está rezando. Suas dúvidas voltaram, seus sonhos se misturam com as suas premonições, Ânnchen a conforta com piadas e canções. A dama de honra chega com a sua grinalda. Quando Ânnchen abre a caixa, no entanto, o que se vê é uma mortalha o que leva Agatha ao desespero. Ela se conforta no entanto pela promessa do ermitão que lhe havia prometido que ela seria protegida pela sua grinalda.

Mudança de cena: Encontro dos atiradores. Max dá seis tiros com sucesso e Casper sorri em triunfo, sabendo que o sétimo disparo será guiado pessoalmente pelo Diabo.

Mudança de cena: O torneio de tiro. O Duque Ottakar aguarda Max em sua tenda. Max deve agora atirar numa pomba. Enquanto ele mira, Samiel, o guarda florestal negro aparece para guiar o projétil e faz com que Max atire em Agatha, que aparentemente é ferida. A sua grinalda, no entanto, desvia o projétil e ela revive. Casper vendo-a ao lado do ermitão, vê que falhou. Samiel investe contra Casper ao invéz de ir de encontro a Max, enquanto Casper expira com uma praga em seus lábios. O Duque Ottakar ordena que o corpo seja jogado na gruta dos lobos, no entanto escuta as explicações de Max e é tocado por seu próprio arrependimento e pelas preces do ermitão. Um ano de teste é então proposto, o prêmio do torneio de tiro é abolido e é prometido que, após esse período de expiação, o próprio Duque colocará a mão de Agatha na mão de Max.

Jacques

quarta-feira, julho 20, 2005

Mais uma fonte de informação: "Discover Opera"


Que tal a sensação de ver a Ópera por dentro?

É assim que vamos nos sentindo à medida que vamos nos aprimorando em nosso aprendizado.

Dizer que fulano ou sicrano "entende de ópera" é sinônimo de dizer que essa pessoa entende de ópera mais do que a gente. A verdade é que nosso aprendizado nunca termina. Talvez esse hipotético nosso conhecido, saiba mais do que nós sobre determinada peça, sobre determinado autor, cantor ou coisa parecida. De uma maneira ou de outra, todos nós, nos ressentimentos de falta de informações, o que nos é suprido por leituras, por consultas ou por aprendizado "ao vivo".

Assim, aos poucos, vamos nos tornando mais íntimos, mais confiantes e mais à vontade. De repente nos pilhamos dando opiniões, dividindo conhecimentos, trocando informações, enfim, passamos a olhar a ópera como uma manifestação familiar. Passamos a olhar a ópera "por dentro".

Apesar de toda essa nova condição de amantes do gênero, não podemos transigir na necessidade de continuarmos estudando, nos aprimorando, experimentando novos conhecimentos.

Um dos teatros mais populares e mais conhecidos mundialmente, o Metropolitam Opera Theatre of New York, o Met, como é conhecido pelos novaiorquinos, tem uma parte de seu site denominado Discover Opera. O site é bem acessível, tendo inclusive algumas sinopses de ópera traduzidos para o português.

Vale a pena dar uma conferida. Apesar do site ser bastante grande, o único defeito é que lá constam as mais famosas e as mais executadas óperas, em detrimento das mais raras. A opção que seus mantenedores escolheram foi, a de colocar as informações sobre as óperas que constam de seus programas anuais, o que, traduzindo em miúdos, quer dizer que as sinopses lá existentes se referem às óperas executadas nos últimos anos, talvez uns dez anos.

Apesar dessa ressalva, o site é dos mais informativos e importantes sobre o assunto.

Jacques

segunda-feira, julho 18, 2005

Mais um site sobre ópera


Uma das mais importantes editoras fonográficas e de vídeo, a Naxos, especializada em música clássica de todos os tipos, tem um site bastante amplo com informações preciosas sobre educação musical dos mais variados gêneros de música.

Se vocês forem dar uma olhada na barra lateral esquerda, acharão os seguintes ítens:

Introduction to Classic Music

A Z Opera


Classic Music Experience

How to Enjoy a Live Concert


Glossary

Useful Links


Em cada um dos casos eu coloquei um link que permite acesso direto à página. A única exceção é, talvez, o link mais interessante. Trata-se de um livro inteiro sobre a música clássica, escrito por um "leigo" como se auto intitula o autor, Julius H. Jacobson II, o que é, no mínimo, excesso de modestia. O motivo é que, para se ter acesso à obra, é necessário fazer um cadastro de seus dados pessoais. Nada de perguntas difíceis, nome, endereço e outras informações corriqueiras. Vale a pena investir uns poucos minutos para ter acesso ao texto. Mais, o cadastro dá acesso também a faixas de CDs. Muito interessante.

No nosso caso, falando de ópera, aconselho a consulta ao excelente conteúdo da A Z Opera, sinopses, autores e libretos além de um apanhado histórico na introdução.

Aproveitem!

Jacques

domingo, julho 17, 2005

Alguns sites sobre óperas



É sempre útil ter à mão fontes de referência quando falamos de ópera. A verdade que é tão amplo o espectro que de compositores, cantores, orquestras, peças e assim por diante, que nos é impossível trafegar por esse universo sem fontes de informação.

Infelizmente para nós brasileiros, são poucos os sites que trazem essas informações. A par de um ou outro livro traduzido para o português e o esforço de poucos abnegados que publicam seus livros, poucas são as fontes a que podemos recorrer.

A bem da verdade, a única publicação extensiva sobre o assunto, em português, é o Kobbe O Livro Completo da Ópera, editado pela Jorge Zahar Editor. Daí a importancia de se conhecer mais algumas fontes de informação sobre o assunto.

Diferentemente dos filmes, o enredo da ópera é conhecido a priori. Daí a importância dos programas que se vendem quando das récitas, a explicação que precede a irradiação das óperas nas radios e assim sucessivamente.

Por tudo isso, é importante contar com meios subsidiários para que possamos nos informar mais a respeito daquilo que ouvimos e gostamos. É comum ouvirmos árias, trechos de ópera, que nos aguçam a curiosidade, daí a necessidade de termos à mão sites que nos informam sobre o assunto. Por vêzes perdemos a explicação inicial e ficamos sem meios de localizar a obra no seu devido contexto ou de conhecer detalhes sobre o que vemos ou escutamos. É como entrar no cinema, no meio de um filme, e sair sem ver a parte que faltou.

Se é fácil colocar as palavras chave num site de busca sobre o Google, por exemplo, mais difícil é saber separar a enxurrada de informações que recebemos da real informação que necessitamos. Daí a utilidade de termos à mão meia dúzia de sites especializados, ainda que em outra língua, que abreviam a nossa pesquisa por título, papel, compositor ou qualquer outro critério de pesquisa.

Apesar de termos citado aqui um ou outro site, tentaremos colocar aqui, aos poucos, mais algumas fontes de informação sobre o assunto.

Nossa indicação para hoje: AllAboutOpera.com. O site é uma das boas fontes de informação que existem na Internet. Espero que apreciem.

Jacques

sábado, julho 16, 2005

Album de Viagem - VI



De Helsinki a Pôrvo - Finlândia - Todos a bordo da Maria Fumaça!

Uma viagem ao passado, a velha locomotiva ainda resfolega no percurso de Helsinki a Pôrvo. Apesar da idade, a velha locomotiva, movida a lenha, ainda faz o percurso entre as duas cidades em nome da tradição e orgulho de um povo pelas suas tradições.

Jacques

sexta-feira, julho 15, 2005

Album de Viagem - V


Gruta de Pech Merle - Figura de Bisão - Mulher

Esta figura de um bisão, que também se especula ser uma silhueta feminina, foi datada pelo método do Carbono 14 e tem cerca de 20.000 anos! Dentre todos os desenhos que vi, nesta e em outras grutas da região, este foi um dos que mais me impressionou. Foi feito por um de nossos antepassados, o homem de Cro Magnon.

É muito interessante a visita dessas grutas que se encontram no sudoeste da França, no departamento de Lot, perto da cidade de Cabreret. Para que esses desenhos se preservem para as gerações futuras, o número de visitantes diários é muito limitado e as fotografias são proibidas.

Vale a pena conhecer o site de onde foi copiada a foto acima, o Centre de Préhistoire de Pech Merle.

Jacques

quinta-feira, julho 14, 2005

Só pode dar certo!


Ópera Estatal de Praga


Olá!

Recém chegado de uma viagem, tive a oportunidade de conhecer mais algumas salas de concerto aí por esse mundo tão grande. Sempre que podia, assim que chegava a uma nova cidade e antes de encostar o corpo que ansiava por um merecido descanso, lá ia eu ler todos os folhetos de concertos que conseguia na portaria do hotel.

É incrível de ver como a vida cultural da maioria das cidades por aí investe pesado na música clássica. É verdade também que o preço é muito salgado, ainda mais para os nossos padrões, mas, é gratificante ver o número de concertos que são levados pelos teatros que tive oportunidade de visitar ou, pelo menos, ficar sabendo que não poderia ir pois os ingressos já estavam esgotados há meses.

Chama também a atenção o número de pessoas que andam, para cima e para baixo, carregando seus instrumentos. E, pelo tamanho e formato das caixas, também chega-se à conclusão de que existe um número muito grande de instrumentos que são estudados e tocados. Mais ainda, todas as faixas etárias, desde o jovem até senhores (e senhoras), estão nesse mercado. Dá gosto de ver todas essas pessoas andando de trem, de metrô, de ônibus ou simplesmente à pé, indo e vindo pela cidade com seus pesados intrumentos.

Para citar a cidade que achei mais exuberante, Praga, na República Checa, há dezenas de concertos diários, dá para acreditar? Muitas igrejas e sinagogas se juntam às salas de concerto ou o teatro de ópera para dar, quase sempre, dois concertos por dia... Um à tarde, às 15 horas, e outro à noite, às 19 ou 20 horas. Eu vou repetir, e não achem que eu estou exagerando, são dezenas de concertos por dia.

Tive a felicidade de assistir à última audição da estação de óperas da temporada de 2004/2005 tendo assistido a Aída de Verdi. Isso por que em todos os dias anteriores, por alguns meses, houve apresentação de óperas diáriamente, cada dia uma ópera diferente, provávelmente uma dezena delas que se revezavam a cada noite... É de cair o queixo!

Dava gosto de ver a platéia, desde crianças na mais tenra idade até velhinhos, todos arrumadinhos, felizes de estarem presentes alí, naquele espaço, aplaudindo com muita vontade o excelente espetáculo que estávamos presenciando.

Ainda quando chegávamos ao teatro já dava para ver que a maioria vinha de metrô ou de ônibus, todos despreocupados e usando uma joinha ou um relógio, nada muito ostensivo, claro, mas dá para invejar a tranquilidade com que caminhavam pelas ruas. Igualmente, na saída, disciplinadamente, todos se dirigiam à estação de metrô ou de ônibus, alguns de carro, sem atropelos, sem atravessar fora das faixas ou o sinal vermelho, todos sorrindo, se cumprimentando, indo para suas casas sem nenhuma preocupação com segurança...

Dá para intuir que todos os envolvidos nesses concertos, os músicos, os cantores, os teatros todos têm lucro. Nós, o público, também. Dá para sentir que as crianças, desde cedo, são educadas a participar desses eventos e que certamente darão continuidade a essa manifestação tão importante da cultura.

Por oportuno, é lógico que ao lado da música clássica, existe também o público para os outros gêneros musicais. Ninguém é obrigado a gostar apenas de música clássica ou erudita, aliás, ambos os termos, a mim, parecem um pouco emproados. Todos os gêneros estão representados nessa farândola musical. Eu apenas me ative aos concertos de música clássica porque são os que me mais me atraem.

Os programas que acompanham cada um desses espetáculos eram meticulosamente confeccionados, dando todas as informações necessárias sobre a audição. Aprendi muito lendo esses programas. No caso da Ópera de Praga, o programa vinha em checo, inglês, francês e alemão. Disso falaremos em outra oportunidade...

Jacques

quarta-feira, julho 13, 2005

Dialogue des Carmélites - Sinopse



No próximo domingo, às 14:00hs a Radio Cutura FM de São Paulo e a Radio Mec do Rio de Janeiro transmitirão a ópera "Diálogo das Carmelitas" de Francis Poulenc.

O elenco será o seguinte:

Solistas: Denise Duval, Régine Crespin, Denise Scharley, Liliane Berton, Rita Gorr, Xavier Depraz, Paul Finel. Coro e Orquestra do Teatro Nacional da Ópera de Paris. Reg.: Pierre Dervaux.

Ópera em três atos de Francis Poulenc (1899 – 1963)., libreto de Emmer Lavey, com base no drama homônimo de George Bernanos , por sua vez inspirado num romance de Gertrude von Le Port e num roteiro do Padre Bruckberger e de Phillipe Agostini. Estreou no Teatro alla Scala de Milão em 16 de Janeiro de 1957.

Papéis:

Marques de la Force (barítono)
Chevalier de la Force, seu filho (tenor)
Blanche de la Force ( Irmã Blanche da Agonia de Cristo) filha do Marques (soprano)
Thierry, lacaio (barítono)
Madame de Croissy, (Madre Henriette de Jesus), a priora (contralto)
Irmã Constance de Saint Denis, jovem noviça (soprano)
Madre Maria da Encarnação, sub-priora (mezzo-soprano)
Monsieur Javelince, médico (barítono)
Madame Lidorne (Madre Maria de Santo Agostinho) e nova priora (soprano)
Madre Joana do Menino Jesus (contralto)
Irmã Matilde (mezzo-soprano)
O padre confessor do convento (tenor)
Primeiro Comissário (tenor)
Segundo Comissário (tenor)
Oficial (barítono)
Carcereiro (barítono)
Onze carmelitas (soprano, mezzo-soprano, contralto)


Sinopse

No convento carmelita de Compiègne e em Paris, entre abril de 1789 e o verão de 1792.

Ato I

Cena 1. Na biblioteca da residência do Marquês de la Force em Paris, abril de 1789. O marquês está repousando quando irrompe seu filho, o Chevalier de la Force, parece que há uma multidão concentrada na rua, e sua irmã ainda não voltou. O Marques fica extremamente agitado, lembrando-se que há 20 anos sua mulher grávida molestada pela multidão quando passava de carruagem, morreu ao dar a luz Blanche. O Chevalier por sua vez fica tanto mais preocupada por conhecer o temperamento impressionável e mesmo mórbido da irmã. Finalmente esta entra, dizendo apenas que vai se deitar pois está muito cansada dos serviços religiosos da manhã. Logo em seguida, ouve-se um grito no corredor, ela se assustou com uma lâmpada carregada por um criado. Este susto causa em Blanche mais que um simples temor momentâneo. Sem dar qualquer sinal de pânico, Blanche pede ao pai, formalmente, licença para recolher-se a um convento carmelita alegando que só assim uma criatura tão nervosa quanto ela poderia encontrar salvação.

Cena 2. No parlatório do convento carmelita em Compiègne, semanas depois, a velha priora interroga Blanche. Explica que está sentada por motivo de saúde. Quando Blanche se diz motivada pelas privações impostas pela ordem, a priora frisa que a oração é a única razão de ser das carmelitas. Pressionada por suas perguntas, Blanche acaba por romper em lágrimas. A priora assume uma atitude mais afável, perguntando-lhe se já havia escolhido o nome que adotará se for admitida pela ordem. “Irmã Blanche da Agonia de Cristo”, responde Blanche.

Cena 3. No convento, Blanche e Constance, agora noviças, ocupam-se de tarefas domésticas. Constance tagarela sobre a sua infância no campo, até que Blanche censure sua leviandade, lembrando que a priora repousa ali perto, gravemente enferma. Constance então propõe que ambas ofereçam sua vida a D’us para salvar a priora. Blanche rejeita a idéia, aterrorizada. Constance conta-lhe então, sem malícia, que sonhou que ambas morrerão juntas.

Cena 4. No leito de dor em sua cela, a priora está obcecada pelo medo da morte, a sub-priora, madre Maria da Encarnação, consola-a. A priora confia a seus cuidados a nova carmelita, Blanche, pela qual se sente particularmente responsável. Entrando para saudar a priora, Blanche é exortada a preservar sua inocência, mantendo sua cionfiança em D’us. O médico chega, a priora pede-lhe mais remédios para que tenha forças suficientes para despedir-se publicamente do cargo. Madre Maria suplica-lhe que pense apenas em D’us. A priora reage violentamente: “Quem sou eu, miserável como me sinto para pensar Nele? Que Ele pense primeiro em mim!” Tem então a visão de um altar profanado e da capela devastada. Madre Maria não consegue contê-la em sua atormentada agonia. Mader Maria manda avisar que as irmãs não mais poderão ver a priora pois esta perdera o controle da própria vontade. Blanche retorna, a priora tenta falar-lhe mas tomba morta.

Ato II

Cena 1. Na capela do convento. O corpo da priora está exposto em câmara ardente. Constance sai para buscar irmãs que a substituam na vigília. Blanche tenta orar em seu lugar mas acaba por se precipitar em direção à porta onde dá com Madre Maria. Ela tenta explicar-lhe mas Madre Maria a conduz à sua cela: que não fale de seu fracasso – amanhã ele a encherá de dor, hoje só pode inspirar-lhe vergonha.

Blanche e Constance levam flores ao túmulo da priora. Elas esperam que Madre Maria seja a escolhida para sucedê-la. Constance se interroga sobre o drama da velha priora no confronto com a morte, dir-se-ia que recebeu por erro uma morte não merecida, como alguém que pegasse um casaco errado no vestiário. Talvez alguém tenha, quando chegar o momento, morte melhor que a merecida.

Cena 2. No salão do cabido. Não foi Madre Maria a escolhida como nova priora, mas uma certa Madame Lidoine, de fora. Ela se dirige às freiras, numa ária, fazendo elogios à falecida exortando-as a se lembrarem a todo momento de seu dever, orar. Tudo o que possa afastá-las deste dever, até a alegria do martírio, deve ser evitado. Ela incumbe Madre Maria de concluir a alocução e num magnífico ensemble as freiras cantam uma “Ave Maria”.

Toca o sino na porta lateral, o Chevalier de la Force veio ver a irmã antes de ir para o exterior.

Cena 3. No parlatório do convento. Separados por uma tela e observados por Madre Maria, o Chevalier e a irmã se encontram. Ele a acusa de permanecer no convento por medo. Blanche não quer que ele se vá deixando esta impressão de raiva e incompreensão. É uma cena tensa e impressionante em que a música consegue transmitir as mudanças que se produziram em Blanche desde que entrou no convento.

Cena 4. Na sacristia do convento. O padre confessor acaba de dizer, segundo anunciou, sua última missa, os padres foram proscritos e ele deve esconder-se. Quando Constante pergunta retoricamente se não mais há homens na França, a priora responde: “Quando não houver padres suficientes, não faltarão mártires e o equilíbrio da graça será restabelecido.” Madre Maria diz então que é dever das filhas de Carmelo oferecerem suas vidas para que a França volte a ter padres. A madre superiora corrige-a com firmeza: não cabe a elas decidir se seus nomes serão inscritos entre os mártires. Retira-se e as freiras contemplam Madre Maria com estupor.

O sino volta a tocar violentamente, as freiras correm em todas as direções e uma malta enfurecida irrompe. Dois comissários anunciam que as freiras serão expulsas. Madre Maria tendo assumido a responsabilidade discute com o primeiro comissário que a chama à parte para confessar-lhe que foi sacristão e que ainda se considera um fiel servidor da igreja. Blanche toma nos braços uma imagem do menino Jesus mas a deixa cair e quebrar-se , aterrorizada, ao ouvir um súbito clamor da multidão.

Ato III

Cena 1. Na capela em ruínas, Madre Marisa, como a priora não se encontra, dirige-se às freiras na presença do padre confessor, propondo que façam juntas um voto de martírio para salvar a ordem. Ressalva com firmeza que a proposta será abandonada se o voto não for unânime. O padre confessor recolhe os votos e Madre Maria anuncia que apenas uma freira pronuncia-se contra. Imediatamente, Constance, para poupar Blanche de uma situação embaraçosa, declara que o voto foi seu e que vai retirá-lo para que a proposta seja unânime. Por serem as mais jovens, Blanche e Constance são as primeiras a fazerem o voto. Blanche, ao passar em frente ao padre confessor, aproveita a confusão para fugir.

No exterior do convento, um oficial cumprimenta as freiras que saem em roupas civis, por sua disciplina e espírito público, advertindo no entanto, que serão vigiadas. A priora tenta impedir que o padre confessor venha a celebrar missa, seria por demais arriscado para todos. Madre Maria reage com indignidade: como conciliar semelhante precaução com o voto que acabam de fazer? A priora responde que cada um é responsável diante D’us mas ela deve responder pela coletividade e ela já tem idade suficiente para saber o que faz.

Cena 2. Na biblioteca devastada do Marquês de la Force. Blanche, com roupas de camponesa, está cozinhando quando Madre Maria chega dizendo que veio buscá-la. Blanche recusa, responde que seu pai foi guilhotinado e que se encontra sozinha. Madre Maria dá-lhe então um endereço onde poderá sentir-se segura e onde estará à sua espera até a noite seguinte. Blanche afirma que não poderá ir mas Madre Maria mostra-se serenamente confiante.

Numa rua perto da fortaleza Da Bastilha, Blanche toma ciência que todas as freiras de Compiègne foram presas.

Cena 3. Na prisão da Conciergerie a priora tenta reconfortar as freiras após a sua primeira noite no cárcere. Daqui para frente, considera-se obrigada pelo voto de martírio embora tenha sido votado em sua ausência. Constance está convencida que Blanche voltará: foi um sonho que teve. O carcereiro anuncia a decisão do tribunal: morte para todas. A madre superiora, mais uma vez, toma o voto de obediência das freiras e as abençoa.

Numa esquina escura, o padre confessor comunica a sentença de morte a Madre Maria que se declara disposta a morre junto com as outras. O padre, no entanto, pondera que talvez essa não seja a vontade de D’us.

Cena 4. Na Praça da Revolução, o cadafalso é montado e a multidão assiste enquanto a madre superiora conduz seu pequeno grupo de 14 carmelitas. Cantando o “Salve Regina” elas sobem uma a uma no cadafalso e a cada vez que a guilhotina cai há uma voz a menos no coro. Quando já está sozinha, irmã Constance vê Blanche na multidão, detém-se por um instante e caminha para a morte com renovada confiança. Blanche retoma o canto e com uma nova serenidade acompanha suas irmãs no voto que fizeram, juntas.

Jacques

terça-feira, julho 12, 2005

Album de Viagem - IV



Tallin - Estônia: Camponesa tecendo palha



A linda cidade medieval de Tallin, capital da Estônia é uma das mais belas surpresas do Mar Báltico. Suas origens datam de 800 A.C. É a cidade medieval mais bem preservada de toda Europa do Norte, algumas das contruções datam do século XIII.

Andar por suas ruas tortuosas é uma experiência inesquecível.

Vocabulário essencial:

Sim - Ja
Não - Ei
Por favor - Palun
Obrigado - Tanan
Bom dia - Tere hommikust

Jacques

segunda-feira, julho 11, 2005

Album de viagem - III



Budapeste - A vendedora de fotos





Budapeste - Para os que gostam de saber curiosidades, a cidade de Budapeste é formada pela união de duas cidades, Buda (à sua esquerda) e Pest (à sua direita, pronuncia-se Pesht) .

A cidade de Buda, relevo montanhoso, adornada por palácios, igrejas e residencias domina a margem esquerda do rio. Sua arquitetura, predominantemente em estilo barroco e clássico, abrigou a aristocracia húngara. Foi a capital do Reino Húngaro anteriormente à ocupação turca.

Pest começou a se desenvolver assim que a ocupação turca acabou. Apesar de existir desde o império romano, ainda há ruinas que datam desta época, com a saída dos turcos inicia-se um surto de construções que deram a atual forma à cidade. A atual cidade começou a ser erigida após os enormes danos da grande inundação de 1838 . Apenas depois de 1849 é que uma ponte ligou as duas cidades. Na época, a ponte pensil construída era a segunda maior do mundo.

Com o tempo, em 1872, Buda e Pest (além de uma pequena cidade, Óbuda, que foi envolvida pelo crescimento das suas irmãs maiores) vieram a se fundir e formar a cidade de Budapest.

Ah, o rio! Sabem que rio é este? O Rio Danúbio!

Jacques

domingo, julho 10, 2005

Album de Viagem - II



São Petersburgo - O Minueto, um momento de descontração, antes do jantar no Palácio da Czarina Catarina, a Grande.

Catarina II viveu de 1729 a 1796. Este é o grande Salão de Baile, contruído por ela, no palácio que teve sua construção iniciada no reinado de seu avô, Czar Pedro I, ele também cognominado de "o Grande", pela sua mulher, Catarina I.

Como podem ver, o palácio é maravilhoso. A foto foi tirada depois das 9 horas da noite e o sol só se poria depois das 11:30hs da noite. Saímos de lá, após o jantar, e o céu seguia ainda claro.

Jacques

sábado, julho 09, 2005

Album de Viagem



Das viagens guardamos as imagens, as emoções e as lembranças. Ficamos contentes de partir e, depois de algum tempo, ansiamos por voltar.

Jacques

sexta-feira, julho 08, 2005

Il Turco in Italia




No próximo domingo, dia 10 de julho de 2005, às 14:00hs a Radio Cultura FM de São Paulo irá irradiar a ópera "Il Turco in Italia" de Gioachino Rossini.

A versão escolhida não poderia ter sido mais feliz, Cecilia Bartoli é, sem dúvida alguma, uma das melhores cantoras de ópera no mundo. Dona de uma voz belíssima vem se dedicando, nos últimos anos, a cantar os mais variados tipos de papéis, tendo, de uma maneira geral, passado de um repertório ligeiro, como é o caso da ópera que ouviremos, para obras mais sérias e de difícil interpretação.

Seu timbre de voz é inconfundível e é um prazer escutá-la. Além de boa cantora é uma ótima atriz, seus personagens são vividos com talento e emoção. Seu registro vocal é muito amplo adaptando-se muito fácilmente aos papéis que interpreta. É capaz de magnetizar platéias pelo seu talento de transmitir a música como parte integrante de seus personagens.

Vê-la pessoalmente, como tive oportunidade de assistir em mais de uma oportunidade, é uma experiência única. Ela interpreta como uma atriz, canta como uma diva e usa sua voz como se fosse um mero brinquedo, canta fácil, brinca com a voz, brinca de cantar e canta como gente grande. Quem tiver a chance de escutar a seus recitais em DVD ou em CD, alguns deles já publicados no Brasil, haverá de concordar que Cecilia Bartoli é sem dúvida um dos melhores sopranos de nossa época.

Não percam essa oportunidade de conhecer ou de reescutar Cecilia Bartoli.

Neste domingo a distribuição dos papéis é a seguinte:

Solistas: Cecília Bartoli, Michele Pertusi, Alessandro Corbelli e Ramón Vargas. Coro e Orquestra do Teatro alla Scalla de Milão. Reg.: Riccardo Chailly



Il Turco in Italia (O Turco na Italia) teve sua estréia no La Scala de Milão em 14 de Agosto de 1814. É uma ópera bufa, influenciada pela obra de Mozart, Cosi fan tutte, que havia sido encenada no mesmo teatro pouco tempo antes da estréia desse trabalho de Gioachino Rossini. O texto é de Felice Romani e é uma modificação do libretto de Caterino Mazzola, numa ópera homônima composta pelo alemão Seydelmann em 1788.

Como comentário, vê-se aqui claramente o aproveitamento de idéias, libretos e uma competição entre compositores. O que era bom devia ser copiado. Se fazia sucesso explorava-se o filão até o seu esgotamento. Obras esquecidas (na época) eram reescritas e relançadas, aliás, Rossini além de ótimo compositor, também era conhecido pelo "reaproveitamento" de obras já editadas, havendo até casos onde ele se aproveita de suas próprias composições, modificando aqui e alí para "adequar" a música ao libreto. Rossini teve tanto sucesso em sua carreira de compositor que veio a encerrar sua carreira ainda bastante jovem. A partir daí dedicou-se a aproveitar sua carreira e fama dando fim à sua carreira de compositor. Como curiosidade, dedica-se entre outros tantos talentos, à boa cozinha, sendo o inventor do famoso "filé a Rossini".

Voltemos à nossa sinopse:

Ato I

Num cais perto de Nápoles. Um poeta (barítono) está procurando um enredo para um drama bufo. Ele encontra um bando de ciganos, inclusive a linda mas infeliz Zaida (mezzo-soprano) e seu confidente Albazar (tenor). Talvez os ciganos possam trazer-lhe algumas idéias? O amigo do poeta, o obstinado e às vêzes tolo Geronio (baixo), está procurando uma vidente que o aconselhe em seus problemas matrimoniais, mas as ciganas o provocam. Zaida conta ao poeta que ela é de um harém turco. Ela e seu amo, o principe Selim, estavam enamorados, mas rivais ciumentos a acusaram de infidelidade e ela teve de fugir para salvar sua vida, acompanhada por Albazar. Apesar disso ela ainda ama a um homem e esse homem é Selim. O poeta sabe que o príncipe turco vai chegar brevemente à Italia. Talvez ele possa ajudar? A caprichosa jovem mulher de Geronio, Fiorilla (soprano) entra cantando (em contraste com Zaida) as alegrias do amor livre e sem limites. Um navio turco atraca e o príncipe desembarca. É o próprio Selim. Fiorilla é instantaneamente atraída pelo simpático turco e um romance imediatamente se desenvolve. Narciso (tenor) aparece em seu encalço. Ele é um admirador fútil e não correspondido de Fiorilla e porta-se como se fosse amigo de seu marido. Geronio vê, com horror que Fiorilla está levando o turco para a sua casa para tomar o seu café!

A cena muda para a casa de Geronio onde Fiorilla e Selim flertam. Geronio entra timidamente e Selim fica impressionado com a sua inesperada submissão, no entanto Narciso pragueja ruidosamente para Geronio. A intriga doméstica irrita Selim e ele deixa a casa após marcar, furtivamente, um encontro com Fiorilla em seu navio. Geronio diz a Fiorilla que ele não vai mais admitir turcos, ou italianos, em sua casa. Ela suavemente rechaça suas queixas e, quando ele suaviza sua raiva, trata de puní-lo e diverte-se ainda mais selvagemente.

De volta ao porto, já é noite. Selim espera por Fiorilla. No entanto é Zaída quem aparece. Os ex-amantes se olham chocados, deliciados e declaram-se mais uma vez o seu mútuo amor. Narciso reaparece, seguido de Fiorilla disfarçada, Geronio chega em perseguição. Selim confunde Fiorilla envolta em um véu com Zaida e as duas mulheres se vêm face a face. Fiorilla acusa Selim de traição. Zaida enfrenta Fiorilla. Geronio manda a sua mulher de volta para casa. Há um final tempestuoso.

Ato II

Numa taverna, Selim se aproxima de maneira amigável de Geronio, oferece-se para comprar Fiorilla. Dessa maneira Geronio pode se ver livre de seus problemas e também fazer algum dinheiro. Geronio recusa. Selim insinua que poderá eventualmente raptá-la. Quando eles se afastam, Fiorilla e um grupo de seus amigos aparecem seguidos de Zaida. Fiorilla marcou um encontro entre eles e Selim, assim o turco seria forçado a decidir entre as duas mulheres. Quando se encontram o turco se mostra indeciso não querendo perder nenhuma das duas mulheres. Zaida sai em desgosto. Selim e Fiorilla brigam mas se reconciliam. Como o poeta diz a Geronio, vai haver uma festa. Fiorilla estará lá para encontrar Selim, que se apresentará mascarado. Geronio também irá, disfarçado de turco! Narciso, sabendo disso, quer tomar vantagem da situação para ficar com Fiorilla em vingança pela indiferença com que esta lhe encara. Geronio lamenta o seu destino, de possuir uma terrível e louca mulher. Albazar passa ao seu lado carregando um vestido, para Zaida!

A cena muda para um salão de baile com mascarados e dançarinos. Fiorilla toma Narciso por Selim e Narciso a manda embora. Nesse instante Selim entra com Zaida, achando que está com Fiorilla. Geronio está em desespero total olhando para dois pares que dançam com duas Fiorillas! Narciso e Selim, ambos, imploram a seus pares para sairem com eles. Confuso e em raiva, Geronio tenta parar os dois pares mas ambos conseguem escapar.

De volta à taverna o poeta encontra Geronio. Ambos sabem agora que Selim estava com Zaida e deduzem que Fiorilla está com Narciso. Albazar confirma que Selim ficará com Zaida. O poeta aconselha Geronio a vingar-se de Fiorilla fingindo divorciá-la e ameaçando-a de mandá-la de volta para a sua família.

Descobrindo a decepção de Narciso, Fiorilla tenta encontrar Selim, mas este já partiu com Zaida. Ela retorna para casa apenas para achar a carta de divórcio e seus bens removidos de sua casa. Ela está devastada pela vergonha e seus amigos a abandonam.

Retornando uma vez mais à praia, Selim e Zaida estão prontos para zarpar para a Turquia enquanto Fiorilla procura por um barco que a levará para a sua cidade natal. Geronio se encontra com ela e a perdoa. Eles se reconciliam afetuosamente.Ambos os casais estão agora reconciliados e o poeta está deleitado com o final feliz.

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Boa audição!

Jacques