quarta-feira, julho 13, 2005

Dialogue des Carmélites - Sinopse



No próximo domingo, às 14:00hs a Radio Cutura FM de São Paulo e a Radio Mec do Rio de Janeiro transmitirão a ópera "Diálogo das Carmelitas" de Francis Poulenc.

O elenco será o seguinte:

Solistas: Denise Duval, Régine Crespin, Denise Scharley, Liliane Berton, Rita Gorr, Xavier Depraz, Paul Finel. Coro e Orquestra do Teatro Nacional da Ópera de Paris. Reg.: Pierre Dervaux.

Ópera em três atos de Francis Poulenc (1899 – 1963)., libreto de Emmer Lavey, com base no drama homônimo de George Bernanos , por sua vez inspirado num romance de Gertrude von Le Port e num roteiro do Padre Bruckberger e de Phillipe Agostini. Estreou no Teatro alla Scala de Milão em 16 de Janeiro de 1957.

Papéis:

Marques de la Force (barítono)
Chevalier de la Force, seu filho (tenor)
Blanche de la Force ( Irmã Blanche da Agonia de Cristo) filha do Marques (soprano)
Thierry, lacaio (barítono)
Madame de Croissy, (Madre Henriette de Jesus), a priora (contralto)
Irmã Constance de Saint Denis, jovem noviça (soprano)
Madre Maria da Encarnação, sub-priora (mezzo-soprano)
Monsieur Javelince, médico (barítono)
Madame Lidorne (Madre Maria de Santo Agostinho) e nova priora (soprano)
Madre Joana do Menino Jesus (contralto)
Irmã Matilde (mezzo-soprano)
O padre confessor do convento (tenor)
Primeiro Comissário (tenor)
Segundo Comissário (tenor)
Oficial (barítono)
Carcereiro (barítono)
Onze carmelitas (soprano, mezzo-soprano, contralto)


Sinopse

No convento carmelita de Compiègne e em Paris, entre abril de 1789 e o verão de 1792.

Ato I

Cena 1. Na biblioteca da residência do Marquês de la Force em Paris, abril de 1789. O marquês está repousando quando irrompe seu filho, o Chevalier de la Force, parece que há uma multidão concentrada na rua, e sua irmã ainda não voltou. O Marques fica extremamente agitado, lembrando-se que há 20 anos sua mulher grávida molestada pela multidão quando passava de carruagem, morreu ao dar a luz Blanche. O Chevalier por sua vez fica tanto mais preocupada por conhecer o temperamento impressionável e mesmo mórbido da irmã. Finalmente esta entra, dizendo apenas que vai se deitar pois está muito cansada dos serviços religiosos da manhã. Logo em seguida, ouve-se um grito no corredor, ela se assustou com uma lâmpada carregada por um criado. Este susto causa em Blanche mais que um simples temor momentâneo. Sem dar qualquer sinal de pânico, Blanche pede ao pai, formalmente, licença para recolher-se a um convento carmelita alegando que só assim uma criatura tão nervosa quanto ela poderia encontrar salvação.

Cena 2. No parlatório do convento carmelita em Compiègne, semanas depois, a velha priora interroga Blanche. Explica que está sentada por motivo de saúde. Quando Blanche se diz motivada pelas privações impostas pela ordem, a priora frisa que a oração é a única razão de ser das carmelitas. Pressionada por suas perguntas, Blanche acaba por romper em lágrimas. A priora assume uma atitude mais afável, perguntando-lhe se já havia escolhido o nome que adotará se for admitida pela ordem. “Irmã Blanche da Agonia de Cristo”, responde Blanche.

Cena 3. No convento, Blanche e Constance, agora noviças, ocupam-se de tarefas domésticas. Constance tagarela sobre a sua infância no campo, até que Blanche censure sua leviandade, lembrando que a priora repousa ali perto, gravemente enferma. Constance então propõe que ambas ofereçam sua vida a D’us para salvar a priora. Blanche rejeita a idéia, aterrorizada. Constance conta-lhe então, sem malícia, que sonhou que ambas morrerão juntas.

Cena 4. No leito de dor em sua cela, a priora está obcecada pelo medo da morte, a sub-priora, madre Maria da Encarnação, consola-a. A priora confia a seus cuidados a nova carmelita, Blanche, pela qual se sente particularmente responsável. Entrando para saudar a priora, Blanche é exortada a preservar sua inocência, mantendo sua cionfiança em D’us. O médico chega, a priora pede-lhe mais remédios para que tenha forças suficientes para despedir-se publicamente do cargo. Madre Maria suplica-lhe que pense apenas em D’us. A priora reage violentamente: “Quem sou eu, miserável como me sinto para pensar Nele? Que Ele pense primeiro em mim!” Tem então a visão de um altar profanado e da capela devastada. Madre Maria não consegue contê-la em sua atormentada agonia. Mader Maria manda avisar que as irmãs não mais poderão ver a priora pois esta perdera o controle da própria vontade. Blanche retorna, a priora tenta falar-lhe mas tomba morta.

Ato II

Cena 1. Na capela do convento. O corpo da priora está exposto em câmara ardente. Constance sai para buscar irmãs que a substituam na vigília. Blanche tenta orar em seu lugar mas acaba por se precipitar em direção à porta onde dá com Madre Maria. Ela tenta explicar-lhe mas Madre Maria a conduz à sua cela: que não fale de seu fracasso – amanhã ele a encherá de dor, hoje só pode inspirar-lhe vergonha.

Blanche e Constance levam flores ao túmulo da priora. Elas esperam que Madre Maria seja a escolhida para sucedê-la. Constance se interroga sobre o drama da velha priora no confronto com a morte, dir-se-ia que recebeu por erro uma morte não merecida, como alguém que pegasse um casaco errado no vestiário. Talvez alguém tenha, quando chegar o momento, morte melhor que a merecida.

Cena 2. No salão do cabido. Não foi Madre Maria a escolhida como nova priora, mas uma certa Madame Lidoine, de fora. Ela se dirige às freiras, numa ária, fazendo elogios à falecida exortando-as a se lembrarem a todo momento de seu dever, orar. Tudo o que possa afastá-las deste dever, até a alegria do martírio, deve ser evitado. Ela incumbe Madre Maria de concluir a alocução e num magnífico ensemble as freiras cantam uma “Ave Maria”.

Toca o sino na porta lateral, o Chevalier de la Force veio ver a irmã antes de ir para o exterior.

Cena 3. No parlatório do convento. Separados por uma tela e observados por Madre Maria, o Chevalier e a irmã se encontram. Ele a acusa de permanecer no convento por medo. Blanche não quer que ele se vá deixando esta impressão de raiva e incompreensão. É uma cena tensa e impressionante em que a música consegue transmitir as mudanças que se produziram em Blanche desde que entrou no convento.

Cena 4. Na sacristia do convento. O padre confessor acaba de dizer, segundo anunciou, sua última missa, os padres foram proscritos e ele deve esconder-se. Quando Constante pergunta retoricamente se não mais há homens na França, a priora responde: “Quando não houver padres suficientes, não faltarão mártires e o equilíbrio da graça será restabelecido.” Madre Maria diz então que é dever das filhas de Carmelo oferecerem suas vidas para que a França volte a ter padres. A madre superiora corrige-a com firmeza: não cabe a elas decidir se seus nomes serão inscritos entre os mártires. Retira-se e as freiras contemplam Madre Maria com estupor.

O sino volta a tocar violentamente, as freiras correm em todas as direções e uma malta enfurecida irrompe. Dois comissários anunciam que as freiras serão expulsas. Madre Maria tendo assumido a responsabilidade discute com o primeiro comissário que a chama à parte para confessar-lhe que foi sacristão e que ainda se considera um fiel servidor da igreja. Blanche toma nos braços uma imagem do menino Jesus mas a deixa cair e quebrar-se , aterrorizada, ao ouvir um súbito clamor da multidão.

Ato III

Cena 1. Na capela em ruínas, Madre Marisa, como a priora não se encontra, dirige-se às freiras na presença do padre confessor, propondo que façam juntas um voto de martírio para salvar a ordem. Ressalva com firmeza que a proposta será abandonada se o voto não for unânime. O padre confessor recolhe os votos e Madre Maria anuncia que apenas uma freira pronuncia-se contra. Imediatamente, Constance, para poupar Blanche de uma situação embaraçosa, declara que o voto foi seu e que vai retirá-lo para que a proposta seja unânime. Por serem as mais jovens, Blanche e Constance são as primeiras a fazerem o voto. Blanche, ao passar em frente ao padre confessor, aproveita a confusão para fugir.

No exterior do convento, um oficial cumprimenta as freiras que saem em roupas civis, por sua disciplina e espírito público, advertindo no entanto, que serão vigiadas. A priora tenta impedir que o padre confessor venha a celebrar missa, seria por demais arriscado para todos. Madre Maria reage com indignidade: como conciliar semelhante precaução com o voto que acabam de fazer? A priora responde que cada um é responsável diante D’us mas ela deve responder pela coletividade e ela já tem idade suficiente para saber o que faz.

Cena 2. Na biblioteca devastada do Marquês de la Force. Blanche, com roupas de camponesa, está cozinhando quando Madre Maria chega dizendo que veio buscá-la. Blanche recusa, responde que seu pai foi guilhotinado e que se encontra sozinha. Madre Maria dá-lhe então um endereço onde poderá sentir-se segura e onde estará à sua espera até a noite seguinte. Blanche afirma que não poderá ir mas Madre Maria mostra-se serenamente confiante.

Numa rua perto da fortaleza Da Bastilha, Blanche toma ciência que todas as freiras de Compiègne foram presas.

Cena 3. Na prisão da Conciergerie a priora tenta reconfortar as freiras após a sua primeira noite no cárcere. Daqui para frente, considera-se obrigada pelo voto de martírio embora tenha sido votado em sua ausência. Constance está convencida que Blanche voltará: foi um sonho que teve. O carcereiro anuncia a decisão do tribunal: morte para todas. A madre superiora, mais uma vez, toma o voto de obediência das freiras e as abençoa.

Numa esquina escura, o padre confessor comunica a sentença de morte a Madre Maria que se declara disposta a morre junto com as outras. O padre, no entanto, pondera que talvez essa não seja a vontade de D’us.

Cena 4. Na Praça da Revolução, o cadafalso é montado e a multidão assiste enquanto a madre superiora conduz seu pequeno grupo de 14 carmelitas. Cantando o “Salve Regina” elas sobem uma a uma no cadafalso e a cada vez que a guilhotina cai há uma voz a menos no coro. Quando já está sozinha, irmã Constance vê Blanche na multidão, detém-se por um instante e caminha para a morte com renovada confiança. Blanche retoma o canto e com uma nova serenidade acompanha suas irmãs no voto que fizeram, juntas.

Jacques

:

Blogger Dalva M. Ferreira said.

Voltamos às Óperas! legal... já coloquei um aviso pregado no espelho: domingo, encontro marcado com a ópera.

13 julho, 2005 10:38  

Postar um comentário

<< Home