terça-feira, junho 27, 2006

Das Rheingold - Wagner




No próximo domingo, às 15:00hs. a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará a ópera "O Ouro do Reno" de Richard Wagner:

O anúncio:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas
O Ouro do Reno - Richard Wagner. Solistas: Dietrich Fischer-Dieskau, Josephine Veasey, Zoltan Kelemen, Helen Donath, Edda Moser, Anna Reynolds. Filarmônica de Berlim. Reg.: Herbert von Karajan. Apresentação: maestro Walter Lourenção.



Compositor: Richard Wagner

Texto em alemão do próprio compositor, baseado em antigas
epopéias nórdicas.






Première Mundial: Munique, 22 de setembro de 1869

Personagens:



Deuses e deusas:

Wotan, Rei dos deuses; abriu mão de um olho para cortejar Fricka, sua esposa.

Fricka, Esposa de Wotan, deusa do casamento e da família, irmã de Freia.

Brünnhilde, A Valquíria mais velha, filha de Wotan e Erda. Tem oito irmãs Valquírias.

Freia, Deusa da juventude e da beleza, suas maçãs de ouro mantêm os deuses jovens e belos.

Donner, Deus do trovão, governa os vapores que criam a ponte do arco-íris. Froh, Irmão de Donner, Freia, e Fricka.

Loge, Deus do fogo e da fraude; sua esperteza liberta Freia dos gigantes.

Erda, Sábia deusa da terra; ela previne Wotan para desistir do anel.



Gigantes:

Fasolt e Fafner
,Constróem Valhalla para Wotan em troca de Freia; concordam em aceitar ouro no lugar de Freia.



Rheinmaidens:

Woglinde, Wellgunde e Flosshilde, As três ninfas que guardam o "Rheingold" e são perseguidas por Alberich.



Nibelungen:

Alberich, rouba o "Rheingold" e usa seu poder para forçar o outro Nibelungen a lhe servir.
Mime, um dos Nibelungen, um ferreiro que produz o Tarnhelm para Alberich.

Sinopse:

Cena 1: A cortina sobe e revela três ninfas bailando no rio Reno: Flosshilde, Woglinde e Wellgunde, também chamadas as Rhienmaidens. Seu trabalho é proteger um tesouro dourado chamado de Rheingold. Quem fizer um anel do ouro deste tesouro será capaz de controlar o mundo. As Rhienmaidens não se preocupam com a possibilidade de roubo, pois para levar o ouro a pessoa deve antes renunciar ao amor e qual pessoa faria tal sacrifício?

Alberich, um pequeno e feio anão, aproxima-se das adoráveis donzelas. Ele é um Nibelung de Nibelheim, um reino subterrâneo e obscuro. Alberich se apaixona pelas lindas Rhienmaidens e tenta agarrá-las e beijá-las. Elas zombam dele e fogem, rindo de suas lisonjas grosseiras. Ele percebe o ouro, mas as Rhienmaidens avisam-lhe que para tê-lo, ele deve renunciar ao amor para sempre. Frustrado pela zombaria cruel que recebeu, ele renuncia ao amor e rouba o ouro, partindo com ele para Nibelheim. As Rhienmaidens o perseguem mas já é tarde demais.

Cena 2: Wotan, rei dos deuses, faz um acordo com os gigantes Fasolt e Fafner. Eles prometeram construir para Wotan um castelo maravilhoso em troca da cunhada de Wotan, Freia, deusa da juventude e do amor. Wotan estava contando com Loge, deus da fraude e
da trapaça para que criasse um plano para salvar Freia, mas Loge não criou um plano. Os gigantes vêm e reclamam Freia como prêmio. Seus irmãos, Donner e Froh, tentam impedi-los de levá-la mas os gigantes insistem para que Wotan mantenha o acordo. Loge menciona que Alberich roubou o ouro das Rhienmaidens e quando os gigantes tomam conhecimento dos poderes do anel, decidem que seria um substituto aceitável para Freia. Os gigantes levam-na com eles para assegurarem-se que Wotan trará o anel.

Cena 3: Wotan e Loge descem ao Nibelheim para enfrentar Alberich. Alberich usou o poder do anel para forçar o outro Nibelungen à escravidão. Eles cavam, sem cessar, procurando ouro nas cavernas de Nibelheim e Alberich faz com que Mime forje um capacete especial, o Tarnhelm,
que pode transformá-lo em qualquer forma. Alberich ameaça Wotan, descrevendo o dia em que sua riqueza o capacitará a controlar o mundo todo. Loge elogia Alberich para que demonstre o poder do Tarnhelm. Alberich exibe-se transformando-se em um grande dragão. Loge não
se impressiona e diz o quanto ele ficaria mais impressionado se Alberich se transformasse em algo muito pequeno, por exemplo um sapo. Alberich concede e, assim que se transforma em um sapo, Loge e Wotan o agarram e levam-no para a casa dos deuses.

Cena 4: Em troca de sua liberação, Wotan e Loge forçam Alberich a fazer Nibelungs trazer para eles o tesouro. Também forçam-no a abandonar o Tarnhelm e o Anel, que Wotan põe em seu próprio dedo. Uma vez solto, Alberich furioso coloca uma maldição no Anel, dizendo que ele trará medo e morte para quem o usar.


Os gigantes aparecem com Freia e pedem o tesouro de Nibelungen. Fasolt pede aos deuses para empilhar o ouro em frente a Freia para que ele não possa mais vê-la, já que ele não pode suportar vê-la partir. Quando a última peça de ouro é colocada na pilha, Fasolt queixa-se que ele ainda pode ver seus lindos olhos através de uma fenda na pilha. Fafner pede que Wotan feche a fenda com o Anel. Wotan foi seduzido pela magia do Anel e seus poderes e recusa-se a abandoná-lo, apesar dos apelos dos outros deuses.


Repentinamente a deusa da terra Erda aparece, surgindo das profundezas. Ela diz a Wotan para abandonar o Anel, avisando-o que este somente trará destruição e miséria, um dia demoníaco amanheceu para os deuses, ela diz e desaparece. Abalado pela profecia, Wotan dá o anel aos gigantes. Fafner e Fasolt brigam pela divisão do tesouro e Fafner mata Falsot para que ele fique sozinho com todo o ouro para si.

Desgostoso pela ambição sanguinária que os gigantes demonstraram. Donner, deus do trovão, bate seu martelo para chamar uma tempestade de trovões para espantar as nuvens negras. Após a tempestade, uma ponte de arco-íris leva até o caminho do castelo, que Wotan nomeia de Valhalla. Os deuses atravessam a ponte de arco-íris até Valhalla, ignorando os gritos das Rhienmaidens lamentando o ouro perdido.

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service


terça-feira, junho 20, 2006

Cavalleria Rusticana e Pagliacci - Mascagni e Leoncavallo


No próximo domingo, às 15 horas ouviremos não uma, duas óperas. É interessante notar que, embora escritas por autores diferentes, em datas diferentes, essas duas óperas são tradicionalmente levadas em conjunto, por uma dessas tradições que começaram por acidente e que se perpetuaram ao longo do tempo.

A verdade é que ambas são complementares e formam uma bela combinação. Mais sobre esse intrigante duo será abordado logo abaixo.

O anúncio da Radio Cultura FM de São Paulo é o seguinte:

MASCAGNI - Cavalleria Rusticana. Solistas: Maria Callas, Giuseppe di Stefano, Rolando Panerai, Anna Maria Canli, Ebe Ticozzi. LEONCAVALLO. Pagliacci. Solistas: Maria Callas, Giuseppe di Stefano, Tito Gobbi, Nicola Monti, Rolando Panerai. Coro e Orquestra do Teatro alla Scala de Milão. Reg.: Tullio Serafin.

Apresentação: maestro Walter Lourenção.


Cavalleria Rusticana e Pagliacci: gêmeos siameses da Ópera


Pietro Mascagni e Ruggero Leoncavallo têm algumas coisas em comum: eles escreveram sucessos líricos instantâneos, através dos quais seus nomes entraram na história musical. Pode também ser dito que somente através dessas únicas obras seus nomes
serão relembrados. Ambos foram produtos de famílias não musicais e suas ambições líricas foram o princípio de muito trabalho duro durante muitos anos.

Cavalleria Rusticana foi originalmente uma peça que Mascagni assistiu como estudante em Milão. Imediatamente reconhecendo seu potencial musical, Mascagni recebeu a permissão do autor dramático, Giovanni Verga, para adaptar a peça para o teatro lírico. Giovanni Targioni-Tozzetti, um antigo colega de escola de Mascagni, escreveu o libreto da ópera.
Embora Mascagni tenha escrito outras treze óperas, somente algumas foram executadas, e não são tão populares como Cavalleria.

Leoncavallo escreveu seu próprio libreto para Pagliacci, e uma vez que ele ajustou-o à música, ela ganhou o mesmo prêmio que Mascagni havia ganho dois anos antes com Cavalleria. Embora o sucesso de Pagliacci tenha tornado Leoncavallo uma estrela instantânea, e outros de seus trabalhos tenham sido executados, somente poucas óperas posteriores obtiveram algum sucesso.

As semelhanças entre as circunstâncias da composição e dos compositores dessas óperas são importantes para a sua relação única, mas as próprias obras carregam ambas semelhanças musicais e dramáticas.

Ambas as óperas são tragédias violentas envolvendo infidelidade conjugal, ambas fazem uso semelhante de cenários rústicos italianos, e ambas apresentam, de forma destacada, um coro de camponeses.

Também existem semelhanças na estrutura dessas óperas. O prelúdio de Cavalleria é a Siciliana de Turiddu, enquanto que Pagliacci é aberta pelo Prólogo. Embora as duas aberturas sejam apresentadas de forma muito diferente -Turiddu canta nos bastidores, enquanto Tonio se dirige diretamente ao público- ambos explicam os eventos que se seguem, de forma bastante literária.

Ritual - a celebração da massa em Cavalleria e as ações "programadas" da peça de Pagliacci -torna-se um catalisador da ação em ambas as óperas. A excomunhão de Santuzza da Igreja Católica e o desespero de sua existência solitária é enfatizada pela celebração da Páscoa por toda cidade, e leva-a a revelar a verdade a Alfio. A infidelidade de Nedda é literalmente ressaltada pelo seu papel na peça, e seu decreto enfurece Canio e leva à sua morte. Os dois protagonistas são moldados pelo meio ambiente, e em um certo sentido são vítimas do hábito ritual e artístico.

Cavalleria Rusticana estreou em 17 de maio de 1890 em Roma, no Teatro Constanzi e foi apresentada pela primeira vez no Metropolitan Opera em 30 de dezembro de 1890. Pagliacci, apresentada pela primeira vez em Milão, no Teatro al Verme em 21 de maio de 1892, teve a sua primeira execução no Metropolitan Opera em 11 de dezembro de 1892. Antes de se tornarem companheiros inseparáveis, ambos os trabalhos fizeram suas estréias no Met dividindo as noites com Orfeo e Euridice de Gluck.

Cavalleria Rusticana

Compositor: Pietro Mascagni
Texto do libreto em italiano: Giocanni Targioni-Tozzetti e Guido Menasci, baseado em um conto de Giovanni Verga

Première Mundial: Roma, Teatro Costanzi, 17 de maio de 1890

Pagliacci

Prólogo em dois atos

Compositor: Ruggero Leoncavallo
Texto do compositor

Première Mundial: Milão, Teatro dal Verme, 21 de maio de 1892

Cavalleria Rusticana

Turiddu -- (tenor) um jovem, ex-oficial do exército, que é especialmente instável com as mulheres. Anteriormente apaixonado por Lola, ele corteja Santuzza. Ele volta para Lola, embora ela esteja casada, e Santuzza esteja grávida.

Santuzza -- (soprano) uma mulher apaixonada por Turiddu, de quem engravida. Por causa disso ela é excomungada pela Igreja e é afastada.

Alfio -- (barítono) o carroceiro da cidade e marido de Lola. Apesar de ser ciumento por natureza, ele confia na fidelidade de sua esposa.

Mama Lucia -- (contralto) mãe de Turiddu, ela administra uma pequena hospedaria.

Lola -- (meio-soprano) a namoradora esposa de Alfio, por quem Turiddu está apaixonado.


Pagliacci

Canio -- (tenor) o irritadiço líder de meia idade dos atores. Na peça da trupe ele faz o papel de Pagliaccio, o palhaço e marido traído.

Nedda -- (soprano) a jovem esposa de Canio, que representa a esposa de Pagliaccio na peça da trupe. Ela cresceu cansada de Canio e sua vida de viagens constantes. Ela se apaixonou por Silvio, um jovem da aldeia.

Tonio -- (barítono) um amargo e irritado corcunda que é atormentado por sua paixão por Nedda. Ele representa o personagem de Taddeo, um criado na peça da trupe.

Beppe -- (tenor) um ator que representa o papel romântico do amante de Columbina, Arlecchino, na peça.

Silvio -- (barítono) um aldeão e amante de Nedda.


Sinopses:


Cavalleria Rusticana:


É manhã de Páscoa em uma pequena aldeia da Sicília.
Atrás dos bastidores, Turiddu canta serenatas para Lola, a namoradora esposa de Alfio. Santuzza, que está apaixonada por Turiddu e grávida dele, é ouvida questionando Mama Lucia sobre o local onde se encontra Turiddu. Mama Lucia conta-lhe que ele havia ido para Francofonte, uma cidade próxima, para comprar vinho. Santuzza insiste que ele tinha estado na cidade durante a noite. Mama Lucia fica muito surpresa mas recusa se envolver na briga de Santuzza com seu filho. Mama Lucia tenta segurá-la dentro de casa, longe dos barulhentos vizinhos, mas Santuzza diz que ela está sendo excomungada pela Igreja como resultado de seu caso com Turiddu e está sendo banida.

Antes que ela possa explicar que está grávida, Alfio chega querendo comprar vinho. Mama Lucia conta-lhe que Turiddu saiu da cidade para buscar um suprimento adicional para as celebrações do dia. Ele não consegue entender isso, já que ele havia visto Turiddu próximo de sua casa naquela madrugada. Sabendo que Turiddu agora está cortejando Lola, Santuzza faz sinal para Mama Lucia não dizer mais nada.

Alfio parte para se aprontar para a igreja e os aldeões da vila se reúnem na praça. Eles cantam um hino e entram na igreja.

Santuzza relembra Lucia que Turiddu era apaixonado por Lola antes de se juntar ao exército. Ele voltou para casa para encontrá-la casada com Alfio, e imediatamente fez amizade com Santuzza e seduziu-a. Desde então, ele reiniciou seu caso com Lola. Mama Lucia reza para a Virgem Maria ajudar Santuzza, então vai para a igreja, justamente quando Turiddu entra.

Santuzza enfrenta-o conhecendo suas ações verdadeiras, e ele a desaprova por estar lhe espionando. Ela o acusa de amar Lola, e ele a ofende por seu ciúme.

Lola, uma namoradora natural, passeia e vagamente imagina se Alfio já foi para missa. Santuzza e Lola se enfrentam e Lola entra na igreja.

Turiddu vai segui-la, mas Santuzza para-o e ele, muito irritado, atira-a no chão e entra na igreja. Ela o amaldiçoa com as palavras "uma má Páscoa para você!" e jura vingança.

Alfio entra e Santuzza conta-lhe de forma vingativa sobre o caso amoroso entre Turiddu e Lola. Alfio, promete vingança a si mesmo, e Santuzza imediatamente se arrepende de ter lhe contado: ela somente tinha precipitado a inevitável perda de Turiddu. Ela segue Alfio para fora da praça da cidade.

O palco está deserto. A multidão novamente, os aldeões se espalham pela praça e se dirigem para a taberna de Mama Lucia, a convite de Turiddu. No máximo da alegria, Alfio aparece e, recusando a oferta de uma bebida de Turiddu, responde que o licor poderia se tornar um veneno em seu peito.

Pressentindo que uma disputa está para se iniciar, os habitantes da vila se retiram, levando Lola consigo. Os dois sicilianos percebem que a questão só pode ser resolvida de uma maneira. Turiddu desafia Alfio para um duelo ao dar a mordida ritual na orelha direita de Alfio. Alfio promete esperar por Turiddu atrás do pomar.

Sozinho com sua mãe, Turiddu deseja-lhe uma carinhosa despedida e lhe implora para cuidar de Santuzza, no caso dele não retornar. Mama Lucia fica desconcertada com suas palavras. Ele coloca a culpa de seu humor no vinho, e conta-lhe que ele está indo andar para tranqüilizar-se, dá-lhe um beijo apressado e parte correndo.

Santuzza entra e as duas mulheres se abraçam. Escuta-se o murmúrio de vozes de homens à distância e em seguida um grito agudo: Turiddu tinha sido assassinado!


Pagliacci


Cenário: Uma praça de uma vila próxima à
Calábria, província do extremo sul da Itália.

A época é o final da década de 1860

Toda a ação da ópera acontece entre 3 horas da tarde e meia noite de 15 de agosto, a Festa da Assunção da Virgem. Como parte da celebração, uma trupe provincial de atores ambulantes veio para a cidade para representar. Eles já tinham vindo aqui antes e os aldeões os conhecem.

Prólogo: Durante o Prelúdio, Tonio dá um passo adiante e se apresenta como "O Prólogo". Na tradição da arte da comédia, o Prólogo diz para o público não se preocupar se houver uma tragédia no palco, porque, apesar de tudo, é somente uma peça e não a vida real. Tonio, entretanto, nos traz uma mensagem muito diferente:

Senhoras e senhores! Na peça que estão prestes a assistir, o autor quer capturar as velhas tradições e mostrá-las novamente. Mas ele não pretende contar-lhes o que estão sempre acostumados a dizer. Não! Este autor que mostrar-lhes um verdadeiro pedaço de vida. A verdade foi sua inspiração. Verão o amor como o povo real ama. Verão os trágicos resultados do ódio e espasmos da dor real. Escutarão gritos de raiva real e risos cínicos.

Assim, não devem pensar em nosso pobres truques teatrais. Devem pensar em nossas almas, pois somos pessoas de carne e osso -e neste mundo solitário respiramos o mesmo ar que vocês.


Ato I: Os aldeões correm para a praça para receber os atores. Eles estão especialmente felizes em ver seu velho amigo Pagliaccio (Canio), o engraçado palhaço que sempre os faz rir quando anda com dificuldade ao redor do palco. Canio anuncia uma apresentação para as onze horas daquela noite, e promete-lhes sua comédia favorita. "Vocês verão como Pagliaccio comete tolices e se vinga," ele diz, "bem como o medo e o tremor de Tonio quando o enredo se complica."

Tonio tenta ajudar Nedda a descer de sua carruagem, mas Canio empurra-o violentamente. A multidão ri enquanto Tonio jura que ele se vingará desse insulto. Alguns dos homens da aldeia convidam os atores para a taberna local para uma bebida. Canio e Beppe aceitam, mas Tonio recusa. Um dos aldeões provoca Canio, dizendo que Tonio somente quer ficar para trás para
namorar com Nedda. Canio não está se divertindo:

O que acontece em cima do palco e o que acontece na vida real são duas coisas diferentes. No palco, se o velho Pagliaccio encontra sua esposa com outro homem, ele censura-os e até mesmo apanha para o aplauso da multidão. Mas se na vida real Nedda o traísse, o final da história não seria feliz!

Quando os sinos da igreja tocam para as preces do entardecer, Canio, Beppe e os aldeões se dirigem para a taberna. "... sua vingança," ele diz, "bem como o medo e o tremor de Tonio quando o enredo se complica."

Nedda, deixada sozinha, admite que ela está assustada com seu marido; ela sente que ele pode perceber sua inquietação. Ela deseja uma vida diferente e, olhando para cima, para o céu onde os pássaros levantam vôo, ela canta para si mesma sobre a liberdade e alegria deles.

Tonio interrompe-a com uma apaixonada declaração de amor, implorando-lhe para não levar em conta seu corpo deformado. "Eu te amo!" ele diz, "você é meu único desejo e estou determinado a tê-la!" Ela zomba dele e ele tenta forçá-la a beijá-lo. Ela agarra um chicote e bate, atingindo-o no rosto. Ele recua e jura vingar-se.

Um momento mais tarde Silvio aparece, assegurando a Nedda que Canio está na taberna e eles estão a salvo. Ele lhe suplica para abandonar sua vida infeliz e ir embora com ele nessa mesma noite. Ela está incerta, mas diz que o ama. Tonio tinha voltado silenciosamente, e ouvindo os dois amantes por acaso, corre para contar a Canio.

Assim que Nedda e Silvio concordam em fugir juntos à meia-noite, Tonio e Canio retornam. Silvio escapa e Canio segue em perseguição. Enquanto Canio procura o amante de Nedda na escuridão, Nedda, com um tom sarcástico, congratula Tonio por revelar e segredo dela. Canio retorna, sem fôlego e num ataque de ciúmes, ele diz a Nedda que irá cortar sua garganta, mas que primeiro quer saber o nome do amante dela. "Ameaças não me assustam", diz ela. "Eu não revelarei nunca o nome dele!" Canio se joga sobre ela com a faca em punho. Beppe chega em tempo para segurá-lo. Tonio puxa Canio para longe, prometendo que o amante de Nedda irá retornar. Beppe pede a todos para que se vistam. É chegada a hora do espetáculo.

Canio está confuso e exausto:

Representar?! Enquanto eu estou tão delirante que não sei o que estou fazendo (Ele se olha no espelho de sua penteadeira.) Você pensa que é um homem? Você não é nada além de um palhaço!

Coloca sua fantasia e maquia seu rosto. O povo paga para rir, assim se Arlecchino rouba sua Columbina, só risos, palhaço -e todo mundo aplaudirá. Transforme a sua agonia e sofrimento em piadas, transforme as suas lágrimas e mágoas em um rosto engraçado! Ria, palhaço, de seu amor arruinado! Ria da dor que está envenenando seu coração!


Ele entra no teatro chorando, enquanto a cortina desce lentamente.

Ato II: Tonio entra com seu grande tambor enquanto as pessoas chegam para a peça. Quando Tonio convida para o início do show, os aldeões disputam seus assentos. Silvio entra silenciosamente e Nedda avisa-o para ser cuidadoso. O show começa.

Columbina, representada por Nedda, está sentada à mesa. Ela conta ao público que seu marido, Pagliaccio (Canio), está fora. Enquanto ela espera que a galinha assada seja servida para o jantar, faz sinal para seu amante, Arlecchino (Beppe), entrar. Em seguida, seu criado, Taddeo (Tonio), declara seu amor. Ela o menospreza e pede seu jantar. Quando Arlecchino entra para cortejar Columbina, Taddeo inesperadamente abençoa o casal. Quando os amantes preparam-se para jantar, Pagliaccio volta para casa. Arlecchino escapa pela janela, enquanto Columbina lhe diz "até a noite", as mesmas palavras que Nedda havia dito a Silvio mais cedo ao anoitecer. Canio está tremendo com essa situação paralela; tentando falar através do personagem, ele acusa Columbina de estar sendo infiel.

Enquanto o confronto da "peça" entre Pagliaccio e Columbina continua, Canio começa a sair de seu papel e passa para a vida real. Tonio, nos bastidores, empurra Canio para a beira, com comentários sarcásticos. Canio pede para saber o nome do amante de Nedda. Quando ele responde em sua personagem de Columbina, ele grita, "Não! Eu não sou um palhaço! Eu sou o louco que a encontrou morrendo de fome nas ruas e deu-lhe meu nome e meu amor!"

O público fica um pouco confuso, mas cativado pela intensidade da representação grita "Bravo!" Eles não têm idéia que o que está acontecendo no palco agora é perigosamente real. Somente Silvio, no público, está preocupado. Mas Nedda recusa-se decididamente a revelar o nome de seu amante, apesar do interrogatório histérico de Canio. Subitamente Canio puxa uma faca para fora e corre atrás de Neda, que tenta correr para a multidão. Ele a agarra e a apunhala. Ela chama pela ajuda de Silvio. Silvio, correndo em sua defesa, também é apunhalado. Enquanto a multidão recua horrorizada, o enlouquecido e exausto Canio fala "A comédia acabou!"

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

quinta-feira, junho 15, 2006

The Fairy Queen - Purcell


Nesse domingo, a Rádio Cultura FM estará irradiando a semi-ópera "A Rainha das Fadas", do compositor inglês Henry Purcell (1659-1695).

A ópera italiana não era então popular entre os inglêses, e a alternativa da moda era a chamada semi-ópera. Diferentemente da ópera, a música não se sobrepunha ao texto. Os autores não cantavam, declamavam. E, só depois de se calarem, é que a orquestra tocava à "maneira de interlúdio" ou como música ambiente.


O ANÚNCIO:


TEATRO DE ÓPERA
– O mundo da lírica em obras completas

PURCELL – A Rainha das Fadas
. – Solistas: Catherine Bott, Jeffrey Thomas, Michael Schopper. Coro e Orquestra Barroca de Amsterdã. Reg. Ton Koopman.

Apresentação: Maestro Walter Lourenção.

Masque em um prólogo e cinco atos de Henry Purcell; libreto adaptado de “A Midsummer Night's Dream”, de Shakespeare, provavelmente por Elkanah Settle.

Estréia: Dorset Gardens, Londres, abril de 1692. Perdida a partitura, publicou-se na London Gazette uma oferta de recompensa a quem a encontrasse, o anúncio provavelmente surtiu efeito, pois a obra voltou a ser apresentada, Drury Lane, 1703.

Novamente perdida, a partitura foi achada na biblioteca da Royal Academy of Music por John South Shedlock, que regeu uma apresentação em forma de concerto em Londres, St. George's Hall, 15 de junho de 1901. Outra récita em concerto: Londres, Morley College, 10 de junho de 1911, regência Gustav Hoist.

A primeira montagem cênica desde 1692 teve lugar em Cambridge, 10 de fevereiro de 1920, regência CB. Rootham. Estréia em Covent Garden: 12 de dezembro de 1946, com Audrey Bowman, Muriel Burnett, Constance Shacklock, Bruce Darnagel, Rhydderch Davies, Olive Dyer, Edgar Evans, David Franklin, Hubert Norville, Muriel Rae, Dennis Stephenson, adaptação e regência Constant Lambert, coreografia F. Ashton; retomada em 1951; Festival de Aldeburgh, 1967. Estréia alemã: Es­sen, 27 de junho de 1931, tradução de E. Schulz-Dornburg. San Francisco, 30 de abril de 1932; Bru­xelas, 28 de junho de 1935 (em francês); Festival de Berlim, 1966, pelo Theater am Gärtnerplatz de Munique, regência Kurt Eichorn.

PERSONAGENS:

O Duque; EGEUS, pai de Hermia;

LYSANDER, apaixonado por Hermia;

DEMETRIUS, apai­xonado por Hermia, noivo de Helena;

HERMIA, apaixonada por Lysander;

HELENA, apaixonada por Demetrius;

OBERON, rei das fadas;

TITANIA, rainha das fadas;

ROBIN GOOD-FELLOW;

Fadas.

Comediantes:

BOTTOM, o tecelão;

QUINCE, o carpinteiro;

SNUG, o marceneiro;

FLUTE, o consertador de foles;

SNOUT, o caldeireiro;

STARVELING, o alfaiate.

Cantores e dançarinos, ato I: criaturas feéricas, A NOITE. O MISTERIO. O SEGREDO. O SONO com seu séquito, cantores, dançarinos.

Cantores, ato III: ninfas, CORIDON e MOPSA, coro de faunos e de náiades, lenhadores e ceifeiros, dançarinos.

Cantores e dançarinos, ato IV: A PRIMAVERA, O VERÃO, O OUTONO, O INVERNO e seu séquito; PHOEBUS.

Cantores e dançarinos, ato V: ]UNO, chineses e chinesas, macacos.

O libreto acompanha de muito longe a peça de Shakespeare, com uma intriga fortemente diluída pelos episódios dançados. Resumimos aqui ape­nas a ação associada a música.

SINOPSE:

Ato I. Num palácio. Titania ordena as fadas que cantem e dancem para ela. As fadas trazem três poetas embriagados e os atormentam. Abertura: duo “Come, let us leave the town" (Vinde, deixemos a cidade); coro dos poetas, "Fill up the Bowl" (Enchei a taça).

Ato II. Um bosque, ao luar. Robin Good-Fellow dá a Oberon a flor mágica. Depois que se vão, Titania e as fadas vêm dançar e transformar o bosque em paisagem feérica. Elas invocam os es­píritos do céu, e aparecem a Noite, O Mistério, O Segredo e O Sono. Dança do séquito dos espíritos. Graças à flor mágica, Oberon adormece Ti­tania, Lysander e Hermia. Solo de Titania: "Co­me, all ye monsters" (Venham, espíritos); trio "Now join your warbling voices all" (Agora uni todos vossas vozes melodiosas); coro "Sing whi­le we trip in" (Cantai enquanto entramos na ponta dos pés); ária da Noite, "See, even night her self is here" (Vêde, até a noite está aqui). O Mistério: "I am come to lock all fast" (Vim para tudo fechar rapidamente); O Segredo: "One charming night" (Uma noite encantadora); O So­no: "Hush, no more, be silent all" (Calada, bas­ta, fazei silencio todos). Coro final.

Ato III. Mesmo local. Helena entra, Lysander des­perta e a segue. Os atores ensaiam sua peça, Ro­bin Good-Fellow os dispersa. Bottom retorna com a cabeça de asno e Titania, despertando, apaixona-se por ele - efeito mais uma vez da flor mágica. Eles saem. Oberon manda Robin Good-Fellow ir buscar Helena. Titania ordena as fadas que divirtam Bottom: faunos, dríades e náiades obedecem. Coridon e Mopsa brincam alegremente, perseguindo-se por um beijo recu­sado; uma ninfa canta. Dança dos ceifeiros. Co­ro final. Ária e coro: "If love's a sweet passion" (Se o amor é uma doce paixão); abertura; dan­ças das fadas; dança do homem verde; ária “Ye gentle spirits of the air" (Vós, gentis espíritos do ar); diálogo entre Coridon e Mopsa; canção da ninfa: 'When I have often heard" (Tenho ouvido muito); dança dos ceifeiros; ária e coro "A thousand, a thousand ways" (Mil, mil dife­rentes maneiras).

Ato IV. Mesmo local. Oberon reconcilia os na­morados, desperta Titania. Robin Good-Fellow livra Bottom de sua cabeça de asno. Titania pede musica para esperar o nascer do dia. O cenário muda, surgindo um jardim maravilhoso. En­tram as Quatro Estações e seu séquito. Phoebus aparece, saudado por todos. Balé das Quatro Estações. Ária e coro "Now the night is chac'd away" (Agora a noite se foi); duo "Let the fifes and the clarions" (Que os pífaros e clarins); árias "When a cruel long winter" (Quando um longo e cruel invemo), "Thus the ever grateful Spring" (Assim a Primavera, sempre benfaze­ja), "Here's the Summer. sprightly, gay" (Eis o Verão. alegre e saltitante), "See my many colour's fields" (Vêde meus muitos campos coloridos), "Next winter comes slowly" (Lentamente vem o próximo inverno).

Ato V. O Duque ordena aos caçadores que des­pertem os casais de namorados. Oberon, Titania e seu séquito aparecem e confirmam o que disse­ram. Chega Juno, que lhes dá seus conselhos. En­trada e balé dos chineses. o Himeneu os aben­çoa, Oberon e Titania concluem a cena com um epílogo falado. Epitalâmio 'Thrice happy lovers" (Amantes três vezes felizes); árias "Thus the gloomy world" (Assim o triste mundo), "Thus happy and free" (Assim felizes e livres), com repetição dos coros; "Yes, Xansi"; dança dos ma­cacos; ária "Hark, how all things" (Ouví, como todas as coisas); solos, trio e coro "Sure the dull god" (Certamente o tedioso deus); ária e coro "Hark, the ech'ing air" (Ouví o ar que ecoa); solo: “See, I obey" (Vêde, obedeço); duo 'Turn then thine eyes" (Vira então teus olhos); solo "My torch indeed" (Minha tocha, co'a breca); trio e coro: 'They shall be as happy" (Serão igualmen­te felizes); chacona.

Jacques

Texto baseado no Kobbé - O Livro Completo da Ópera

PS: O presente texto contou com a colaboração da minha sempre presente incentivadora Dal Ferr

quarta-feira, junho 07, 2006

Il Trovatore - Verdi


No próximo domingo a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará uma gravação clássica de Il Trovatore de Giuseppe Verdi, datada de 1970. Ainda da época da gravação "mono", esta é uma gravação importante do registro da obra.

O anúncio:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas

VERDI - Il Trovatore. Solistas: Leontyne Price, Placido Domingo, Sherrill Milnes, Fiorenza Cossotto. Coro da Ópera Ambrosiana. Orquestra Nova Filarmonia. Reg.: Zubin Mehta. Apresentação: maestro Walter Lourenção.

Ópera em quatro atos
Compositor: Giuseppe Verdi
Texto do libreto em italiano: Salvatore Cammarano, baseado na peça de Antonio García Gutiérrez El Trovador

Première Mundial: Roma, Teatro Apollo, 19 de janeiro de 1853.

Personagens:

Leonora - dama de companhia na corte aragonesa. Ela é cortejada pelo Conde Di Luna, mas o repele, pois se apaixona por um trovador misterioso que vem fazer serenatas para ela durante a noite (soprano)
Azucena - mãe de Manrico, uma cigana cuja mãe foi queimada em uma estaca por amaldiçoar o bebê do velho Conde Di Luna (meio-soprano).
Manrico - um seguidor do rebelde Urgel, sentenciado à morte, levando a vida como um fora-da-lei. Ele foi criado como um cigano por Azucena e ele se disfarça de trovador para cortejar Leonora (tenor)
Conde Di Luna - nobre aragonesa. Quando era pequeno, uma cigana matou o seu irmão, que era um bebê, como vingança pela execução de sua mãe. Seu pai o encarregou de encontrá-la e puni-la por seu crime cruel. Como Manrico, o Conde Di Luna também está apaixonado por Leonora (barítono).
Ferrando - capitão da guarda do palácio aragonês Serviu ao antigo e ao atual Conde Di Luna e testemunhou a morte da mãe de Azucena na fogueira (baixo).

Sinopse:

Ato I: É noite no hall do palácio de Aliaferia. Ferrando, um guarda veterano, mantém sua tropa de soldados do Conde Di Luna desperta contando a história de uma cigana que foi queimada em uma estaca por enfeitiçar o irmão bebê do Conde. Como vingança, a filha da cigana roubou o bebê e, aparentemente, o queimou nos restos da mesma fogueira que matou sua mãe. Não querendo acreditar que seu filho estava morto, o velho conde incumbe seu outro filho, o atual Conde Di Luna, de encontrar a filha da cigana.

Em outro lugar do palácio, Lady Leonora espera por uma visita do misterioso trovador que tem feito serenatas para ela. Ela diz a Inez, sua dama de companhia, como ela encontrou o estranho pela primeira vez, quando ela o coroou como vencedor de um torneiro de cavaleiros, mas, em seguida, a guerra civil começou e um longo período de tempo se passou até que ele apareceu sob sua sacada uma noite.

Desafiado por Di Luna, o estranho revela que ele é Manrico, um seguidor do rebelde Urgel e sentenciado à morte. Enquanto Leonora pede insistentemente ao conde que a mate, os dois homens se preparam para um duelo.

No mesmo instante que as duas mulheres partem, Di Luna aparece e pretende, ele mesmo, fazer uma serenata para Leonora. Antes que possa começar, a voz distante do trovador é ouvida, cantando a melancolia da vida de um fora-da-lei. Leonora desce para encontrar-se com o trovador e deixa os dois homens com raiva - primeiro correndo para Di Luna na escuridão e, em seguida, percebendo o seu erro e correndo para os braços do trovador.

Ato II: Vários meses mais tarde, em seu acampamento na montanha, um grupo de ciganos manejam martelos, ocupando-se de seu ofício. Eles param de trabalhar para ouvir uma das ciganas idosas, Azucena, contar como ele, uma vez, viu uma mulher ser queimada em uma estaca. Quando os outros partem, ela vira-se para Manrico e conta-lhe mais detalhes: a mulher que foi levada acorrentada para a estaca era sua própria mãe, a avó de Manrico.

Para vingar sua morte, Azucena pretende jogar o filho do velho conde nas chamas, mas distraidamente, ela joga seu próprio filho. Manrico, que acredita ser seu filho, fica confuso com a história, mas ela reafirma o seu amor de mãe, lembrando-lhe que ela cuidou dele, devolvendo-lhe à vida após a recente Batalha de Pelilla, onde ele foi atacado pelas tropas de Di Luna. Ela, então, pergunta por que, em seu duelo anterior com Di Luna, Manrico não havia matado o rival; Manrico diz que uma força estranha segurou sua mão.

Quando Azucena murmura sobre o grito de morte de sua mãe pedindo por vingança, um outro cigano, Ruiz, avisa que as forças de Urgel capturaram o bastião de Castellor e que Manrico deveria providenciar sua defesa. Leonora, enganada por notícias da morte de Manrico, está prestes a entrar para um convento nos arredores. Embora Azucena tente impedi-lo, Manrico insiste em ir salvar Leonora.

No pátio do convento, Di Luna aparece com seus servidores, também pretendendo levar Leonora. Inspirado pelo amor, Di Luna declara que nem mesmo Deus pode tirar Leonora dele. Ouvem-se as freiras em um coral de renovação de confiança para Leonora que aparece pronta para fazer seus votos. Ao mesmo tempo em que Di Luna sai de seu esconderijo, Manrico chega, para a felicidade de Leonora. Quando ele força o recuo dos homens de Di Luna, ele a leva para fora.

Ato III: Di Luna e seus soldados montam um acampamento próximo a Castellor para recapturá-la. Estão impacientes a espera do ataque, mas Di Luna relembra cruelmente que Leonora está com Manrico na fortaleza. Ferrando vem contar-lhe que uma cigana com aparência suspeita foi encontrada próxima ao acampamento. Ela é Azucena, que responde à pergunta de Di Luna dizendo que ela viveu uma existência miserável suportada somente pelo amor de seu filho, que a deixou, e que ela está tentando encontrá-lo. Ferrando, percebendo sua semelhança com a velha bruxa que foi queimada em uma estaca, a acusa de ter queimado o irmão do conde. Di Luna ordena que ela seja amarrada, apesar de suas súplicas e, quando ela chama por Manrico ele exulta por ter capturado a mãe de seu rival.

Dentro de Castellor, Manrico e Leonora se preparam para se casar, no meio dos preparativos para a batalha. Manrico jura seu amor, mas enquanto eles trocam palavras de ternura, Ruiz entra com notícias que Azucena será queimada em uma estaca. Vendo as chamas, Manrico junta seus homens para o resgate.

Ato IV: Do lado de fora da torre de Aliaferia, onde o capturado Manrico definha, Leonora chega, levada por Ruiz, esperando resgatar o seu amado. Ela transmite seu amor para confortá-lo e quando ouve os monges entoarem o Miserere pelo condenado, ela fica ansiosa, enquanto o adeus de Manrico é ouvido da torre. Ela promete salvá-lo ou morrer com ele. O conde chega declarando que o amor por Leonora o levou a atos ousados. Ao encontrá-la lá, ouve seus apelos, em meio ao choro, pela vida de Manrico; como uma última medida desesperada, ela se oferece em troca da liberdade de Manrico. Di Luna aceita e prepara a libertação de Manrico. Neste meio tempo, Leonora toma o veneno que está escondido em seu anel.

Dentro da torre, Azucena está deitada, tendo espasmos, enquanto Manrico lhe diz palavras de conforto. Mais uma vez ela é assombrada por visões da estaca. Sentindo-se próxima da morte, ela imagina voltar com Manrico para as montanhas. Leonora vem contar a Manrico que ele está livre, mas ele imagina, furioso, o preço que ela pagou. Ela explica que se envenenou e que está morrendo. Di Luna entra e, vendo Leonora morrer, percebe que foi enganado. Ordena que Manrico seja decapitado e arrasta Azucena para a janela para testemunhar a execução - quando ela lhe conta que Manrico é seu verdadeiro irmão. Azucena diz, com voz entrecortada, que, finalmente, sua mãe está vingada.


Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service