quinta-feira, abril 27, 2006

Le Nozze di Figaro - Mozart

Le Nozze di Figaro: (left to right) Sandra Piques Eddy as Cherubino, Darina Takova as Countess Almaviva, and Isabel Bayrakdarian as Susanna

Photo: Robert Millard

No próximo domingo, dia 30 de Abril, às 15:00hs. a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará uma das mais famosas óperas de Mozart, Le Nozze di Figaro.

O anúncio é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
MOZART - As Bodas de Fígaro. Solistas: Soile Isokoski, Andrea Rost, Alice Coote, Peter Mattei, John Relyea. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Mark Wigglesworth

Personagens:

Figaro - (baritono) Barbeiro, criado do Conde Almaviva, noivo de Susanna.

A Condessa - (soprano) A Condessa Almaviva (primeiro nome, Rosina, do Barbeiro de Sevilha), mulher do Conde. Ela ainda ama o seu marido embora saiba dos planos deste para enganá-la.

Conde Almaviva - (barítono) Patrão de Figaro e Susanna; embora tenha estado apaixonado por sua mulher, a Condessa, agora ele persegue a noiva de Fígaro, Susanna.

Susanna - (soprano) A viva e linda empregada da Condessa, noiva de Fígaro.

Cherubino - (mezzo-soprano) Um pagem encantador, jovem e que ainda lida mal com a sua condição de adolescente, vive flertando. (Obs.: É interpretado por uma voz feminina)

Doutor Bartolo - (baixo) Um dos guardiões da Condessa, alimenta uma raiva intestina contra Fígaro por este ter ajudado o Conde a roubá-la no Barbeiro de Sevilha.

Marcellina - (soprano) Faz um contrato bizarro com Fígaro. Este deve casar-se com ela caso não pague seu empréstimo.

Don Basilio - (tenor) Um professor bisbilhoteiro.


Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Texto em italiano: Lorenzo da Ponte, baseado no Le Mariage de Figaro de Beaumarchais

Sinopse:

Antes do início da ópera: Na Il Barbiere di Siviglia (O barbeiro de Sevilha), Figaro, o barbeiro da cidade e especialista de todos os ofícios fica sabendo que o arrojado Conde Almaviva ama a jovem, rica e bela Rosina, protegida e futura esposa do rígido Dr. Bartolo. Rosina é castigada juntamente com o Conde, mesmo nunca o tendo encontrado. Figaro organiza um plano para reunir os dois. Quando a ópera Le Nozze di Figaro começa, Rosina (agora a Condessa) e o Conde já estão casados.

Ato I. Nos quartos dos criados, Figaro, o criado do Conde, prepara-se para seu casamento com Susanna, a criada da Condessa. Figaro sente-se ultrajado quando Susanna conta-lhe que o Conde planeja exercer seu direito de senhor - o direito de um nobre de tomar o lugar do noivo na noite de núpcias de seus criados. Figaro decide ludibriar o Conde.

Os ardilosos Dr. Bartolo e Marcellina entram em cena. Figaro havia prometido casar-se com Marcellina ao pedir emprestado seu dinheiro e ela agora está decidida a fazer com que Figaro mantenha sua palavra. Bartolo, o advogado de Marcellina, também está ansioso em vingar-se de Figaro por injustiças do passado. Bartolo sai quando Susanna retorna. Marcellina e sua rival Susanna trocam insultos na forma de cumprimentos exagerados. Marcellina sai enraivecida.

Cherubino, o pajem adolescente romântico e sem esperanças, chega sem fôlego. Ele se sente atraído pela Condessa e foi apanhado, envolvido com Barbarina, a filha do jardineiro. Por esta razão, o Conde pretende dispensar Cherubino de seus serviços. Quando Cherubino está para sair, ele vê o Conde se aproximando e esconde-se atrás de uma poltrona. O Conde entra e pede a Susanna que o encontre no jardim naquela noite.

Ao escutar Basilio, o professor de música bisbilhoteiro aproximar-se, o Conde esconde-se no mesmo local que Cherubino e este desliza sob a cadeira. Basilio diz a Susanna que ela deveria estar contente por ter a atenção do Conde e não de Cherubino que cobiça todas as mulheres.

Ainda escondido, o Conde escuta Basilio dizer que Cherubino deita os olhos para a Condessa. Escandalizado, o Conde deixa seu esconderijo. Justamente no dia anterior ele havia encontrado Cherubino com Barbarina no chalé do jardineiro. Agora, mais do que nunca, o Conde quer livrar-se de Cherubino. Ele levanta o tecido que cobre a poltrona e, mais uma vez descobre Cherubino.

Enquanto o Conde se esforça para saber o que está acontecendo, Figaro entra em cena com um grupo de camponeses que canta em louvor do Conde e joga flores a seus pés. Figaro elogia o Conde publicamente por abolir o direito de senhor ao ter se casado com a Condessa. O Conde sabe que Figaro é capaz de acabar mal e jura ser mais esperto que ele.

O Conde finge perdoar Cherubino oferecendo-lhe um posto em seu regimento particular. Cherubino tem que partir imediatamente para Sevilha. Figaro, contente por ver a partida de um dos admiradores de Susanna, deseja-lhe tudo de bom.

Ato II. Na privacidade de seu quarto, a Condessa visita o Amor para trazer seu marido de volta. Susanna entra e confirma as suspeitas da Condessa, de que o Conde tem feito propostas a ela. Susanna conta também sobre o ciúmes do Conde em relação a Cherubino e sua esposa.


Figaro chega com um plano para evitar a intenção do Conde de interromper o casamento. Ele propõe enviar uma mensagem ao Conde que sugere que a própria Condessa tem um amante que ela irá encontrar no jardim naquela noite. Cherubino passará por Susanna e encontrará o Conde, que acreditará estar vingando-se da infidelidade da esposa - o Conde também acreditará estar tendo sucesso com Susanna e não tentará mais interromper o casamento.

Figaro sai e Cherubino entra, cantando à Condessa seu amor doentio. A Condessa e Susanna fantasiam Cherubino como Susanna. Escuta-se o Conde do lado de fora, bravo pela porta estar trancada. Cherubino corre para o quarto de vestir adjunto batendo na mesa de vestir. O Conde escuta e começa a suspeitar. Ele havia recebido a carta de Figaro e agora suspeita que o amante da Condessa esteja escondido na sala ao lado. A Condessa lhe garante que o barulho é somente o de Susanna trocando de roupa. (Susanna está escondida atrás de uma tela na sala.) O Conde insiste para que a Condessa vá com ele enquanto manda vir as ferramentas para forçar a porta do quarto de vestir.

Susanna, sem ser vista pelo Conde, escutou tudo e diz a Cherubino para abrir a porta do quarto. Ela tranca-se no interior do quarto e Cherubino pula pela janela, momentos antes que o Conde e a Condessa voltem. Ao ver a porta aberta, a Condessa admite que era Cherubino quem estava trancado na sala. O Conde jura Cherubino de morte, mas para a surpresa deles, é Susanna quem sai do quarto de vestir.

Susanna e a Condessa admitem que a carta de Figaro era uma fraude. Figaro chega e anuncia que as festividades do casamento já vão começar. No momento em que Figaro percebe que a Condessa e Susanna descobriram o segredo, Antonio, o jardineiro, invade a sala reclamando que alguém pulou pela janela arruinando seu canteiro de flores.

O Conde suspeita de Cherubino, mas Figaro diz que foi ele. Figaro finge estar machucado e começa a mancar. No final entram Marcellina e Bartolo para prestar queixa contra Figaro. O Conde, completamente confuso, percebe uma oportunidade de afirmar sua autoridade e declara que ele próprio julgará o caso.

Ato III. No salão principal, decorado para o casamento, o Conde vaga sozinho, tentando refletir sobre os estranhos acontecimentos do dia. No fundo, sem serem notadas pelo Conde, a Condessa diz a Susanna para marcar um encontro com o Conde para aquela mesma noite. Susanna adianta-se e o Conde lembra-lhe que Figaro ainda pode ter que se casar com Marcellina. Susanna diz que ela quitará o débito com Marcellina com o dote que o Conde lhe prometeu. Ele responde que sua promessa de dote dependia da resposta de Susanna aos seus carinhos. Susanna então concorda em encontrar o Conde no jardim naquela noite.

Momentaneamente satisfeito, o Conde fica enraivecido ao escutar Susanna dizer a Figaro, "Nós ganhamos nosso caso" O Conde jura fazer o que for necessário para conquistar Susanna.

Don Curzio, um advogado, entra com Figaro, Bartolo e Marcellina para ouvirem a decisão do Conde: Figaro deve pagar Marcellina ou casar-se com ela. Figaro protesta, dizendo ser um órfão de berço nobre e não poder se casar sem o consentimento de seus pais. Uma tatuagem em seu braço o identifica como o filho há muito tempo perdido de Marcellina e Bartolo!

Susanna chega com o dinheiro para pagar a dívida de Figaro e fica chocada ao ver seu noivo abraçando Marcellina, mas logo percebe que Figaro está abraçando sua mãe. Marcellina e Bartolo perdoam a dívida e abençoam o casamento de Figaro e Susanna. O plano do Conde falha e ele fica furioso.

Todos deixam o salão e Barbarina, a filha do jardineiro, entra com Cherubino preparada para ajudá-lo a vestir-se como mulher. Os dois saem e a Condessa entra em cena sozinha, pensando no que poderia ter acontecido com a confiança e a intimidade que ela já havia tido com seu marido. A Condessa sai e Antonio, o jardineiro, entra com o Conde e conta-lhe que Cherubino está disfarçado em mulher. Os dois saem para investigar o que está acontecendo e a Condessa volta com Susanna.

Cherubino, vestido como mulher, lidera um coro de garotas camponesas oferecendo flores à Condessa. A Condessa e Susanna suspeitam que seja Cherubino - uma suspeita confirmada por Antonio que arranca a peruca do pajem. O Conde entra e ameaça punir Cherubino. Barbarina embaraça o Conde ao lembrá-lo que todas as vezes que ele a beijou, havia prometido que lhe satisfaria qualquer desejo: agora ela desejava casar-se com Cherubino. O Conde se pergunta por que razão todas as situações se voltam contra ele.

Figaro entra e sugere que todos comecem a dançar. Cherubino admite que fora ele quem havia pulado da janela, o que fez de Figaro um mentiroso. Escuta-se a marcha nupcial e a dupla cerimônia de casamento vai começar. Enquanto o Conde e a Condessa presidem a cerimônia, Susanna passa ao Conde um bilhete fechado com seu alfinete de chapéu. O Conde espeta o dedo e deixa cair o alfinete, que é encontrado por Figaro. O Conde convida a todos para celebrarem os casamentos.

Ato IV. Mais tarde, na mesma sala, Barbarina é enviada pelo Conde para encontrar o alfinete de Susanna, mas não consegue achá-lo. Figaro entra e fica sabendo do significado do alfinete: o Conde deseja que ele seja entregue a Susanna como um sinal de que ele a estará esperando no jardim naquela noite. Figaro fica enfurecido. Finge encontrar o alfinete no chão e o dá a Barbarina que sai correndo.

Figaro procura Marcellina, sua mãe, para confortá-lo.

Barbarina entra no jardim, esperando encontrar Cherubino. Ela se esconde ao ver uma pessoa oculta. É Figaro que levou consigo Basilio e Bartolo para testemunharem o Conde restaurando o direito de senhor. Figaro esconde-se ao ver a Condessa entrando com Marcellina e Susanna disfarçada. Sabendo que Figaro está escutando, Susanna canta uma serenata para vingar-se das suspeitas de Figaro: em tons melodiosos ela espera por seu amante, mas sem dizer seu nome.

Cherubino chega e como a Condessa e Susanna haviam trocado de roupas ele pensa estar falando com Susanna quando, na verdade está falando com a Condessa. A Condessa o expulsa ao escutar Figaro entrando. Cherubino esconde-se com Barbarina e o Conde, confundindo Figaro com Cherubino no escuro, esmurra suas orelhas.

Finalmente o Conde vê "Susanna"(na verdade a Condessa) e lhe oferece um anel.

Figaro descobre o plano e espanta o Conde, dizendo que as pessoas estão chegando. Fingindo confundir Susanna com a Condessa, ele sugere que eles se tornem amantes para se vingarem do Conde. Susanna, ainda disfarçada, esbofeteia Figaro, que admite saber que era ela. Os dois retomam o disfarce para deixar o Conde furioso, pois este volta e encontra Figaro cortejando a suposta Condessa. O Conde quer denunciar sua esposa e chama todos para testemunharem. Logo percebe que foi enganado pelo disfarces das mulheres.

Ajoelhando-se em frente à Condessa, o Conde implora seu perdão, e ela o perdoa. Todos saúdam o final feliz de um longo e louco dia.

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Mais uma vez Mozart consegue unir boa música a um folhetim. Desta comédia de pouca profundidade, continuação de uma outra ópera, Il Barbieri de Siviglia, Mozart e Da Ponte, apoderam-se de personagens conhecidos, contam uma nova estória, com seus personagens em nova roupagem.

O resultado, longe de ser uma aventura requentada, é dos melhores. Mozart consegue verdadeira proeza ao colocar duetos, tercetos, quartetos e chegando a um inédito hepteto criando música de ótima qualidade sobre uma comédia hilária.

Se o enrêdo é discutível em termos de realidade, ninguém se importa. Os resultados são umas boas horas de entretenimento e de boas risadas.

Boa audição!

Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

quinta-feira, abril 20, 2006

Don Pasquale - Donizetti

Don Pasquale at Deutsche Oper Berlin: Ofelia Sala as Norina, Kenneth Tarver as Ernesto, and Bruno Pola as Don Pasquale

Photo: Bernd Uhlig


No próximo domingo, a Radio Cultura FM de São Paulo apresentará a ópera Don Pasquale de Gaetano Donizetti.

O anuncio é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
DONIZETTI - Don Pasquale. Solistas: Anna Netrebko, Juan Diego Flórez, Mariusz Kwiecien, Simone Alaimo. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera.

Às vezes uma boa ópera bufa vem bem a calhar. É uma ópera que brinca com situações simples e que levam ao riso fácil. Donizetti fez várias óperas nesse tom, mais para divertir do que para ser levada como peça dramática. É fácil de escutar, melodias simples e situações cômicas, uma fórmula de sucesso em qualquer época.

Personagens:

Norina (soprano) — Uma viúva bela e jovem, apaixonada por Ernesto.

Ernesto (tenor) — Sobrinho de Dom Pasquale, apaixonado por sua noiva Norina.

Doutor Malatesta (barítono) — Amigo da Família Pasquale. Um cara engenhoso e astuto que não poupa recursos na hora de pregar uma peça.

Notaro (baixo-barítono) — Carlotto, primo do Doutor Malatesta. Disfarça-se de juiz de paz para celebrar o falso casamento de Dom Pasquale.

Dom Pasquale da Corneto (baixo) — Um velho solteirão, rico e teimoso.

Sinopse:

PRIMEIRO ATO: Cena I. Um quarto na casa de Dom Pasquale em Roma, metade do século XVIII. O pomposo velho Dom Pasquale está furioso com Ernesto, seu sobrinho e herdeiro. Dom Pasquale encontrou uma rica esposa para Ernesto, mas ele está apaixonado pela bela Norina e não quer saber de outra mulher. Dom Pasquale acha que Norina não é rica o suficiente para Ernesto. Ele ordenou que seu sobrinho a deixe ou esqueça sua herança.

A ópera se inicia com Dom Pasquale anunciando que está cansado da desobediência de seu sobrinho. Ele vai casar-se e constituir novos herdeiros — isso ensinará Ernesto! Por sorte, o Doutor Malatesta, amigo da família, conhece a noiva perfeita: sua própria irmã, Sofrônia. Ela é linda, jovem e modesta – na realidade, ela quase não sai de seu convento-escola. Pasquale já se sente mais jovem; ele não pode esperar para começar sua nova família.

Ernesto aparece e Dom Pasquale lhe oferece uma última chance para desistir de Norina e manter sua herança. Ernesto, claro, recusa. “Tá bom então; comece a procurar por um novo lugar para morar!”, cacareja Dom Pasquale. Ele o expulsa de casa e anuncia que vai se casar.

Chocado, Ernesto pensa que o velho está brincando; ele sugere que Dom Pasquale peça conselhos ao Doutor Malatesta. Pasquale presunçosamente o informa que está se casando com a própria irmã do doutor. Ernesto fica arrasado.

Cena II. Mais tarde, no mesmo dia, na casa de Norina. À sós em seu quarto, Norina lê um livro sobre o amor cavalheiresco. Ela sorri; também ela sabe como usar um sorriso fugaz e uma lágrima de crocodilo para capturar o coração de um homem. Ela recebe uma carta de Ernesto informando-a que Dom Pasquale está se casando. O recém-desamparado Ernesto agora não tem escolha senão ir buscar sua própria fortuna no exterior. Ele vai partir de Roma naquele mesmo dia.

Norina fica completamente preocupada – até que o Doutor Malatesta aparece com um plano que certamente trará Dom Pasquale de volta à realidade. Norina, que nunca conheceu o velho, se fará passar pela recatada irmã de Malatesta, Sofrônia, e casará com Dom Pasquale numa cerimônia encenada. Uma vez que eles estejam casados, “Sofrônia” levará o homem à beira da loucura; ele será forçado a dar o que ela quiser somente para se ver livre dela.

O próximo passo do Doutor Malatesta é ensinar Norina a agir como uma “coisinha simples e doce”. Norina porém prova que é ela quem deve dar as classes. Malatesta aplaude sua habilidade; ele sabe que não vai demorar muito antes que os fogos de artifício estourem.

SEGUNDO ATO: De volta à casa de Dom Pasquale, Ernesto está desiludido. Ele foi desonrado, seu amigo Malatesta provou ser um inimigo disfarçado – e ele poderá perder Norina para sempre. Ele sai em desespero.

Entra Dom
Pasquale, vestido em esplêndidas roupas nupciais. O Doutor Malatesta chega com “Sofrônia”. Já encenando, Norina interpreta com perfeição uma tímida moça de convento. Pasquale fica deleitado com a recatada e submissa jovem e fica nervoso como um garoto de primário ao lado dela. Ele concorda em dividir metade de seus bens e obedecê-la à todo instante.

Durante a cerimônia nupcial enganosa (conduzida pelo primo de Malatesta, que se faz passar por juiz de paz), Ernesto adentra para dizer adeus a seu tio. Ele fica estático ao ver Norina. Malatesta intempestivamente puxa Ernesto para o canto e o convence a não fazer uma cena. Ele deve apenas desfrutar da comédia que presenciará.

No momento em que o falso contrato de casamento é assinado, “Sofrônia” deixa sua doçura ingênua de lado. Ela se nega a abraçar Pasquale e até ameaça matá-lo se ele não se comportar. Ernesto começa a sorrir. Furioso, Pasquale ordena que ele vá embora de uma vez. “Sofrônia” friamente desdiz o velho, exigindo que Ernesto fique. Pasquale grita a Malatesta que ela mudou, mas Malatesta faz-se de completamente atônito.

“Sofrônia” dobra o salário dos serventes. Ela ordena uma completa redecoração da casa, compra para si todo um novo guarda-roupa e um novo estábulo cheio de cavalos. Ernesto finalmente entende que foi puro amor que fez com que Norina aceitasse a encenação. A fastidiosa “Sofrônia” e o teimoso Dom Pasquale brigam como gato e rato até que o Doutor recomenda que o furioso e velho marido vá dormir.

TERCEIRO ATO: A casa de Dom Pasquale foi transformada. Chapéus, peles e vestidos caros estão espalhados por todo canto. Multidões de serventes correm de um lado à outro, enquanto Dom Pasquale perde-se numa montanha de contas. “Sofrônia” passa por ele, marchando em seu caminho ao teatro. Quando Pasquale a proíbe de sair de casa, ela simplesmente dá-lhe uma bofetada e passeia por ele. Humilhado, o velho logo avisa que pedirá o divórcio, mas suas palavras entram por um ouvido e saem por outro.

Ao sair, Norina “acidentalmente” deixa cair uma carta, que Pasquale, claro, lê. É uma carta de amor convidando “Sofrônia” a encontrar-se naquela noite, no jardim, com um amante anônimo. Louco para flagrar sua mulher, Dom Pasquale manda buscar o Doutor Malatesta.

Mais tarde naquela noite, Malatesta dá instruções específicas à Ernesto para seu encontro com “Sofrônia”. Ele deve ficar completamente anônimo e desaparecer tão logo veja Dom Pasquale chegar. Ernesto sai correndo para colocar a próxima fase do plano de Malatesta em ação.

Dom Pasquale
caminha trôpego, uma sombra do que era antes. Seu casamento está estraçalhando seus nervos; tudo o que ele deseja era ter deixado Ernesto casar-se com Norina. Ele mostra a carta de “Sofrônia” ao Doutor Malatesta. O Doutor sugere que eles surpreendam “Sofrônia” com seu amante e a force a aceitar um divórcio.

Cena II. Naquela noite, Ernesto canta para Norina no lado de fora do portão do jardim de Dom Pasquale. Norina anda de ponta de pé para encontrar com ele e juntos cantam um lindo dueto de amor.

Ao escutar passos, Ernesto desaparece nas sombras. Dom Pasquale e o Doutor Malatesta saltam de dentro dos arbustos e apontam lanternas para “Sofrônia”, mas não conseguem ver seu amante. Enquanto o velho procura pelo jardim, Ernesto entra de soslaio dentro da casa.

Dom Pasquale duramente ordena que Sofrônia deixe sua casa, mas ela se nega a ir. Mesmo por que a casa também é dela! Pasquale está começando a pensar que nunca vai poder livrar-se dela. Então o Doutor Malatesta diz à “Sofrônia” que outra mulher logo fará parte da família – a Norina de Ernesto. “Nunca!”, diz “Sofrônia”; ela prefere partir a dividir sua casa com a vil Norina. Pasquale deleita-se. Finalmente encontrou uma maneira de livrar-se de sua monstruosa esposa!

O Doutor Malatesta pede que Ernesto saia de casa e diz que, afinal de contas, seu tio permitirá que ele se case com Norina. Dom Pasquale implora à Ernesto que encontre Norina o mais rápido possível — ele não pode agüentar “Sofrônia” nem mais um segundo.

Finalmente Malatesta revela que “Sofrônia” realmente é Norina; o casamento do Dom era um fingimento. A verdadeira “Sofrônia” nunca saiu do convento. O Doutor gentilmente explica que a única maneira de evitar que Dom Pasquale se casasse com alguém era enganando-o. Dom Pasquale considera a humilhação um pequeno preço por livrar-se da repulsiva “Sofrônia”. Ele abençoa os amantes e, enquanto as cortinas se fecham, todos cantam juntos a moral da estória: “Está frouxo do juízo o que se casa de velho”.


Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service


quarta-feira, abril 12, 2006

Manon - Massenet

Marcelo Avarez as des Grieux and Renée Fleming as Manon Lescaut in Massenet's Manon at the Bastille


No próximo domingo, como de hábito, a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará às 15:00hs. a sua ópera semanal. Desta vez a Manon de Jules Massenet.

O anúncio ,com a relação dos cantores, é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
MASSENET - Manon. Solistas: Renée Fleming, Massimo Giordano, Jean-Luc Chaignaud, Julien Robbins. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Jesús López-Cobos.

É sempre bom relembrar que esta audição é a que foi ao ar, ao vivo, no sábado que antecede a apresentação, ou seja, o dia 08 de Abril de 2006.

Personagens:

Manon (Soprano) - Uma jovem coquete cujo amor condenado por Le Chevalier des Grieux motiva a ópera.

Le Chevalier des Grieux (Tenor) - Um jovem nobre que se apaixona perdidamente por Manon, contra a vontade de seu pai.

Lescaut (Barítono) - Primo de Manon cuja responsabilidade é olhar por ela, mas passa a maior parte do tempo jogando com seu interesse amoroso, sempre em modificação.

Le Comte
des Grieux (Baixo) - Pai do jovem Chevalier, que é fortemente contra o casamento de seu filho e Manon e faz de tudo para manter o casal separado.


Guillot de Morfontaine (Tenor) e De Brétigny ( Barítono) - Dois nobres que competem pela afeição de Manon.

Rosette, Poussette, Javotte (Soprano) - Três jovens atrizes que estão constantemente flertando com Guillot.


Música por Jules Massenet
Texto em francês por Henri Meilhac e Philippe Gille, baseado no romance de Abbé Prévost.


Sinopse

Ato Um: França, 1721. No pátio de uma estalagem, dois roués de meia idade, o ministro das finanças Guillot de Morfontaine e o recebedor de impostos Bretigny, pedem o jantar. Sua refeição chega e o dono da estalagem chama sua atenção para uma carruagem que está chegando. Lescaut, um soldado, entra para se encontrar com sua prima Manon, que acabara de chegar na carruagem. Ele a localiza, uma menina de dezesseis anos que tagarela sobre sua primeira viagem longe de casa.

Guillot, vendo Manon, começa a flertar com ela para o divertimento de Bretigny e de três atrizes conhecidas-Rosette, Pousette e Javotte. Guillot diz que ele arrumará uma carruagem e a levará com ele. Lescaut, preparando-se para reunir-se novamente a seus companheiros, adverte Manon para que se comporte adequadamente: ela deve evitar falar com estranhos e deve lembrar-se que ele é o guardião da reputação da família. Pensando que em breve estaria na escola em um convento, Manon dá adeus a seus sonhos juvenisGuillot, vendo Manon, começa a flertar com ela para o divertimento de Bretigny e de três atrizes conhecidas - Rosette, Pousette e Javotte. Guillot diz que ele arrumará uma carruagem e a levará com ele. Lescaut, preparando-se para reunir-se novamente a seus companheiros, adverte Manon para que se comporte adequadamente: ela deve evitar falar com estranhos e deve lembrar-se que ele é o guardião da reputação da família. Pensando que em breve estaria na escola em um convento, Manon dá adeus a seus sonhos juvenis.

O jovem Chevalier Des Grieux passa e ao ver Manon fica enamorado. Quando sabe que ela será levada para um convento ele promete salvá-la de tal destino e o casal escapa na carruagem que Guillot havia pedido. Quando Guillot e Lescaut percebem que Manon fugiu, Lescaut promete encontrar sua jovem prima.

Ato Dois: Em um modesto apartamento em Paris. Manon olha sobre o ombro de Des Grieux enquanto ele escreve para seu pai, descrevendo-a, esperando que obtenham permissão para se casar. De repente, Lescaut irrompe porta adentro com Bretigny, que se disfarçou de guarda. Des Grieux convence Lescaut de suas intenções honradas e mostra-lhe a carta. Ato Dois: Em um modesto apartamento em Paris. Manon olha sobre o ombro de Des Grieux enquanto ele escreve para seu pai, descrevendo-a, esperando que obtenham permissão para se casar. De repente, Lescaut irrompe porta adentro com Bretigny, que se disfarçou de guarda. Des Grieux convence Lescaut de suas intenções honradas e mostra-lhe a carta.

Neste meio-tempo, Bretigny estava tentando, sem sucesso, cortejar Manon. Ele a avisa que Des Grieux será levado, por ordem de seu pai, e que um futuro com o jovem cavalheiro somente significaria pobreza para a experiente Manon. Manon tortura-se pela decisão que tem que tomar.

Todos partem e Des Grieux está fora para enviar sua carta. Sozinha, Manon tenta decidir entre o amor e as riquezas, pendendo para a última. Quando retorna, Manon tenta detê-lo quando ele abre a porta para os mensageiros de seu pai, que o levam a força. Angustiada, Manon grita "Meu pobre cavalheiro"! Neste meio-tempo, Bretigny estava tentando, sem sucesso, cortejar Manon. Ele a avisa que Des Grieux será levado, por ordem de seu pai, e que um futuro com o jovem cavalheiro somente significaria pobreza para a experiente Manon. Manon tortura-se pela decisão que tem que tomar.

Todos partem e Des Grieux está fora para enviar sua carta. Sozinha, Manon tenta decidir entre o amor e as riquezas, pendendo para a última. Quando retorna, Manon tenta detê-lo quando ele abre a porta para os mensageiros de seu pai, que o levam a força. Angustiada, Manon grita "Meu pobre cavalheiro"!

Ato Três: Em um feriado em Cours la Reine, um Parque parisiense. Pousette, Javotte e Rosette tentam escapar de seu, algumas vezes, cliente Guillot. Lescaut entra e canta elogios a sua atual amada, Rosalinde, bem como à Sorte após o seu sucesso nas mesas de jogo. Bretigny entra e caçoa Guillot devido a suas mulheres, mas acrescenta que espera que Guillot não roube Manon dele. Guillot nega qualquer intenção de fazer isto, mas pergunta se Bretigny realmente se recusou a trazer a trupe da Ópera para apresentar-se em sua casa, apesar do pedido de Manon. Quando Bretigny confirma esta história, Guillot alegremente canta uma pequena cançoneta para si mesmo sobre roubar Manon.

A multidão está admirando Manon que está cantando o quanto ela aproveita a vida como rainha do demi-monde. Aplaudida por sua bravata, ela canta outra canção, uma gavota sobre aproveitar a mocidade. Depois, enquanto está fazendo compras nas barracas, Manon ouve por acaso o Conde Des Grieux e manda Bretigny comprar uma pulseira que ela quer.

Fingindo ser amiga da amada do cavalheiro, o conde responde que seu filho irá se tornar um abade no seminário de St. Sulpice e que ele aprendeu a esquecer. Quando ele se desculpa, Guillot trás o balê da Ópera de Paris para se apresentar para Manon, esperando ganhá-la, mas ela está tão distraída que mal percebeu a apresentação.

Em St. Sulpice, Des Grieux sai da igreja e encontra-se com seu pai, o conde. O conde o cumprimenta e diz para não se apressar em fazer seus votos, mas que se case com alguma boa moça e estabeleça-se. Vendo como seu filho estava com aparência séria, o conde oferece algum dinheiro e sua parte no testamento de sua mãe para vencer as dificuldades até obter um cargo religioso. Após o conde partir, Des Grieux dá adeus ao sonho que o prendia à vida mundana.

Manon aparece e implora para falar com Des Grieux. A princípio, o cavalheiro fica aborrecido em ver Manon, mas ela fala de maneira persuasiva sobre seu arrependimento e, finalmente, pega sua mão e pergunta se o seu toque não traz recordações. Ele vacila quando um sino toca chamando para as orações. Ele finalmente confessa que ainda está apaixonado por ela.

Ato Quatro: No Hotel de Transylvanie em Paris. Lescaut está em uma maré de sorte e canta à sua amada, a rainha de espadas. Guillot é jovial até que Manon entra com seu rival, Des Grieux. Este que veio a contragosto, reconhece que a vida mundana de Manon é a ruína de ambos. Uma vez que eles haviam acabado com sua herança, ele terá que ganhar dinheiro.

Lescaut perde, mas, contudo, incentiva Des Grieux a apostar na sorte de iniciante. Quando Des Grieux ganha algumas rodadas contra Guillot, os elogios de Manon a seu amante levam Guillot a ponto de acusar o cavalheiro de estar roubando. Manon quer partir mas Des Grieux acha que, se partir, parecerá, realmente, que ele estava roubando. A polícia chega e Des Grieux e Manon são presos. Guillot murmura que, agora, ele terá sua revanche.

Des Grieux ameaça Guillot enquanto está sendo contido por seu pai, que veio para, discretamente, arranjar a absolvição de seu filho. O conde, entretanto, insiste que Manon seja tratada como uma indesejável.

Ato Cinco: Ao lado da estrada para Le Havre, em uma área deserta. Des Grieux imagina Manon a caminho de ser deportada junto com outra mulher de má reputação. Lescaut junta-se a ele trazendo a notícia que sua tentativa de armar uma emboscada para a carruagem e resgatar Manon falhou: os soldados enxotaram seus homens. Lescaut arranja que Des Grieux veja Manon.

Lescaut suborna um guarda para deixar Manon sob sua custódia por algum tempo. Manon, feliz por ver Des Grieux, cai exausta em seus braços. Ele promete resgatá-la e espera começar uma nova vida juntos. Manon percebe que isto é somente um sonho e que ela foi a causadora de sua própria ruína. Eles entregam-se às reminiscências e ela reafirma a Des Grieux a sinceridade de seu amor. Em seguida, considerando que sua história acabou, Manon morre em seus braços.

É interessante notar que Puccini retoma a mesma história e publica uma ópera homônima. Vale a pena ouvirmos ambas. Isso não aconteceu apenas com este libreto. Era relativamente comum tomar “inspiração” em libretos anteriores e retrabalhar a música, com as modificações que se julgassem pertinentes. Já abordamos a algum tempo que a ópera era considerada uma diversão para o povo (culto) da época. Por causa dessa produção “seriada”, seus autores consideravam esse tipo de obra como relativamente efêmera. Era importante ter uma produção constante para satisfazer a multidão de admiradores do gênero. Deste grande fluxo de obras, apenas as consideradas de qualidade sobreviveram.

Manon de Massenet era um sucesso absoluto da ópera francesa. Após a versão de Puccini a anterior viu-se ofuscada. Isso não a desmerece. Comparar as duas versões apenas valoriza a história e o talento de seus compositores. Neste caso particular, todos os requisitos de qualidade acima expostos estavam satisfeitos. Assim, apesar da ópera de Puccini levar uma certa vantagem no número de apresentações, Manon de Massenet é obra de primeira qualidade.

Por fim, vale lembrar que Massenet é exemplo vívido da ópera francesa e Puccini é um compositor de muitos sucessos operísticos em italiano, o resultado foram duas obras-primas.

Boa audição!

Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

quarta-feira, abril 05, 2006

Fidélio - Beethoven

Seattle Opera - Maquete


No próximo domingo, às 15:00hs., a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará a récita de Fidélio de Beethoven que foi levada ao ar, ao vivo , no sábado anterior, pelo Metropolitan Opera de New York.

O anúncio é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006 BEETHOVEN - Fidelio. Solistas: Karita Mattila, Jennifer Welch-Babidge, Ben Heppner, Gregory Turay, Alan Held, Kristinn Sigmundsson, James Morris. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Paul Nadler.

Personagens

Leonore - Esposa de Florestan, conhecida como 'Fidélio'. (soprano)

Marzelline - Filha de Rocco. (soprano)

Florestan - Prisioneiro político. (tenor)

Don Fernando - Ministro de Estado. (baixo)

Don Pizarro - Governador da prisão. (baixo)

Rocco - Carcereiro-chefe. (baixo)

Jacquino - Porteiro. (baixo)


Sinopse


Ato I: Uma prisão nas proximidades de Sevilha, Espanha, século
XVIII. Nos aposentos do guarda Rocco, sua filha, Marzelline,
está ocupada passando a ferro. Jacquino, o assistente de seu pai, a pressiona para que se case com ele. Marzelline dá respostas evasivas, uma vez que está apaixonada por Fidélio, um jovem que seu pai contratou. Após Rocco chamar Jacquino, Marzelline tem pena de Jacquino, mas ela só pensa em Fidélio.


Rocco e Jacquino retornam com Fidélio, carregando suprimentos e despachos; pai e filha acreditam que Fidélio corresponde ao interesse de Marzelline. Para desconforto de Fidélio, Rocco encoraja o suposto romance e, até mesmo, dá conselhos sobre a importância de guardar dinheiro para o casamento.Mudando de assunto, Fidélio pede para ajudar Rocco em suas rondas nas masmorras, embaixo da prisão. Primeiramente, Rocco diz que tem ordens estritas para não deixar ninguém entrar lá; logo ele abranda, mas diz que há uma cela onde ele ainda não levou Fidélio; é a de um certo prisioneiro que está lá há dois anos e não deve sobreviver por muito tempo. Fidélio persiste, dizendo que a visão não seria nada de mais e Rocco concorda em pedir ao governador da prisão, Don Pizarro, permissão para levar Fidélio para ajudá-lo.


O próprio Pizarro aparece e lê os despachos que Fidélio trouxe anteriormente. Ao descobrir que Don Fernando, um ministro de estado, planeja investigar as acusações de prisão injusta, Pizarro teme, especialmente, que seu inimigo Florestan - considerado morto pelo mundo exterior - seja descoberto na masmorra. Pizarro resolve matar Florestan antes que o ministro o encontre. Ele coloca um sentinela que tocará uma trombeta quando a carruagem do ministro for vista aproximando-se. Então, ele pede a Rocco que o ajude no assassinato. Rocco se recusa, dizendo que não faz parte de suas obrigações, mas, relutantemente, concorda em cavar uma sepultura na área da masmorra enquanto o próprio Pizarro despacha a vítima. Ambos partem.


Fidélio - que na realidade é Leonore, esposa do prisioneiro Florestan - ouve por acaso o plano e amaldiçoa a vilania de Pizarro, declarando que espera que a divina providência a guie no resgate de seu marido.


Fidélio convence Rocco a permitir que alguns prisioneiros fiquem no pátio; eles ficam gratos por verem a luz do dia e por respirarem ar puro. Rocco diz a Fidélio que Pizarro concordou que ele o ajude nas masmorras, acrescentando que seu serviço imediato é cavar uma sepultura para o desafortunado na solitária. Marzelline e Jacquino chegam, entretanto, com mais notícias de Pizarro: ele está zangado pelos prisioneiros estarem no pátio. Logo, o próprio Pizarro aparece, mas Rocco desvia-se de sua fúria lembrando-o de seu assunto urgente com Florestan, dizendo que não será ruim tratar os outros prisioneiros de maneira mais tolerante por alguns minutos, enquanto eles se preparam para o crime. Os quatro carcereiros levam os prisioneiros de volta para suas celas. Jacquino imagina o que Rocco e Fidélio vão fazer.


Ato II: Na masmorra, Florestan está acorrentado. Ele se agita durante o sono e grita na escuridão da prisão. Sabe que deve aceitar o seu destino, mas imagina uma visão de Leonore, levando-o para a liberdade ou para o reino do céu. Ele dorme novamente quando Fidélio e Rocco descem as escadas e começam a cavar; Fidélio continua tentando olhar o prisioneiro que, finalmente, vira-se. Sua esposa agora o reconhece, mas ele não a reconhece. Ele pergunta quem é o governador da prisão; ao ser informado que é Pizarro, sabe que sua situação não tem esperança, mas pede por, pelo menos, um pouco de água. Rocco oferece seu cantil para Florestan, que agradece profundamente. Fidélio mostra um pedaço de pão, que Rocco acha muito perigoso dar, também, mas concorda e Florestan agradece novamente.


Rocco vai até a escada e dá sinal que a sepultura está pronta. Pizarro desce, ordena que Florestan seja desacorrentado da parede e confronta o prisioneiro; Florestan o encara sem medo, mas quando Pizarro investe contra ele com um punhal, Fidélio se coloca entre os dois homens, retardando o golpe e causando confusão. Quando Pizarro tenta atacar novamente, Fidélio identifica-"se" como Leonore, gritando. "Mate primeiro sua esposa"! Rocco, Pizarro e Florestan ficam estupefatos pela descoberta de que Fidélio é Leonore, mas Pizarro diz ao marido e à mulher que se preparem para morrer. Leonore mostra uma pistola e mantém o tirano acuado. Uma trombeta distante anuncia a chegada do ministro Don Fernando. Quando os soldados levam Pizarro para cima, Florestan e Leonore cantam seu enlevo por estarem juntos novamente.


Na área de parada do forte, sentinelas acompanham Don Fernando, que diz aos prisioneiros ajoelhados que se levantem quando a população reunida da cidade aclama o dia. Rocco leva Florestan e Leonore, falando da esposa corajosa que salvou a vida de seu marido. Fernando está espantado em encontrar seu amigo Florestan ainda vivo. Pizzaro tenta defender-se, comprometendo Rocco como cúmplice, mas os prisioneiros e as pessoas da cidade gritam contra o seu opressor. Fernando diz a Rocco para libertar Florestan de suas correntes e, então, sugere que seria mais apropriado que Leonore o fizesse; ela pega a chave e remove seus grilhões. Os soldados levam Pizzaro preso, enquanto a multidão louva o amor nobre e o heroísmo de uma esposa.



Esta ópera é uma das mais importantes obras de Beethoven. Apenas para termos idéia do que a ópera representou para Beethoven, basta citar que ele compõe uma série de aberturas, denominadas Leonore que são obras primas de composição e que sobrevivem até os nossos dias, tudo no sentido de tornar Fidélio sua obra prima na área operística.

Numerosas biografias mostram que Beethoven tinha um parâmetro pelo qual ele era comparado, Mozart, ao longo da sua vida, foi o personagem com que, inevitavelmente foi comparado.

Se compararmos o pouco tempo de vida de Mozart e a sua alta produção operística, podemos intuir a carga que Beethoven carregava nos ombros em relação à sua própria produção, modesta na quantidade nesta área.

No entanto, Fidélio é uma obra de peso, digna de um compositor como Beethoven e que, portanto, merece ser ouvida e estudada por todos aqueles que apreciam o gênero operístico.


Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service


terça-feira, abril 04, 2006

Luisa Miller - Verdi

Svetla Vassileva (Luisa)
Paolo Coni (Miller)


No próximo domingo, às 15:00hs, pela Radio Cultura de São Paulo FM, 103,3Mhz. e retransmitida para o Rio de Janeiro e Brasília, ouviremos a ópera Luisa Miller de Verdi.


Tantas vezes já transcrevemos uma breve biografia de Verdi que deixaremos para os interessados um link mais abaixo para a consulta.


O anúncio da Cultura é o seguinte:


METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
VERDI - Luisa Miller. Solistas: Veronica Villarroel, Irina Mishura, Neil Shicoff, Carlos Alvarez, James Morris, Phillip Ens. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Maurizio Benini.


Personagens


Miller (barítono) – Um velho soldado, pai de Luisa.

Luisa (soprano) – A filha do velho soldado Miller. Luisa está enamorada de Carlo, que realmente é Rodolfo.

Rodolfo (tenor) – O filho do Conde Walter. Está enamorado de Luisa, mas comprometido com a Duquesa Federica.

Wurm (baixo) – Trabalha para o Conde Walter, ama Luisa e espera casar-se com ela.

Conde Walter (baixo) – O pai de Rodolfo. Deseja que Rodolfo se case com a Duquesa Federica.

Duquesa Federica (mezzo-soprano) – Federica é uma viúva que espera casar-se com Rodolfo a quem ama desde a infância.

Sinopse

Primeiro ato, Cena I: Século XVII. Em uma pequena aldeia no Tirol, vizinhos de todas as idades se reúnem para desejar um feliz aniversário para Luisa Miller, a jovem beldade da aldeia. Hoje Luisa está ainda mais linda do que nunca, pois está enamorada de um desconhecido e elegante jovem que só conhece por Carlo. Quando Carlo chega para visitar, docemente os dois declaram mútuo amor. Todos ficam comovidos com esta manifestação, com exceção de Miller, o pai de Luisa, que teme que Carlo tome proveito de sua única filha. Quando todos entram na igreja, Miller fica do lado de fora.

Miller encontra-se com Wurm, o mordomo do nobre local, Conde Walter. Wurm confessa que também está apaixonado por Luisa. Miller responde que ficaria feliz em tê-lo como genro, mas que nunca forçaria sua filha a um casamento sem amor. Wurm informa a Miller que Carlo é na realidade Rodolfo, o filho do Conde Walter. Os piores temores de Miller são confirmados, ele está convencido de que Rodolfo quer desonrar e depois abandonar sua filha.

Cena II: No castelo do conde, Wurm informa a Walter que Rodolfo está apaixonado por uma plebéia. Walter fica contrariado, pois quer casar o filho com a linda duquesa Federica. O conde chama Rodolfo para comunicar-lhe que a duquesa havia concordado em casar-se com ele. Transtornado, Rodolfo tenta falar com o pai sobre Luisa, mas é interrompido pela chegada da duquesa. Sozinho com a duquesa, Rodolfo confessa que seu coração já pertence a outra. Federica, que ama Rodolfo desde criança, sai ferida e confusa.

Cena III: Na casa de Miller, Luisa espera que “Carlo” retorne de sua caçada. Miller entra e revela a Luisa a verdadeira identidade de Carlo, denuncia suas intenções e jura vingança, porém Rodolfo aparece e pede a mão de Luisa em casamento. Rodolfo sabe que seu pai será contra o casamento, mas felizmente ele conhece um terrível segredo que os protegerá da ira do conde.

O Conde Walter entra na casa a fim de impedir o casamento do filho com uma vulgar caçadora de ouro. Rodolfo desembainha sua espada, pronto para lutar com o próprio pai, em defesa da honra de Luisa. O conde ordena que todos sejam presos. As súplicas de Luisa por compreensão caem em ouvidos moucos e somente quando Rodolfo ameaça revelar o segredo é que o conde a libera.

Segundo ato, Cena I: Na casa de Miller, Luisa fica sabendo que seu pai está preso por haver insultado o conde. Wurm chega para contar à Luisa que vão matar seu pai. A única forma de salvá-lo é escrever uma carta ao conde confessando que ela só queria Rodolfo por seu dinheiro e por seu título e jurando realmente estar apaixonada por Wurm. Wurm dita a carta a Luisa, que a duras penas escreve as deslavadas mentiras. Quando termina, Wurm faz Luisa jurar que jamais revelará a verdade.

Cena II: Wurm entrega a carta de Luisa ao Conde Walter. O conde conta a Wurm que Rodolfo ameaçou revelar como eles conseguiram chegar ao poder. Anos atrás, Walter e Wurm mataram o primo de Walter, o legítimo conde. Walter tomou o trono e declarou que a morte de seu primo havia sido obra de assassinos. Ele não imaginava que seu filho soubesse a verdade sobre o caso.

Federica entra desapontada e sem saber o que fazer. O conde assegura-lhe que Luisa é somente uma caçadora de ouro e que Rodolfo rapidamente a esquecerá. Para provar sua afirmação apresenta Federica à própria Luisa, que em situação desconfortável nega que algum dia tenha amado Rodolfo.

Cena III: Em outro lugar do castelo, a carta de Luisa chega às mãos de Rodolfo. A traição de Luisa o deixa desapontado, depois em desespero e finalmente encolerizado. Procura Wurm e o desafia para um duelo. Wurm pede auxílio e depois foge. O Conde Walter chega e, fingindo preocupação pelo filho promete deixá-lo casar com Luisa, mas Rodolfo se recusa. Walter convence o filho a vingar-se da traidora Luisa casando-se com Federica.

Terceiro ato: Na casa de Miller. A igreja da aldeia está preparada para o casamento de Rodolfo e Federica. Miller, libertado da prisão, volta para casa e agradece a Luisa por seu sacrifício. Luisa responde que perdeu seu amor na terra, mas irá adorar Rodolfo no céu. De fato, ela escreveu uma carta a Rodolfo persuadindo-o a juntarem-se em um duplo suicídio. Miller implora a filha para não deixá-lo sozinho; Luisa cheia de compaixão pelo pai, rasga a carta. Os dois fantasiam sobre abandonar suas vidas atuais e tornarem-se mendigos ambulantes.

Miller vai para a cama e Luisa ajoelha-se para rezar. Sem ser visto por Luisa, Rodolfo aparece na porta e coloca veneno em um copo de vinho que está sobre a mesa. Quando Luisa percebe sua presença ele passa a ignominiosa carta em sua face e indaga se foi ela quem a escreveu. Sentindo-se culpada, ela admite. Rodolfo cambaleia de volta em direção à mesa e toma um gole do vinho envenenado. Com uma estranha luz nos olhos, pergunta-lhe se acredita que o vinho está azedo. Luisa toma o vinho. Rodolfo, em atitude triunfante, diz que o vinho está envenenado. Sabendo que esta para morrer, Luisa finalmente jura seu amor por Rodolfo e conta a verdade sobre a carta. Um grupo de aldeões aparece subitamente junto com Walter e Wurm. Luisa morre e Rodolfo, com a força que lhe resta, só tem o tempo necessário para matar Wurm antes de seguir sua amada ao túmulo.

Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service