quarta-feira, maio 31, 2006

La Clemenza di Tito - Mozart


No próximo domingo, às 15:00hs. a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará, em seu tradicional Teatro de Ópera, a ópera Clemenza di Tito de Wolfgang Amadeus Mozart.

O anúncio:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas
MOZART - La Clemenza di Tito. Solistas: Brigitte Fassbaender, Lucia Popp, Maria Casula, Teresa Berganza, Tugomir Franc, Werner Krenn. Coro e Orquestra da Ópera do Estado de Viena. Reg.: István Kertész. Apresentação: maestro Walter Lourenção.

Ópera em dois atos

Música de Wolfgang Amadeus Mozart
Texto em italiano por Caterino Mazzolà, baseado em um libretto por Pietro Metastasio

Première Mundial: Praga, Teatro Nacional, Setembro 6, 1791


OS PERSONAGENS

Tito (tenor) – Imperador de Roma. Benévolo e misericordioso, ele é capaz de perdoar até mesmo àqueles que conspiram contra ele.

Vitélia (soprano) – Filha de Aulus Vitellius, o ex-imperador de Roma. Ela deseja casar-se com Tito e tornar-se imperatriz, mas os planos dele em casar-se com outras mulheres a leva a planejar seu assassinato.

Servília (soprano) – Irmã de Sesto. Ela está apaixonada por Ânnio.

Sesto (meio-soprano) – É amigo de Tito e está apaixonado por Vitélia.

Ânnio (meio-soprano) – É amigo próximo de Sesto e está apaixonado por Servília.

Públio (baixo) – Capitão da Guarda. Ele tem um coração de pedra e está decidido a levar à justiça qualquer um que possa ameaçar o imperador.


O Enredo e a Música:

Titus Flavius Sabinus Vespasianis (Tito) sucedeu seu pai, o imperador Vespasiano, em 79 D.C. Antes de tomar o trono, muitos temiam que Tito fosse governar com mão de ferro; contudo ele acabou mostrando-se um imperador “clemente”: compassivo, preocupado e benquisto por seus súditos.

Ato I.

Vitélia, filha do destituído Imperador Vitellius, quer o assassinato do atual Imperador Tito já que ele não a corresponde em seu amor, escolhendo em lugar dela, a princesa Berenice para sua esposa.

Vitélia esperar usar seu admirador Sesto como assassino. Mas quando ela pede a Sesto que mate Tito, ele hesita, relutante em cometer tão grave crime. Vitélia ameaça substituir Sesto por um pretendente mais digno se ele se negar a ajudá-la.

Annio, amigo de Sesto, vem buscá-lo para uma audiência com o Imperador. Ele revela que, afinal de contas, Tito decidiu que não se casará com Berenice. Escutando a novidade, Vitélia compreende que ela ainda tem chances de tornar-se a imperatriz e pede a Sesto que esqueça a estória do assassinato.

Ânnio, que deseja casar com Servília, irmã de Sesto, pede a seu amigo que solicite permissão do imperador para o matrimônio. Sesto diz que ele terá prazer em fazê-lo.

Numa praça em frente ao Capitólio (templo de Júpiter em Roma), a massa saúda Tito e oferece presentes. Tito declara que ele irá utilizar os presentes para ajudar os sobreviventes de uma recente erupção do Vesúvio em Pompéia. A multidão sai.

Deixado à sós com Sesto e Ânnio, Tito expressa o desejo de casar-se com a irmã de Sesto, Servília. Ânnio fica desanimado, mas é o primeiro a dizer à Tito que ele bendiz a união. Tito declara que, algum dia, Sesto terá um lugar no trono. Os dois saem, deixando Ânnio para trás.

Servília entra e Ânnio conta-lhe a novidade. Eles conversam sobre os sentimentos que compartem um pelo outro e Servília assegura Ânnio que ele sempre será seu verdadeiro amor.

Públio, comandante da Guarda Pretoriana, apresenta à Tito uma lista de todos àqueles que se expressaram contra imperadores no passado. Tito censura a investigação, dizendo que se há verdade na crítica alheia, então ele está grato, e se os comentários são imprudentes, ele tem pena dos que o fizeram.

Servília interrompe a discussão para implorar uma audiência com Tito. Ela confessa seus sentimentos por Ânnio. Tito, inspirado por sua bravura, diz-lhe que ela é livre para casar-se com Ânnio. Enquanto sai, ele encoraja Servília a deixar que sua honestidade se torne inspiração para outras pessoas.

Vitélia chega e Servília lhe conta que talvez ela seja a próxima escolhida de Tito. Vitélia porém fica enfurecida de ciúmes, colocada em segundo plano por Tito duas vezes em favor de outras mulheres. Ela roga à Sesto que prossiga com o assassinato de Tito, reprimindo-o e chamando-o de covarde por já não tê-lo feito (mesmo apesar de seu pedido anterior de que ele não o assassinasse). Relutante, Sesto parte para assassinar Tito, amaldiçoando os deuses por ter dado tal poder à beleza.

Pouco depois que Sesto sai, Públio e Ânnio chegam e informam Vitélia que Tito a escolheu para ser sua imperatriz. Caindo na real, ela chama por Sesto na esperança de pará-lo, mas ele já está fora do alcance da voz.

Em frente ao Capitólio, Sesto que colocou fogo no prédio, fica carregado com tremenda culpa. Vendo Ânnio, Servília, Públio e Vitélia aproximando-se, Sesto rapidamente adentra o Capitólio com sua espada pretendendo matar Tito pessoalmente. Quando ele reaparece, ele anuncia que um homem horrível assassinou Tito. Ele está prestes à confessar que ele é este homem, mas Vitélia o silencia.

Ato II.

No palácio , Ânnio conta à Sesto que o imperador sobreviveu o atentado. Sesto confessa à Ânnio seu papel no crime, dizendo que ele planeja fugir do país e nunca mais retornar. Ânnio encoraja Sesto a dizer a verdade, sugerindo que todos os seus anteriores atos de lealdade somados a seu óbvio arrependimento podem ainda valer a piedade de Tito. Ânnio sai.

Vitélia, que teme que Sesto venha a revelar seu papel no plano de assassinato, aconselha-o que fuja. Públio entra e exige a espada de Sesto. Ele revela que o homem que Sesto esfaqueou era Lentulo, um cúmplice na conspiração. Sesto deve ser levado ao Senado para um interrogatório.

Num grande salão para audiências públicas, a multidão dá graças pela salvação de Tito. Hoje é o dia dos jogos no Coliseu e Públio aconselha Tito à estar presente. Tito diz que ele se sentiria mais feliz em saber o destino de Sesto primeiro.

Públio entrega ao imperador uma folha de papel contendo a confissão de Sesto e a pena de morte outorgada pelo Senado. Tudo o que o documento precisa é da assinatura de Tito para que a sentença seja carregada. Ignorando os pedidos de Ânnio por clemência, Tito encoleriza-se pela traição de Sesto. Ele fica à beira de assinar o documento sentenciador, mas dá-se conta de que necessita escutar de Sesto pessoalmente antes de mandá-lo à sua morte.

Sesto entra e Tito dispensa Públio e seus guardas para que ele possa conversar à sós com seu velho amigo. Desprendendo-se de qualquer formalidade, ele pergunta a Sesto quais foram seus motivos. Escondendo o envolvimento de Vitélia na conspiração, Sesto declara que uma fraqueza em seu caráter o levou a tentar o assassinato. Tito pede mais informações, porém Sesto firmemente nega-se a revelar seus motivos. Ofendido, Tito exige que o levem embora.

A sós, enquanto pondera sobre o destino de Sesto, Tito compreende que ele ainda sente piedade e o respeita apesar de tudo o que fez. Ele luta com sua consciência, sem saber se assina ou não a ordem condenando seu velho amigo à morte. Finalmente Tito assina o papel, mas logo compreende que não é de sua natureza condenar um amigo tendo o poder para perdoá-lo. Ele quer que a história lembre-se dele como um líder misericordioso ao invés de cruel.

Tito rasga o documento, dizendo aos deuses que se um coração cruel é requisito para governar um império, ele é incapaz de governar. Ele pede à Públio que entre e diz-lhe que o destino de Sesto será decidido na arena.

Depois que Tito sai, Vitélia encontra Públio e diz que deseja ver o imperador. Servília e Ânnio entram e pedem a ela que poupe Sesto, assinalando que ao tornar-se a imperatriz de Tito no por-de-sol, ela terá o poder para fazê-lo. Vitélia, surpreendida pelo fato do imperador ainda querer casá-la, entende que Sesto está sacrificando sua vida por ela. Servília implora outra vez para que ela salve Sesto, mas Vitélia pede para ser deixada à sós. Censurando Vitélia por sua inércia, Servília sai, levando Ânnio consigo.

Sozinha, Vitélia decide que se viesse a tornar-se imperatriz de Tito, ela nunca poderia viver com o conhecimento de que Sesto morreu por sua causa. Ele sempre viveria com medo de que algum dia seu envolvimento na conspiração pudesse ser revelado. Ele se apressa à arena para confessar seu crime para Tito.

Os conspiradores são levados à arena, onde eles serão atirados à feras selvagens. Tito pede para ver Sesto uma última vez. É então que aparece Vitélia e confessa que ela foi a autora do plano de assassinato. Traído uma vez mais, desta vez por sua futura esposa, Tito decide ser forte, crendo que sua misericórdia sobreviverá mais que a traição alheia.

Ele perdoa todos os três conspiradores, dizendo que sob seus olhos o arrependimento verdadeiro vale muito mais do que a fidelidade constante. A ópera termina enquanto os súditos de Tito o glorificam.

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

quinta-feira, maio 25, 2006

Louise - Charpentier


No próximo domingo às 15:00hs. a Radio Cultura FM de São Paulo, 103,3Mhz. levará ao ar a ópera Louise de Charpentier.

O anúncio é o seguinte:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas

Gustave CHARPENTIER - Louise. Solistas: Grace Moore, Roaul Jobin, Irra Petina,
Ezio Pinza, Thelma Votipka. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera.
Reg.: Sir Thomas Beecham
Louise é uma ópera em quatro atos de Gustave Charpentier baseado num libreto em francês do compositor. Ela foi encenada pela primeira vez em 2 de Fevereiro de 1900 no Opéra-Comique.

A ópera tenta descrever a vida da classe operária parisiense e é, às vezes, considerada como um dos primeiros exemplos do que viria a ser denominado verismo. A própria cidade é a estrela da atmosfera desse trabalho. Conta a história de uma romance destinado ao fracasso entre Louise, uma costureira morando com seus pais, em Paris e Julien, um jovem artista.

A ópera obteve um relativo sucesso e lançou a carreira da soprano escocesa Mary Garden que tomou o papel quando a soprano principal adoeceu. Uma versão filmada do trabalho foi feita em 1939 com Grace Moore no papel principal. Louise pode ser considerada uma obra de repertório, ou seja, uma ópera que é encenada de modo regular por várias companhias. "Depuis le jour", uma de suas árias é uma peça bastante popular.


Papéis principais:


Julien - Tenor

Louise -Soprano

Mãe - Mezzo- Soprano

Pai - Barítono

Um vagabundo notívago - Tenor


Sinopse:


Ato I

Louise se apaixona por seu vizinho, Julien. No início da ópera eles se recordam de como se encontraram. A mãe de Louise os interrompe e vocalmente expressa sua reprovação por Julien. O pai chega à casa, exausto do trabalho, e tanto sua mulher quanto a filha imploram para que ele deixe este estafante trabalho. No entanto, ele sente que é sua responsabilidade sustentar sua família com esse trabalho. Durante a refeição que se segue, ele lê a carta que Julien havia deixado na qual propõe casamento a Louise. Ele fica indiferente, mas a mãe fica lívida e, quando Louise defende Julien, ela esbofeteia Louise na face. O pacato pai pede à filha que se sente e que leia a carta. Enquanto ela lê sobre a primavera em Paris, ela se descompõe e cai.

Ato II

Cena I.
Numa rua de Paris. A cena começa com um prelúdio que sugere uma aurora em Paris. A cortina sobe para uma cena de um burburinho de gente indo e vindo em seus caminhos rotineiros e comentando sobre a vida em geral. O vagabundo entra e se proclama o espírito dos Prazeres de Paris e, em seguida, deixa a cena acompanhada de uma garota de vida fácil. Julien aparece com um grupo de amigos boêmios para mostrar a estes onde trabalha Louise. Ele conta a estes que os pais de Louise não consentem no casamento, mas que irá convencer a garota. Julien e seus companheiros saem e ele entôa que a mescla de sons que o envolve é a voz de Paris. Louise e sua mãe chegam à loja de confecções em que ela trabalha (sua mãe a traz ao trabalho todos os dias). Quando a mãe sai, Julien retorna. Louise diz a ele que o ama, mas que ama muito a seus pais para deixá-los. Ele tenta dissuadí-la para que fuja com ele e, finalmente, ela concorda que assim o fará breve.

Cena II. (No interior do local de trabalho de Louise) A cena começa com as outras costureiras atiçando Louise por esta estar amando. Uma banda é ouvida no lado de fora e Julien canta uma serenata. As garotas admiram seu olhar e sua voz. Louise, silenciosa, escapa para fugir com Julien.

Ato III

(Uma pequena casa com vista para Paris) O ato se inicia com a sua ária mais conhecida "Depuis le jour", os amantes se mudaram para esta pequenina casa com vista para Paris e na ária ela canta a sua alegria de sua nova existência com o seu amado. Segue-se um longo dueto onde eles cantam o seu amor para o outro e a Paris. Entram alguns boêmios e coroam Louise como a Rainha de Montmartre. O vagabundo preside a cerimônia como o Rei dos Tolos. A mãe de Louise aparece e as festividades acabam. Ela conta a Louise que seu pai está doente e que este se esgueira para o quarto de Louise no meio da noite, apesar de que eles tenham concordado em considerá-la como morta. Até Julien se emociona com o relato e concorda que Louise o deixe com a promessa de que ela retorne quando ela quiser.

Ato IV


(Na casa dos pais de Louise em Paris) O pai de Louise sara, recupera sua saúde e sua energia. Ele está trabalhando novamente mas, passou a aceitar a sua pobreza sob um aspecto mais filosófico. A sua cura pode ser atribuida ao retorno de Louise, a qual toma-o nos braços e canta uma canção de ninar. No entanto ela não está conformada e tem vontade de retornar para Julien de novo. Uma valsa alegre é ouvida no lado de fora e Louise se deixa envolver pela música, cantando loucamente ao seu amor e à sua liberdade. Seus pais estão chocados e seu pai começa a ficar cada vez mais bravo. Ele grita com Louise e pede a esta que o deixe, se esta for a sua vontade, - deixe que ela se vá, dance e ria! Ele começa a atacá-la mas, sua mãe se interpõe entre os dois. Louise corre da sala e sai em busca de Julien. Só então seu pai se dá conta do que fez... "Louise, Louise!" ele chama. Ela se foi e, em desespero, ele balança seus punhos para a cidade que roubou sua filha. "Paris!" ele lamenta e a ópera se acaba.

Jacques

quinta-feira, maio 18, 2006

Anna Moffo é Butterfly


Por meio do mailing list da Radio Cultura, recebido ontem à noite, fui informado que a gravação de Madama Butterfly que será levada ao ar no próximo domingo é a que tem no papel título Anna Moffo, recentemente falecida.

Teatro de ópera apresenta neste domingo a ópera de Puccini



Com o fim das transmissões do Metropolitan Opera a Cultura FM volta a apresentar o seu tradicional Teatro de Ópera.

Neste domingo, às 15h, o maestro Walter Lourenção traz Madama Butterfly, de Giacomo Puccini.
O libreto de Madama Butterfly é de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, inspirado em peça de David Belasco, que por sua vez se baseou em John Luther Long.

A ópera estreou, sem sucesso, em 17 de fevereiro de 1904, no Teatro alla Scala de Milão. Para a segunda récita, que aconteceu três meses depois, em Brescia, Puccini fez algumas alterações e aí, sim, a ópera foi bem recebida.

Desde então, tornou-se uma das mais populares do repertório operístico. A gravação que será apresentada neste domingo é de 1957 e traz no papel título, a soprano Anna Moffo, que faleceu no último 9 de março. E ainda tem o tenor Cesare Valletti como Pinkerton, a mezzo-soprano Rosalind Elias como Suzuki e o barítono Renato Cesari como Sharpless

terça-feira, maio 16, 2006

Madama Butterfly - Puccini


No próximo domingo, a Radio Cultura FM de São Paulo, 103,3Mhz., irradiará às 15:00hs. aquela que é considerada pela grande maioria como uma das mais populares óperas, Madama Butterfly.

O anúncio:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas

PUCCINI - Madama Butterfly. Solistas: Renata Scotto, Placido Domingo, Gillian Knight, Ingvar Wixell, Florindo Andreolli. Coro da Ópera Ambrosiana. Orquestra Filarmonia. Reg.: Lorin Maazel.

Para não repetir aqui a mesma biografia, sugiro a releitura do meu post de 07 de Dezembro de 2005.

Personagens:


Cio-Cio-San , conhecida como Butterfly (borboleta), uma jovem gueixa japonesa.

Tenente B.F. Pinkerton, um oficial da Marinha dos Estados Unidos.

Sharpless, O Cônsul norte-americano e amigo de Pinkerton.

Suzuki , criada de Butterfly.

Um Bonzo , tio de Butterfly, um monge budista.

Goro , seu casamenteiro.

Yamadori , um nobre japonês.

Kate Pinkerton, a esposa norte-americana do Tenente Pinkerton.

Sorrow, filho de Butterfly e Pinkerton.


Sinopse:


Ato I: Nagasaki, Japão, início do século vinte. Em uma colina que dá para o porto, o Tenente da Marinha norte-americana, Benjamin Franklin Pinkerton, inspeciona uma casa em estilo japonês com Goro, um casamenteiro do local que lhe arranjou um casamento com Madama Butterfly (Cio-Cio-San). Pinkerton é apresentado a Suzuki, que foi contratada como a criada de sua noiva.

O cônsul americano, um homem de meia idade chamado Sharpless, é o primeiro a chegar, assobiando durante a subida íngreme. O descuidado Pinkerton explica a Sharpless que assinou um contrato de casamento de 999 anos, que pode ser cancelado a qualquer tempo, quando ele desejar. Impregnado pelo espírito norte-americano de aventura, Pinkerton oferece uma bebida a Sharpless e os dois brindam "América para sempre!" Sharpless fica preocupado com a jovem japonesa que pode tomar seus votos de forma mais séria.

A discussão deles é interrompida pelo som de um cortejo nupcial que se aproxima, tendo à frente Cio-Cio-San, cuja voz se sobressai entre as outras. Ela cumprimenta Pinkerton e o cônsul e responde às educadas perguntas deste com informações sobre sua origem: quando a família perdeu toda a fortuna, ela tornou-se uma gueixa, o que ela cita como sendo uma profissão respeitável. Sua mãe ainda está viva, seu pai-morto (a esta menção seus amigos demonstram certo embaraço). Ela alegremente diz a Sharpless para adivinhar sua idade; ele diz vinte, mas ela tem realmente quinze anos.

Goro reúne os criados e anuncia os últimos a chegarem, o Comissário Imperial e o oficial de registro. Embora a mãe de Cio-Cio-San elogie de forma educada o noivo, alguns parentes e amigos prevêem um divórcio próximo. Sharpless espera que Pinkerton aprecie a noiva.

Quando Pinkerton pergunta a Butterfly o que ela está carregando em suas mangas compridas, ela mostra seus artigos de toalete e também uma faca em um estojo, sobre a qual ela não quer discutir. Goro, com calma, explica que o pai de Cio-Cio-San cometeu hara-kiri por ordem do imperador.

Butterfly diz a Pinkerton que ela visitou o consulado para informar-se sobre a adoção da religião dele. Goro bate palmas para atrair a atenção e o comissário lê o contrato de casamento, que ambas as partes assinam.

Sharpless parte com o comissário e Pinkerton, impaciente para livrar-se dos parentes, propõe uma rodada de bebidas para todos. A festa logo é interrompida por gritos estranhos: um tio de Cio-Cio-San, um bonzo (monge budista) descobriu sobre seu casamento e invade a cena. Ele provoca os outros a denunciarem Butterfly e todos partem.

Pinkerton consola Cio-Cio-San, que chama Suzuki para ajudá-la a vestir sua camisola nupcial. Ao cair da noite, Pinkerton fala com amor com sua noiva e eles se abraçam entrando na casa.

Ato II. Três anos se passaram. Na mesma casa, Butterfly espera pacientemente pelo retorno de seu marido. Suzuki repara que elas estão quase sem dinheiro, e duvida que Pinkerton volte "quando os pintarroxos fizerem seu ninho", como havia prometido. Butterfly não concorda e descreve como o navio chegará ao porto de Nagasaki.

Goro e Sharpless visitam Butterfly, pois Pinkerton escreveu a Sharpless pedindo-lhe que a visitasse. Extremamente feliz, Butterfly pergunta com que freqüência os pintarroxos fazem seus ninhos nos Estados Unidos - talvez o façam menos freqüentemente que no Japão, o que explicaria a ausência de três anos de seu marido. Goro ri, e estimula Butterfly a rir, explicando que muitos pretendentes têm pedido sua mão em casamento. Goro apresenta-lhe o Príncipe Yamadori, mas Butterfly não está interessada e declara que já é casada. Goro, Yamadori e Sharpless reservadamente conversam que o navio de Pinkerton chegará logo, mas ele não quer ver Butterfly.

Quando Goro e Yamadori partem, Sharpless lê para Butterfly uma carta de Pinkerton e pergunta-lhe o que ela faria se seu marido nunca voltasse. Ela diz que voltaria a ser uma gueixa - ou melhor ainda, morreria. Sharpless lhe aconselha a se casar com Yamadori e, é Butterfly apresenta seu filho, Sorrow. Ela acredita que Pinkerton voltará definitivamente assim que souber sobre seu filho.

Um tiro de canhão é escutado à distância, anunciando um navio no porto. Butterfly reconhece-o como o navio de Pinkerton. Enchendo-se de alegria, ela obriga Suzuki a ajudá-la a colher flores e jogá-las em volta da casa. Suzuki traz para Butterfly seu vestido de noiva e as duas mulheres e a criança sentam-se e esperam pelo retorno de Pinkerton.

Ato III: Com o fim da noite, entre sons e vozes do porto ouvidos à distância, Butterfly finalmente vai para seu quarto para dormir, até que Suzuki a acorde quando da chegada de Pinkerton. Pinkerton logo chega com Sharpless e eles pedem a Suzuki para não despertar Butterfly. Suzuki percebe uma mulher no jardim, a "verdadeira esposa americana" de Pinkerton.

Sharpless havia contado a Pinkerton sobre a criança e os dois homens querem a ajuda de Suzuki para persuadirem Butterfly a deixar que Pinkerton e sua esposa levem a criança para os Estados Unidos. Pinkerton pede a Sharpless para fazer o que for necessário por Butterfly e parte, dando adeus a sua casa. A esposa de Pinkerton, Kate, pede a Suzuki para tranqüilizar Butterfly, dizendo-lhe que pode confiar nela para cuidar de Sorrow.

Escuta-se Butterfly chamando, ela volta, perguntando-se onde Pinkerton pode estar e logo percebendo que Kate é esposa dele. Butterfly diz que Pinkerton pode levar o menino se ele vier buscar o filho pessoalmente. Quando os visitantes partem ela ordena a Suzuki que a deixe sozinha, pega a adaga de seu pai, lê a inscrição, "Ele morre com honra de quem não pode mais viver com honra."

Butterfly está a ponto de esfaquear-se quando seu filho entra inesperadamente. Ela o abraça em uma comovente despedida, dando-lhe uma miniatura da bandeira americana e uma boneca e venda seus olhos.

Ela vai então para trás de uma tela e se apunhala com a faca. Arrastando-se para abraçar seu filho, ela morre quando o confuso Pinkerton volta para casa, chamando-a por seu nome

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

quarta-feira, maio 10, 2006

Rodelinda - Haendel

Rodelinda: Renée Fleming in the title role, and David Daniels as Bertarido

Photo: Marty Sohl


Domingo próximo, 14 de Maio de 2006, às 15:00hs. a Radio Cultura FM retransmitirá a ópera Rodelinda de Haendel.

Lembro que esta gravação foi feita no sábado que antecede à semana desta transmissão, récita ao vivo, diretamente do Metropolitan Opera de New York. Essa instituição presta um serviço incomensurável aos apreciadores do gênero. Várias gerações já tiveram sua formação iniciada ou continuada pelos recitais que são irradiados ao vivo. Esta é a septuagésima quinta temporada dessa série de óperas irradiadas ao vivo.

Só pela cifra exposta, podemos inferir a importância desta série que a Radio Cultura FM de São Paulo retransmite. É por meio desta retransmissão, e de toda a programação que se seguirá, ao longo de todo o ano, que poderemos formar um público que de outra forma não teria acesso a esse tipo de manifestação.

O anúncio da transmissão é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006

HAENDEL - Rodelinda. Solistas: Renée Fleming, Stephanie Blythe, Andreas Scholl, Christophe Dumaux, Kobie van Rensburg, John Relyea. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Patrick Summers.


Ópera em três atos
Música por George Frideric Haendel
Texto no italiano por Nicola Francesco Haym, adaptado do libretto de Antonio Salvi, baseado na peça de Pierre Corneille Pertharite, Roi des Lombards.

Personagens:

Rodelinda (soprano): A esposa de Bertarido e rainha de Lombardia. Ela guarda luto de seu marido, o rei, que crê morto.

Bertarido (contratenor): Rei da Lombardia, usurpado de seu trono pelo Duque Grimoaldo. Ele está escondido na cripta dos reis lombardos e tem esperança de um dia poder reclamar seu trono e reunir-se com sua esposa e filho.

Eduíge (contralto): A ambiciosa irmã de Bertarido. Ela quer se casar com Grimoaldo e compartilhar com ele o trono.

Unulfo (contralto): Um jovem aristocrata. Ele torna-se conselheiro de Grimoaldo, mas continua leal a seu amigo Bertarido. Unulfo sabe que o rei está vivo.

Grimoaldo (tenor): O duque que usurpou o trono do Rei Bertarido. Ele tenta casar-se com Rodelinda na expectativa de legitimar seu lugar no trono.

Garibaldo (baixo): O Duque de Torino. Ele ajudou Grimoaldo a usurpar o trono. Apesar de se fazer passar por cúmplice de Grimoaldo, ele age somente em interesse próprio.

Sinopse:

O enredo se passa em Lombardia, provavelmente durante o Século XI, quando a região, depois de um longo período integrando o império de Carlos Magno, começou a experimentar uma descentralização de poder político. O Duque Grimoaldo, com a ajuda de Garibaldo, o traiçoeiro Duque de Turim, usurpou o trono de Milão do Rei Bertarido. A Rainha Rodelinda acredita que seu marido esteja morto, mas não sabe que na verdade ele está escondido na cripta dos reis, aguardando o momento ideal para resgatar à ela e a seu filho Flávio.


PRIMEIRO ATO: No palácio real, Rodelinda lamenta a perda de Bertarido. Ela se crê viúva, mas sabe que deve seguir em frente pela segurança de seu filho. Entra Grimoaldo, o usurpador, e ousadamente conclama seu amor pela rainha: se ela casar-se com ele, poderá continuar sendo rainha e ter um rei a seu lado uma vez mais. Indignada, ela recusa e se retira.

Grimoaldo é aconselhado por seu cúmplice Garibaldo a separar-se de Eduíge, a ambiciosa irmã de Bertarido, que o busca na esperança de vir a compartir do trono com ele.

Entra Eduíge e Grimoaldo a recorda que quando ele a cortejava, ela o rechaçou; agora que ele tomou o controle, é ela quem quer o casamento, mas é dele a vez de repelí-la. Quando ele se vai, Eduíge pede a Garibaldo que a ajude a humilhar seu outrora pretendente. Garibaldo, a sós, manifesta suas ambições para o trono: ajudando Eduíge e simulando amor por ela, ele espera acercar-se do poder.

No bosque de Ciprestes, local onde estão enterrados os reis, Bertarido, disfarçado de húngaro, queixa-se sobre a dor da separação de Rodelinda. Ele está sendo procurado por Unulfo, que se tornou conselheiro do usurpador, apesar de secretamente leal à Bertarido. Para manter o refúgio de Bertarido seguro, Unulfo não contou à rainha que seu marido ainda está vivo: o sofrimento dela também torna a ilusão ainda mais crível. Os dois homens se escondem enquanto Rodelinda visita a urna de seu marido.

O ardiloso Garibaldo se aproxima e dá um ultimato à Rodelinda: ou ela aceita a oferta de casamento de Grimoaldo, assegurando a eventual ascensão de seu filho ao trono, ou aceita a morte para si mesma e para seu filho. Sem escolha, Rodelinda diz que se submeterá ao casamento, mas jura que Garibaldo irá pagar com sua própria vida. Quando ela sai, Grimoaldo se aproxima e assegura seu parceiro que ele não irá deixar Rodelinda cumprir com tal ameaça.

Quando ambos os homens se vão, Bertarido sai de seu esconderijo, histérico pela capitulação de sua esposa. Ele decide puní-la esperando até que ela se case novamente para revelar que ainda está vivo.

SEGUNDO ATO: No palácio, Garibaldo convence Eduíge a ficar com ele depois que ele vingue o desprezo de Grimoaldo. Ele, contudo, sente que o amor por Grimoaldo ainda governa o coração da dama. Depois que Garibaldo sai, ela oferece ajuda a Rodelinda contra Grimoaldo. Eduíge sai e surge Grimoaldo. Rodelinda pede, como condição do casamento, que o traiçoeiro Garibaldo seja levado à morte. Grimoaldo diz que irá aceder. Depois a rainha o desafia a matar também o filho dela, dizendo-lhe que não poderia ser mãe de um soberano legítimo e esposa de um usurpador ao mesmo tempo.

Quando Rodelinda sai, Garibaldo encoraja Grimoaldo a aceitar o desafio da rainha e condenar a criança; Grimoaldo fica tentado a aceder, mesmo contra sua própria consciência. Quando Unulfo pergunta a Garibaldo porque ele deu um conselho tão cruel à Grimoaldo, Garibaldo contesta que um tirano precisa comportar-se como tal. É quando Unulfo se dá conta que Garibaldo trairá seu rei tão facilmente como fez com o antigo. Unulfo espera, contudo, que Bertarido seja encorajado pela força da lealdade de Rodelinda.

Num “lugar remoto”, Bertarido encontra nos murmúrios dos córregos e fontes, nos ecos das cavernas e montes, um reflexo de suas lágrimas. Ele é reconhecido pela errante Eduíge, que se surpreende ao encontrar seu irmão vivo. Enquanto eles dialogam, Unulfo retorna e assegura Bertarido que, contrário à sua crença, Rodelinda tem sido honesta. Dizendo que seu reino não tem mais importância, Bertarido anseia apenas pelo reencontro com sua esposa.

Nos seus aposentos, Rodelinda fica tão radiante quanto amedrontada ao saber que Bertarido está vivo. Ele aparece, pede desculpas por ter duvidado dela, e eles se abraçam. Grimoaldo, irrompendo na sala, acusa Rodelinda de infidelidade tanto para com seu ex-marido como para ele. Para proteger Bertarido, Rodelinda declara que ele é um impostor. Grimoaldo manda prendê-lo, dizendo que, seja o verdadeiro Bertarido ou não, ele já tem seu fim marcado; agraciando o casal com um último adeus, Grimoaldo parte. Rodelinda lamenta o fato de que o retorno de seu marido venha lhe causar tanto pesar quanto sua ausência; por outro lado, Bertarido simplesmente está feliz por vê-la.

TERCEIRO ATO: No palácio, Eduíge entrega à Unulfo uma chave para ajudar o prisioneiro a escapar. Unulfo fica felicíssimo. Eduíge simplesmente quer salvar o casal real e o filho deles. Garibaldo, contudo, tenta convencer Grimoaldo que o suposto Bertarido deve morrer: “Ou você mata o desgraçado ou perde um reino”. Grimoaldo se recusa, já que alienaria Rodelinda ainda mais e aumentaria seu próprio sentimento de culpa.

Numa masmorra, Bertarido se pergunta se foi amor ou o destino que trouxe sua ruína. Uma espada, atirada no escuro para ele por Eduíge, pára a seus pés. Agarrando a arma, ele ataca o primeiro intruso que entra em sua cela, por acaso o fiel Unulfo. Sem estar severamente ferido, Unulfo consegue guiar Bertarido por uma passagem secreta. Enquanto isso, Eduíge agarra uma lanterna e adentra a cela com Rodelinda e seu filho Flávio; eles encontram apenas a capa ensangüentada de Bertarido. Temendo a morte de seu marido, Rodelinda chora suas mágoas.

Surgindo em um jardim, Unulfo começa a buscar Rodelinda e a criança. Bertarido saboreia a idéia de reconquistar seu posto legítimo. Ele se esconde no momento em que Grimoaldo aparece. Aspirando por um momento de descanso de sua culpa e emoções conflituosas, Grimoaldo confessa remorso por seus maus feitios. Enquanto cochila, Garibaldo aparece rastejando-se, rouba sua espada e prepara para matá-lo. Então Bertarido sai de seu esconderijo e mata Garibaldo.

Rodelinda aparece, guiada por Unulfo. Grimoaldo, devendo sua vida à Bertarido, o saúda como Rei de Milão. Grimoaldo agora irá casar-se com Eduíge e governar a província de Pavia. Rodelinda finalmente pode desfrutar da alegria do reencontro com seu marido. Ambos os casais e Unulfo celebram o fim da maldade e as recompensas da virtude.

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

quarta-feira, maio 03, 2006

Lohengrin - Wagner

Lohengrin: Waltraud Meier as Ortrud and Sergei Leiferkus as Telramund
Photo: Catherine Ashmore
Domingo próximo, às 15:00hs. dando sequência à série de óperas irradiadas ao vivo do Metropolitan Opera de New York, a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará Lohengrin de Richard Wagner.

O anúncio da Cultura é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
WAGNER - Lohengrin. Solistas: Karita Mattila, Luana De Vol, Ben Heppner, Richard Paul Fink, Eike Wilm Schulte, René Pape. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Philippe Auguin

Ópera em três atos. Música de Richard Wagner Texto em alemão pelo compositor, baseado num poema épico anônimo e poemas por Wolfram von Eschenbach.


Personagens:


Elsa de Brabante (soprano) — A bela e cândida filha do soberano de Brabante.

Ortrud (meio-soprano) — Uma feiticeira pagã. Filha do Príncipe de Friesland e esposa de Friedrich.

Friedrich de Telramund (barítono) — O conde de Telramund, ex-guardião de Elsa e Gottfried. Esposo de Ortrud.

Lohengrin (tenor) — Filho de Parsifal. O misterioso cavaleiro do Santo Graal.

Heinrich (baixo) — Rei da Alemanha.

O Arauto do Rei (baixo)

Gottfried (mudo) — O irmão mais jovem de Elsa, transformado numa cisne por magia negra


Sinopse:


PRIMEIRO ATO: 933 D.C., próximo à cidade de Antuérpia, o ducado de Brabante (um reino que incluía seções da atual Bélgica e Holanda), às margens do Scheldt. O Rei Heinrich está sentado à sombra de um carvalho gigante, cercado de nobres saxônios e turíngios. Ele veio convocar um exército para defender seu reino dos invasores húngaros. O rei convoca o nobre Friedrich de Telramund para explicar porque o ducado de Brabante caiu no atual estado caótico.

Telramund explica que quando o último duque de Brabante morreu, ele deixou suas duas crianças, Elsa e Gottfried, aos seus cuidados. Telramund amava os jovens, especialmente Gottfried, o brilhante herdeiro do duque. Um dia, Elsa levou Gottfried para a floresta e retornou sozinha. Ao suspeitar que Elsa matou seu irmão, Telramund começou a temê-la. O finado duque havia dado à Telramund o direito de casar-se com Elsa, mas agora ele já havia encontrado outra mulher: Ortrud, uma princesa pagã. Telramund vai direto ao assunto: como Elsa é uma assassina, diz, ela deve abrir mão de suas terras em função dele. Ao ser intimada a defender-se, Elsa conta sobre um sonho onde viu um majestoso cavaleiro em ofuscante armadura. Ela está certa de que o Cavaleiro aparecerá para defendê-la e casar-se com ela.

Por duas vezes, o Arauto do Rei convoca o cavaleiro dos sonhos de Elsa. Mas silêncio é a única resposta. Depois da terceira intimação, Elsa ajoelha-se e começa a rezar fervorosamente. Repentinamente, a multidão corre para a beira do rio. À distância, vê-se um grácil cisne que se aproxima, puxando um bote que carrega um cavaleiro em resplandecente armadura. Ortrud e Telramund ficam chocados. Um silêncio temoroso paira no ar enquanto o misterioso Cavaleiro sai do barco e despede-se de seu cisne.

O estranho promete casar-se com Elsa sob a condição de que ela nunca pergunte seu nome ou origem. Elsa aceita e o Rei Heinrich ordena que se inicie a batalha entre Telramund e o Cavaleiro do Cisne. Se o Cavaleiro do Cisne sair vitorioso, Elsa será provada inocente. O Rei reza para que Deus conceda vitória ao justo. O estranho derrota Telramund, mas poupa sua vida. A multidão celebra o triunfo do misterioso Cavaleiro, enquanto Telramund cai aos pés de Ortrud, lamentando que Deus tenha retirado sua bravura.

SEGUNDO ATO: Noite na fortaleza de Antuérpia. Telramund acusa Ortrud de haver arruinado sua vida. Foi Ortrud quem o convenceu a exigir as terras de Elsa. Por havê-la escutado, ele perdeu tudo: sua honra, seu poder e sua reputação. Friamente, Ortrud pede que ele confie nela: ela tem um novo plano para vingar-se do Cavaleiro. Se o Cavaleiro do Cisne for convencido a revelar seu nome e nascimento, ela acredita, perderá seus poderes, tornando-se alvo fácil para sua vingança. Telramund e Ortrud farão com que Elsa suspeite que seu amado Cavaleiro seja um feiticeiro maléfico. Elsa ficará tão curiosa que não resistirá indagar pela graça e origem de seu noivo.

Elsa aparece em sua sacada e agrade as brisas por sua boa ventura. Ortrud pede a Telramund que se afaste para que elas tenham uma conversa de mulher para mulher. Enquanto desfruta da noite calma, Elsa escuta uma voz angustiada chamando seu nome. Ela olha e vê Ortrud consternada, implorando por seu perdão. Elsa se apieda, oferecendo sua amizade e ajuda à mulher desesperada. Ortrud, uma manipuladora, mostra-se preocupada com Elsa. O que será se a mesma mágica que trouxe o Cavaleiro à vida de Elsa o leve embora outra vez? Mas a confiança de Elsa em seu Cavaleiro não é abalada. Luzindo de orgulho, ela diz que a crença em seu amado é sua maior alegria. No alvorecer, Elsa leva Ortrud para dentro.

Manhã no pátio da Catedral. O Arauto decreta que Telramund está, à partir de então, banido; serão castigados quem o dê abrigo. O Cavaleiro do Cisne é nomeado o novo guardião de Brabante. A massa ovaciona o Cavaleiro como seu novo soberano, mas o abominável Telramund ainda consegue persuadir quatro nobres traiçoeiros a apoiarem-no secretamente contra o recém-chegado.

Cortesãos alegram-se por Elsa enquanto ela lidera seu cortejo nupcial para a catedral numa majestosa procissão. Na porta da igreja, Ortrud tenta interromper o casamento dizendo que seu marido foi falsamente julgado – derrotado por feitiçaria e não por proeza. Ela desafia Elsa a identificar o misterioso estrangeiro. O Rei e o Cavaleiro do Cisne entram pelo palácio, em direção a cerimônia. Elsa, chorando, corre para seu Cavaleiro. Surge Telramund e acusa categoricamente o Cavaleiro de utilizar feitiçaria para vencer o duelo. Ele exige conhecer a identidade do Cavaleiro. O Cavaleiro responde que a única pessoa a quem deve satisfação é a Elsa. A atenção da multidão se volta à pálida e tiritante noiva. O Rei e seus homens instantaneamente asseguram o Cavaleiro que ele tem todo o direito de manter em segredo sua identidade. Elsa diz a seu herói que ainda crê nele, mas que uma dúvida está crescendo no fundo de seu coração. O ajuntamento segue para a igreja.

TERCEIRO ATO: Cena I. Os aposentos da noiva. Um cortejo escolta o feliz casal à sua câmara nupcial, glorificando o amor. Enquanto o coro de vozes esvaece, o Cavaleiro e Elsa rememoram o dia em que se conheceram. Quando o Cavaleiro ternamente menciona o nome de Elsa, ela sente uma pontada de arrependimento. “O meu nome”, diz ela, “soa tão doce quando você o pronuncia, enquanto que eu, ai de mim, não posso replicar com o seu. Certamente que um dia você me revelará seu nome e eu o sussurrarei quando ninguém além de você esteja por perto!”. O desejo de Elsa em conhecer o nome de seu esposo cresce a cada momento. Finalmente ela não se segura e pergunta “Quem é você e de onde vem?”. Antes que o estupefacto Cavaleiro do Cisne possa responder, Telramund e seus comparsas aparecem. Elsa rapidamente entrega ao Cavaleiro sua espada e ele mata Telramund com um único golpe. O Cavaleiro ordena que os nobres levem o corpo de Telramund para o Rei Heinrich. Tristemente, ele diz a Elsa que responderá sua pergunta perante o Rei.

TERCEIRO ATO: Cena II. No dia seguinte, às margens do Rio Scheldt. O Rei Heinrich reúne seu exército em preparação para a batalha contra os húngaros. Enquanto o rei espera pela chegada do Guardião de Brabante, passa por ali o caixão de Telramund. Elsa segue, quase sem conseguir caminhar.

O Cavaleiro do Cisne finalmente entra e noticia que não pode guiar o exército em batalha. Ele narra seu duelo com Telramund e pergunta ao Rei se foi justo ao matá-lo. O Rei o assegura que sim. O Cavaleiro anuncia que Elsa quebrou seu juramento sagrado e que ele não tem escolha a não ser satisfazer sua curiosidade. O Cavaleiro é oriundo de Monsalvat, um país distante onde cavaleiros guardam o Cálice Sagrado num templo-fortaleza. Seu nome é Lohengrin e ele é filho de Parsifal, o líder dos cavaleiros. O Santo Graal dá a seus cavaleiros a força para combater o mal e proteger os inocentes, contanto que suas identidades permaneçam em segredo. Com sua linhagem e nome agora revelados, Lohengrin deve retornar a Monsalvat. Enquanto fala, o majestoso cisne reaparece no rio. Devastada, Elsa pede por seu perdão. Ele despede-se dela.

A malvada Ortrud revela então que o cisne nada mais é que Gottfried, o irmão mais jovem de Elsa. Ela mesma o transformou através da magia negra. Às margens do rio, Lohengrin ajoelha-se rezando. Repentinamente, a pomba do Graal desce sobre o bote. O cisne desaparece e Gottfried surge em seu lugar. Enquanto Ortrud desmaia, Lohengrin declara Gottfried como o herdeiro de direito e soberano de Brabante. Lohengrin desaparece em seu barco, guiado pela divina pomba do Graal. Elsa, em vão, clama por seu marido que desaparece paulatinamente. Ela cai sem vida nos bracos de Gottfried.
Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service