quarta-feira, maio 03, 2006

Lohengrin - Wagner

Lohengrin: Waltraud Meier as Ortrud and Sergei Leiferkus as Telramund
Photo: Catherine Ashmore
Domingo próximo, às 15:00hs. dando sequência à série de óperas irradiadas ao vivo do Metropolitan Opera de New York, a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará Lohengrin de Richard Wagner.

O anúncio da Cultura é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
WAGNER - Lohengrin. Solistas: Karita Mattila, Luana De Vol, Ben Heppner, Richard Paul Fink, Eike Wilm Schulte, René Pape. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Philippe Auguin

Ópera em três atos. Música de Richard Wagner Texto em alemão pelo compositor, baseado num poema épico anônimo e poemas por Wolfram von Eschenbach.


Personagens:


Elsa de Brabante (soprano) — A bela e cândida filha do soberano de Brabante.

Ortrud (meio-soprano) — Uma feiticeira pagã. Filha do Príncipe de Friesland e esposa de Friedrich.

Friedrich de Telramund (barítono) — O conde de Telramund, ex-guardião de Elsa e Gottfried. Esposo de Ortrud.

Lohengrin (tenor) — Filho de Parsifal. O misterioso cavaleiro do Santo Graal.

Heinrich (baixo) — Rei da Alemanha.

O Arauto do Rei (baixo)

Gottfried (mudo) — O irmão mais jovem de Elsa, transformado numa cisne por magia negra


Sinopse:


PRIMEIRO ATO: 933 D.C., próximo à cidade de Antuérpia, o ducado de Brabante (um reino que incluía seções da atual Bélgica e Holanda), às margens do Scheldt. O Rei Heinrich está sentado à sombra de um carvalho gigante, cercado de nobres saxônios e turíngios. Ele veio convocar um exército para defender seu reino dos invasores húngaros. O rei convoca o nobre Friedrich de Telramund para explicar porque o ducado de Brabante caiu no atual estado caótico.

Telramund explica que quando o último duque de Brabante morreu, ele deixou suas duas crianças, Elsa e Gottfried, aos seus cuidados. Telramund amava os jovens, especialmente Gottfried, o brilhante herdeiro do duque. Um dia, Elsa levou Gottfried para a floresta e retornou sozinha. Ao suspeitar que Elsa matou seu irmão, Telramund começou a temê-la. O finado duque havia dado à Telramund o direito de casar-se com Elsa, mas agora ele já havia encontrado outra mulher: Ortrud, uma princesa pagã. Telramund vai direto ao assunto: como Elsa é uma assassina, diz, ela deve abrir mão de suas terras em função dele. Ao ser intimada a defender-se, Elsa conta sobre um sonho onde viu um majestoso cavaleiro em ofuscante armadura. Ela está certa de que o Cavaleiro aparecerá para defendê-la e casar-se com ela.

Por duas vezes, o Arauto do Rei convoca o cavaleiro dos sonhos de Elsa. Mas silêncio é a única resposta. Depois da terceira intimação, Elsa ajoelha-se e começa a rezar fervorosamente. Repentinamente, a multidão corre para a beira do rio. À distância, vê-se um grácil cisne que se aproxima, puxando um bote que carrega um cavaleiro em resplandecente armadura. Ortrud e Telramund ficam chocados. Um silêncio temoroso paira no ar enquanto o misterioso Cavaleiro sai do barco e despede-se de seu cisne.

O estranho promete casar-se com Elsa sob a condição de que ela nunca pergunte seu nome ou origem. Elsa aceita e o Rei Heinrich ordena que se inicie a batalha entre Telramund e o Cavaleiro do Cisne. Se o Cavaleiro do Cisne sair vitorioso, Elsa será provada inocente. O Rei reza para que Deus conceda vitória ao justo. O estranho derrota Telramund, mas poupa sua vida. A multidão celebra o triunfo do misterioso Cavaleiro, enquanto Telramund cai aos pés de Ortrud, lamentando que Deus tenha retirado sua bravura.

SEGUNDO ATO: Noite na fortaleza de Antuérpia. Telramund acusa Ortrud de haver arruinado sua vida. Foi Ortrud quem o convenceu a exigir as terras de Elsa. Por havê-la escutado, ele perdeu tudo: sua honra, seu poder e sua reputação. Friamente, Ortrud pede que ele confie nela: ela tem um novo plano para vingar-se do Cavaleiro. Se o Cavaleiro do Cisne for convencido a revelar seu nome e nascimento, ela acredita, perderá seus poderes, tornando-se alvo fácil para sua vingança. Telramund e Ortrud farão com que Elsa suspeite que seu amado Cavaleiro seja um feiticeiro maléfico. Elsa ficará tão curiosa que não resistirá indagar pela graça e origem de seu noivo.

Elsa aparece em sua sacada e agrade as brisas por sua boa ventura. Ortrud pede a Telramund que se afaste para que elas tenham uma conversa de mulher para mulher. Enquanto desfruta da noite calma, Elsa escuta uma voz angustiada chamando seu nome. Ela olha e vê Ortrud consternada, implorando por seu perdão. Elsa se apieda, oferecendo sua amizade e ajuda à mulher desesperada. Ortrud, uma manipuladora, mostra-se preocupada com Elsa. O que será se a mesma mágica que trouxe o Cavaleiro à vida de Elsa o leve embora outra vez? Mas a confiança de Elsa em seu Cavaleiro não é abalada. Luzindo de orgulho, ela diz que a crença em seu amado é sua maior alegria. No alvorecer, Elsa leva Ortrud para dentro.

Manhã no pátio da Catedral. O Arauto decreta que Telramund está, à partir de então, banido; serão castigados quem o dê abrigo. O Cavaleiro do Cisne é nomeado o novo guardião de Brabante. A massa ovaciona o Cavaleiro como seu novo soberano, mas o abominável Telramund ainda consegue persuadir quatro nobres traiçoeiros a apoiarem-no secretamente contra o recém-chegado.

Cortesãos alegram-se por Elsa enquanto ela lidera seu cortejo nupcial para a catedral numa majestosa procissão. Na porta da igreja, Ortrud tenta interromper o casamento dizendo que seu marido foi falsamente julgado – derrotado por feitiçaria e não por proeza. Ela desafia Elsa a identificar o misterioso estrangeiro. O Rei e o Cavaleiro do Cisne entram pelo palácio, em direção a cerimônia. Elsa, chorando, corre para seu Cavaleiro. Surge Telramund e acusa categoricamente o Cavaleiro de utilizar feitiçaria para vencer o duelo. Ele exige conhecer a identidade do Cavaleiro. O Cavaleiro responde que a única pessoa a quem deve satisfação é a Elsa. A atenção da multidão se volta à pálida e tiritante noiva. O Rei e seus homens instantaneamente asseguram o Cavaleiro que ele tem todo o direito de manter em segredo sua identidade. Elsa diz a seu herói que ainda crê nele, mas que uma dúvida está crescendo no fundo de seu coração. O ajuntamento segue para a igreja.

TERCEIRO ATO: Cena I. Os aposentos da noiva. Um cortejo escolta o feliz casal à sua câmara nupcial, glorificando o amor. Enquanto o coro de vozes esvaece, o Cavaleiro e Elsa rememoram o dia em que se conheceram. Quando o Cavaleiro ternamente menciona o nome de Elsa, ela sente uma pontada de arrependimento. “O meu nome”, diz ela, “soa tão doce quando você o pronuncia, enquanto que eu, ai de mim, não posso replicar com o seu. Certamente que um dia você me revelará seu nome e eu o sussurrarei quando ninguém além de você esteja por perto!”. O desejo de Elsa em conhecer o nome de seu esposo cresce a cada momento. Finalmente ela não se segura e pergunta “Quem é você e de onde vem?”. Antes que o estupefacto Cavaleiro do Cisne possa responder, Telramund e seus comparsas aparecem. Elsa rapidamente entrega ao Cavaleiro sua espada e ele mata Telramund com um único golpe. O Cavaleiro ordena que os nobres levem o corpo de Telramund para o Rei Heinrich. Tristemente, ele diz a Elsa que responderá sua pergunta perante o Rei.

TERCEIRO ATO: Cena II. No dia seguinte, às margens do Rio Scheldt. O Rei Heinrich reúne seu exército em preparação para a batalha contra os húngaros. Enquanto o rei espera pela chegada do Guardião de Brabante, passa por ali o caixão de Telramund. Elsa segue, quase sem conseguir caminhar.

O Cavaleiro do Cisne finalmente entra e noticia que não pode guiar o exército em batalha. Ele narra seu duelo com Telramund e pergunta ao Rei se foi justo ao matá-lo. O Rei o assegura que sim. O Cavaleiro anuncia que Elsa quebrou seu juramento sagrado e que ele não tem escolha a não ser satisfazer sua curiosidade. O Cavaleiro é oriundo de Monsalvat, um país distante onde cavaleiros guardam o Cálice Sagrado num templo-fortaleza. Seu nome é Lohengrin e ele é filho de Parsifal, o líder dos cavaleiros. O Santo Graal dá a seus cavaleiros a força para combater o mal e proteger os inocentes, contanto que suas identidades permaneçam em segredo. Com sua linhagem e nome agora revelados, Lohengrin deve retornar a Monsalvat. Enquanto fala, o majestoso cisne reaparece no rio. Devastada, Elsa pede por seu perdão. Ele despede-se dela.

A malvada Ortrud revela então que o cisne nada mais é que Gottfried, o irmão mais jovem de Elsa. Ela mesma o transformou através da magia negra. Às margens do rio, Lohengrin ajoelha-se rezando. Repentinamente, a pomba do Graal desce sobre o bote. O cisne desaparece e Gottfried surge em seu lugar. Enquanto Ortrud desmaia, Lohengrin declara Gottfried como o herdeiro de direito e soberano de Brabante. Lohengrin desaparece em seu barco, guiado pela divina pomba do Graal. Elsa, em vão, clama por seu marido que desaparece paulatinamente. Ela cai sem vida nos bracos de Gottfried.
Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

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Blogger Dalva M. Ferreira said.

Wagner é superlativo, como você bem frisou: não dá para digerir de uma só vez. Requer amadurecimento,mais intimidade com o mundo da ópera, mais estudo, mais audições; requer a visão dos personagens no palco para dar a real medida da dramaticidade de cada um. É um mundo peculiar, é outra galáxia, coisa de sonho mesmo!

08 maio, 2006 18:44  

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