quarta-feira, maio 31, 2006

La Clemenza di Tito - Mozart


No próximo domingo, às 15:00hs. a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará, em seu tradicional Teatro de Ópera, a ópera Clemenza di Tito de Wolfgang Amadeus Mozart.

O anúncio:

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas
MOZART - La Clemenza di Tito. Solistas: Brigitte Fassbaender, Lucia Popp, Maria Casula, Teresa Berganza, Tugomir Franc, Werner Krenn. Coro e Orquestra da Ópera do Estado de Viena. Reg.: István Kertész. Apresentação: maestro Walter Lourenção.

Ópera em dois atos

Música de Wolfgang Amadeus Mozart
Texto em italiano por Caterino Mazzolà, baseado em um libretto por Pietro Metastasio

Première Mundial: Praga, Teatro Nacional, Setembro 6, 1791


OS PERSONAGENS

Tito (tenor) – Imperador de Roma. Benévolo e misericordioso, ele é capaz de perdoar até mesmo àqueles que conspiram contra ele.

Vitélia (soprano) – Filha de Aulus Vitellius, o ex-imperador de Roma. Ela deseja casar-se com Tito e tornar-se imperatriz, mas os planos dele em casar-se com outras mulheres a leva a planejar seu assassinato.

Servília (soprano) – Irmã de Sesto. Ela está apaixonada por Ânnio.

Sesto (meio-soprano) – É amigo de Tito e está apaixonado por Vitélia.

Ânnio (meio-soprano) – É amigo próximo de Sesto e está apaixonado por Servília.

Públio (baixo) – Capitão da Guarda. Ele tem um coração de pedra e está decidido a levar à justiça qualquer um que possa ameaçar o imperador.


O Enredo e a Música:

Titus Flavius Sabinus Vespasianis (Tito) sucedeu seu pai, o imperador Vespasiano, em 79 D.C. Antes de tomar o trono, muitos temiam que Tito fosse governar com mão de ferro; contudo ele acabou mostrando-se um imperador “clemente”: compassivo, preocupado e benquisto por seus súditos.

Ato I.

Vitélia, filha do destituído Imperador Vitellius, quer o assassinato do atual Imperador Tito já que ele não a corresponde em seu amor, escolhendo em lugar dela, a princesa Berenice para sua esposa.

Vitélia esperar usar seu admirador Sesto como assassino. Mas quando ela pede a Sesto que mate Tito, ele hesita, relutante em cometer tão grave crime. Vitélia ameaça substituir Sesto por um pretendente mais digno se ele se negar a ajudá-la.

Annio, amigo de Sesto, vem buscá-lo para uma audiência com o Imperador. Ele revela que, afinal de contas, Tito decidiu que não se casará com Berenice. Escutando a novidade, Vitélia compreende que ela ainda tem chances de tornar-se a imperatriz e pede a Sesto que esqueça a estória do assassinato.

Ânnio, que deseja casar com Servília, irmã de Sesto, pede a seu amigo que solicite permissão do imperador para o matrimônio. Sesto diz que ele terá prazer em fazê-lo.

Numa praça em frente ao Capitólio (templo de Júpiter em Roma), a massa saúda Tito e oferece presentes. Tito declara que ele irá utilizar os presentes para ajudar os sobreviventes de uma recente erupção do Vesúvio em Pompéia. A multidão sai.

Deixado à sós com Sesto e Ânnio, Tito expressa o desejo de casar-se com a irmã de Sesto, Servília. Ânnio fica desanimado, mas é o primeiro a dizer à Tito que ele bendiz a união. Tito declara que, algum dia, Sesto terá um lugar no trono. Os dois saem, deixando Ânnio para trás.

Servília entra e Ânnio conta-lhe a novidade. Eles conversam sobre os sentimentos que compartem um pelo outro e Servília assegura Ânnio que ele sempre será seu verdadeiro amor.

Públio, comandante da Guarda Pretoriana, apresenta à Tito uma lista de todos àqueles que se expressaram contra imperadores no passado. Tito censura a investigação, dizendo que se há verdade na crítica alheia, então ele está grato, e se os comentários são imprudentes, ele tem pena dos que o fizeram.

Servília interrompe a discussão para implorar uma audiência com Tito. Ela confessa seus sentimentos por Ânnio. Tito, inspirado por sua bravura, diz-lhe que ela é livre para casar-se com Ânnio. Enquanto sai, ele encoraja Servília a deixar que sua honestidade se torne inspiração para outras pessoas.

Vitélia chega e Servília lhe conta que talvez ela seja a próxima escolhida de Tito. Vitélia porém fica enfurecida de ciúmes, colocada em segundo plano por Tito duas vezes em favor de outras mulheres. Ela roga à Sesto que prossiga com o assassinato de Tito, reprimindo-o e chamando-o de covarde por já não tê-lo feito (mesmo apesar de seu pedido anterior de que ele não o assassinasse). Relutante, Sesto parte para assassinar Tito, amaldiçoando os deuses por ter dado tal poder à beleza.

Pouco depois que Sesto sai, Públio e Ânnio chegam e informam Vitélia que Tito a escolheu para ser sua imperatriz. Caindo na real, ela chama por Sesto na esperança de pará-lo, mas ele já está fora do alcance da voz.

Em frente ao Capitólio, Sesto que colocou fogo no prédio, fica carregado com tremenda culpa. Vendo Ânnio, Servília, Públio e Vitélia aproximando-se, Sesto rapidamente adentra o Capitólio com sua espada pretendendo matar Tito pessoalmente. Quando ele reaparece, ele anuncia que um homem horrível assassinou Tito. Ele está prestes à confessar que ele é este homem, mas Vitélia o silencia.

Ato II.

No palácio , Ânnio conta à Sesto que o imperador sobreviveu o atentado. Sesto confessa à Ânnio seu papel no crime, dizendo que ele planeja fugir do país e nunca mais retornar. Ânnio encoraja Sesto a dizer a verdade, sugerindo que todos os seus anteriores atos de lealdade somados a seu óbvio arrependimento podem ainda valer a piedade de Tito. Ânnio sai.

Vitélia, que teme que Sesto venha a revelar seu papel no plano de assassinato, aconselha-o que fuja. Públio entra e exige a espada de Sesto. Ele revela que o homem que Sesto esfaqueou era Lentulo, um cúmplice na conspiração. Sesto deve ser levado ao Senado para um interrogatório.

Num grande salão para audiências públicas, a multidão dá graças pela salvação de Tito. Hoje é o dia dos jogos no Coliseu e Públio aconselha Tito à estar presente. Tito diz que ele se sentiria mais feliz em saber o destino de Sesto primeiro.

Públio entrega ao imperador uma folha de papel contendo a confissão de Sesto e a pena de morte outorgada pelo Senado. Tudo o que o documento precisa é da assinatura de Tito para que a sentença seja carregada. Ignorando os pedidos de Ânnio por clemência, Tito encoleriza-se pela traição de Sesto. Ele fica à beira de assinar o documento sentenciador, mas dá-se conta de que necessita escutar de Sesto pessoalmente antes de mandá-lo à sua morte.

Sesto entra e Tito dispensa Públio e seus guardas para que ele possa conversar à sós com seu velho amigo. Desprendendo-se de qualquer formalidade, ele pergunta a Sesto quais foram seus motivos. Escondendo o envolvimento de Vitélia na conspiração, Sesto declara que uma fraqueza em seu caráter o levou a tentar o assassinato. Tito pede mais informações, porém Sesto firmemente nega-se a revelar seus motivos. Ofendido, Tito exige que o levem embora.

A sós, enquanto pondera sobre o destino de Sesto, Tito compreende que ele ainda sente piedade e o respeita apesar de tudo o que fez. Ele luta com sua consciência, sem saber se assina ou não a ordem condenando seu velho amigo à morte. Finalmente Tito assina o papel, mas logo compreende que não é de sua natureza condenar um amigo tendo o poder para perdoá-lo. Ele quer que a história lembre-se dele como um líder misericordioso ao invés de cruel.

Tito rasga o documento, dizendo aos deuses que se um coração cruel é requisito para governar um império, ele é incapaz de governar. Ele pede à Públio que entre e diz-lhe que o destino de Sesto será decidido na arena.

Depois que Tito sai, Vitélia encontra Públio e diz que deseja ver o imperador. Servília e Ânnio entram e pedem a ela que poupe Sesto, assinalando que ao tornar-se a imperatriz de Tito no por-de-sol, ela terá o poder para fazê-lo. Vitélia, surpreendida pelo fato do imperador ainda querer casá-la, entende que Sesto está sacrificando sua vida por ela. Servília implora outra vez para que ela salve Sesto, mas Vitélia pede para ser deixada à sós. Censurando Vitélia por sua inércia, Servília sai, levando Ânnio consigo.

Sozinha, Vitélia decide que se viesse a tornar-se imperatriz de Tito, ela nunca poderia viver com o conhecimento de que Sesto morreu por sua causa. Ele sempre viveria com medo de que algum dia seu envolvimento na conspiração pudesse ser revelado. Ele se apressa à arena para confessar seu crime para Tito.

Os conspiradores são levados à arena, onde eles serão atirados à feras selvagens. Tito pede para ver Sesto uma última vez. É então que aparece Vitélia e confessa que ela foi a autora do plano de assassinato. Traído uma vez mais, desta vez por sua futura esposa, Tito decide ser forte, crendo que sua misericórdia sobreviverá mais que a traição alheia.

Ele perdoa todos os três conspiradores, dizendo que sob seus olhos o arrependimento verdadeiro vale muito mais do que a fidelidade constante. A ópera termina enquanto os súditos de Tito o glorificam.

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

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Blogger Dalva M. Ferreira said.

Mozart... acho que daqui a mil anos vamos estar ainda aprendendo sobre a sua obra. Conforme eu li, esta ópera foi composta no mesmo ano que a Flauta Mágica, no ano de sua morte. Doente, pobre, mas grandioso. Ainda que seja uma "opera minor", pelo dedo do gigante será magnífica!

31 maio, 2006 16:55  

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