Rodelinda - Haendel
Photo: Marty Sohl
Domingo próximo, 14 de Maio de 2006, às 15:00hs. a Radio Cultura FM retransmitirá a ópera Rodelinda de Haendel.
Lembro que esta gravação foi feita no sábado que antecede à semana desta transmissão, récita ao vivo, diretamente do Metropolitan Opera de New York. Essa instituição presta um serviço incomensurável aos apreciadores do gênero. Várias gerações já tiveram sua formação iniciada ou continuada pelos recitais que são irradiados ao vivo. Esta é a septuagésima quinta temporada dessa série de óperas irradiadas ao vivo.
Só pela cifra exposta, podemos inferir a importância desta série que a Radio Cultura FM de São Paulo retransmite. É por meio desta retransmissão, e de toda a programação que se seguirá, ao longo de todo o ano, que poderemos formar um público que de outra forma não teria acesso a esse tipo de manifestação.
O anúncio da transmissão é o seguinte:
METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
HAENDEL - Rodelinda. Solistas: Renée Fleming, Stephanie Blythe, Andreas Scholl, Christophe Dumaux, Kobie van Rensburg, John Relyea. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Patrick Summers.
Ópera em três atos
Música por George Frideric Haendel
Texto no italiano por Nicola Francesco Haym, adaptado do libretto de Antonio Salvi, baseado na peça de Pierre Corneille Pertharite, Roi des Lombards.
Personagens:
Rodelinda (soprano): A esposa de Bertarido e rainha de Lombardia. Ela guarda luto de seu marido, o rei, que crê morto.
Bertarido (contratenor): Rei da Lombardia, usurpado de seu trono pelo Duque Grimoaldo. Ele está escondido na cripta dos reis lombardos e tem esperança de um dia poder reclamar seu trono e reunir-se com sua esposa e filho.
Eduíge (contralto): A ambiciosa irmã de Bertarido. Ela quer se casar com Grimoaldo e compartilhar com ele o trono.
Unulfo (contralto): Um jovem aristocrata. Ele torna-se conselheiro de Grimoaldo, mas continua leal a seu amigo Bertarido. Unulfo sabe que o rei está vivo.
Grimoaldo (tenor): O duque que usurpou o trono do Rei Bertarido. Ele tenta casar-se com Rodelinda na expectativa de legitimar seu lugar no trono.
Garibaldo (baixo): O Duque de Torino. Ele ajudou Grimoaldo a usurpar o trono. Apesar de se fazer passar por cúmplice de Grimoaldo, ele age somente em interesse próprio.
Sinopse:
O enredo se passa em Lombardia, provavelmente durante o Século XI, quando a região, depois de um longo período integrando o império de Carlos Magno, começou a experimentar uma descentralização de poder político. O Duque Grimoaldo, com a ajuda de Garibaldo, o traiçoeiro Duque de Turim, usurpou o trono de Milão do Rei Bertarido. A Rainha Rodelinda acredita que seu marido esteja morto, mas não sabe que na verdade ele está escondido na cripta dos reis, aguardando o momento ideal para resgatar à ela e a seu filho Flávio.
PRIMEIRO ATO: No palácio real, Rodelinda lamenta a perda de Bertarido. Ela se crê viúva, mas sabe que deve seguir em frente pela segurança de seu filho. Entra Grimoaldo, o usurpador, e ousadamente conclama seu amor pela rainha: se ela casar-se com ele, poderá continuar sendo rainha e ter um rei a seu lado uma vez mais. Indignada, ela recusa e se retira.
Grimoaldo é aconselhado por seu cúmplice Garibaldo a separar-se de Eduíge, a ambiciosa irmã de Bertarido, que o busca na esperança de vir a compartir do trono com ele.
Entra Eduíge e Grimoaldo a recorda que quando ele a cortejava, ela o rechaçou; agora que ele tomou o controle, é ela quem quer o casamento, mas é dele a vez de repelí-la. Quando ele se vai, Eduíge pede a Garibaldo que a ajude a humilhar seu outrora pretendente. Garibaldo, a sós, manifesta suas ambições para o trono: ajudando Eduíge e simulando amor por ela, ele espera acercar-se do poder.
No bosque de Ciprestes, local onde estão enterrados os reis, Bertarido, disfarçado de húngaro, queixa-se sobre a dor da separação de Rodelinda. Ele está sendo procurado por Unulfo, que se tornou conselheiro do usurpador, apesar de secretamente leal à Bertarido. Para manter o refúgio de Bertarido seguro, Unulfo não contou à rainha que seu marido ainda está vivo: o sofrimento dela também torna a ilusão ainda mais crível. Os dois homens se escondem enquanto Rodelinda visita a urna de seu marido.
O ardiloso Garibaldo se aproxima e dá um ultimato à Rodelinda: ou ela aceita a oferta de casamento de Grimoaldo, assegurando a eventual ascensão de seu filho ao trono, ou aceita a morte para si mesma e para seu filho. Sem escolha, Rodelinda diz que se submeterá ao casamento, mas jura que Garibaldo irá pagar com sua própria vida. Quando ela sai, Grimoaldo se aproxima e assegura seu parceiro que ele não irá deixar Rodelinda cumprir com tal ameaça.
Quando ambos os homens se vão, Bertarido sai de seu esconderijo, histérico pela capitulação de sua esposa. Ele decide puní-la esperando até que ela se case novamente para revelar que ainda está vivo.
SEGUNDO ATO: No palácio, Garibaldo convence Eduíge a ficar com ele depois que ele vingue o desprezo de Grimoaldo. Ele, contudo, sente que o amor por Grimoaldo ainda governa o coração da dama. Depois que Garibaldo sai, ela oferece ajuda a Rodelinda contra Grimoaldo. Eduíge sai e surge Grimoaldo. Rodelinda pede, como condição do casamento, que o traiçoeiro Garibaldo seja levado à morte. Grimoaldo diz que irá aceder. Depois a rainha o desafia a matar também o filho dela, dizendo-lhe que não poderia ser mãe de um soberano legítimo e esposa de um usurpador ao mesmo tempo.
Quando Rodelinda sai, Garibaldo encoraja Grimoaldo a aceitar o desafio da rainha e condenar a criança; Grimoaldo fica tentado a aceder, mesmo contra sua própria consciência. Quando Unulfo pergunta a Garibaldo porque ele deu um conselho tão cruel à Grimoaldo, Garibaldo contesta que um tirano precisa comportar-se como tal. É quando Unulfo se dá conta que Garibaldo trairá seu rei tão facilmente como fez com o antigo. Unulfo espera, contudo, que Bertarido seja encorajado pela força da lealdade de Rodelinda.
Num “lugar remoto”, Bertarido encontra nos murmúrios dos córregos e fontes, nos ecos das cavernas e montes, um reflexo de suas lágrimas. Ele é reconhecido pela errante Eduíge, que se surpreende ao encontrar seu irmão vivo. Enquanto eles dialogam, Unulfo retorna e assegura Bertarido que, contrário à sua crença, Rodelinda tem sido honesta. Dizendo que seu reino não tem mais importância, Bertarido anseia apenas pelo reencontro com sua esposa.
Nos seus aposentos, Rodelinda fica tão radiante quanto amedrontada ao saber que Bertarido está vivo. Ele aparece, pede desculpas por ter duvidado dela, e eles se abraçam. Grimoaldo, irrompendo na sala, acusa Rodelinda de infidelidade tanto para com seu ex-marido como para ele. Para proteger Bertarido, Rodelinda declara que ele é um impostor. Grimoaldo manda prendê-lo, dizendo que, seja o verdadeiro Bertarido ou não, ele já tem seu fim marcado; agraciando o casal com um último adeus, Grimoaldo parte. Rodelinda lamenta o fato de que o retorno de seu marido venha lhe causar tanto pesar quanto sua ausência; por outro lado, Bertarido simplesmente está feliz por vê-la.
TERCEIRO ATO: No palácio, Eduíge entrega à Unulfo uma chave para ajudar o prisioneiro a escapar. Unulfo fica felicíssimo. Eduíge simplesmente quer salvar o casal real e o filho deles. Garibaldo, contudo, tenta convencer Grimoaldo que o suposto Bertarido deve morrer: “Ou você mata o desgraçado ou perde um reino”. Grimoaldo se recusa, já que alienaria Rodelinda ainda mais e aumentaria seu próprio sentimento de culpa.
Numa masmorra, Bertarido se pergunta se foi amor ou o destino que trouxe sua ruína. Uma espada, atirada no escuro para ele por Eduíge, pára a seus pés. Agarrando a arma, ele ataca o primeiro intruso que entra em sua cela, por acaso o fiel Unulfo. Sem estar severamente ferido, Unulfo consegue guiar Bertarido por uma passagem secreta. Enquanto isso, Eduíge agarra uma lanterna e adentra a cela com Rodelinda e seu filho Flávio; eles encontram apenas a capa ensangüentada de Bertarido. Temendo a morte de seu marido, Rodelinda chora suas mágoas.
Surgindo em um jardim, Unulfo começa a buscar Rodelinda e a criança. Bertarido saboreia a idéia de reconquistar seu posto legítimo. Ele se esconde no momento
Rodelinda aparece, guiada por Unulfo. Grimoaldo, devendo sua vida à Bertarido, o saúda como Rei de Milão. Grimoaldo agora irá casar-se com Eduíge e governar a província de Pavia. Rodelinda finalmente pode desfrutar da alegria do reencontro com seu marido. Ambos os casais e Unulfo celebram o fim da maldade e as recompensas da virtude.
Jacques
:
Muito bonita, como não poderia deixar de ser. Tem marca registrada, tem pedigree!
Gostei de várias árias, adorei Andreas Scholl. Faltou "ver"... quem sabe um dia?
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