Le Nozze di Figaro - Mozart
Photo: Robert Millard
No próximo domingo, dia 30 de Abril, às 15:00hs. a Radio Cultura FM de São Paulo irradiará uma das mais famosas óperas de Mozart, Le Nozze di Figaro.O anúncio é o seguinte:
METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
MOZART - As Bodas de Fígaro. Solistas: Soile Isokoski, Andrea Rost, Alice Coote, Peter Mattei, John Relyea. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Mark Wigglesworth
Personagens:
Figaro - (baritono) Barbeiro, criado do Conde Almaviva, noivo de Susanna.
A Condessa - (soprano) A Condessa Almaviva (primeiro nome, Rosina, do Barbeiro de Sevilha), mulher do Conde. Ela ainda ama o seu marido embora saiba dos planos deste para enganá-la.
Conde Almaviva - (barítono) Patrão de Figaro e Susanna; embora tenha estado apaixonado por sua mulher, a Condessa, agora ele persegue a noiva de Fígaro, Susanna.
Susanna - (soprano) A viva e linda empregada da Condessa, noiva de Fígaro.
Cherubino - (mezzo-soprano) Um pagem encantador, jovem e que ainda lida mal com a sua condição de adolescente, vive flertando. (Obs.: É interpretado por uma voz feminina)
Doutor Bartolo - (baixo) Um dos guardiões da Condessa, alimenta uma raiva intestina contra Fígaro por este ter ajudado o Conde a roubá-la no Barbeiro de Sevilha.
Marcellina - (soprano) Faz um contrato bizarro com Fígaro. Este deve casar-se com ela caso não pague seu empréstimo.
Don Basilio - (tenor) Um professor bisbilhoteiro.
Compositor: Wolfgang Amadeus Mozart
Texto em italiano: Lorenzo da Ponte, baseado no Le Mariage de Figaro de Beaumarchais
Sinopse:
Antes do início da ópera: Na Il Barbiere di Siviglia (O barbeiro de Sevilha), Figaro, o barbeiro da cidade e especialista de todos os ofícios fica sabendo que o arrojado Conde Almaviva ama a jovem, rica e bela Rosina, protegida e futura esposa do rígido Dr. Bartolo. Rosina é castigada juntamente com o Conde, mesmo nunca o tendo encontrado. Figaro organiza um plano para reunir os dois. Quando a ópera Le Nozze di Figaro começa, Rosina (agora a Condessa) e o Conde já estão casados.
Ato I. Nos quartos dos criados, Figaro, o criado do Conde, prepara-se para seu casamento com Susanna, a criada da Condessa. Figaro sente-se ultrajado quando Susanna conta-lhe que o Conde planeja exercer seu direito de senhor - o direito de um nobre de tomar o lugar do noivo na noite de núpcias de seus criados. Figaro decide ludibriar o Conde.
Os ardilosos Dr. Bartolo e Marcellina entram
Cherubino, o pajem adolescente romântico e sem esperanças, chega sem fôlego. Ele se sente atraído pela Condessa e foi apanhado, envolvido com Barbarina, a filha do jardineiro. Por esta razão, o Conde pretende dispensar Cherubino de seus serviços. Quando Cherubino está para sair, ele vê o Conde se aproximando e esconde-se atrás de uma poltrona. O Conde entra e pede a Susanna que o encontre no jardim naquela noite.
Ao escutar Basilio, o professor de música bisbilhoteiro aproximar-se, o Conde esconde-se no mesmo local que Cherubino e este desliza sob a cadeira. Basilio diz a Susanna que ela deveria estar contente por ter a atenção do Conde e não de Cherubino que cobiça todas as mulheres.
Ainda escondido, o Conde escuta Basilio dizer que Cherubino deita os olhos para a Condessa. Escandalizado, o Conde deixa seu esconderijo. Justamente no dia anterior ele havia encontrado Cherubino com Barbarina no chalé do jardineiro. Agora, mais do que nunca, o Conde quer livrar-se de Cherubino. Ele levanta o tecido que cobre a poltrona e, mais uma vez descobre Cherubino.
Enquanto o Conde se esforça para saber o que está acontecendo, Figaro entra em cena com um grupo de camponeses que canta em louvor do Conde e joga flores a seus pés. Figaro elogia o Conde publicamente por abolir o direito de senhor ao ter se casado com a Condessa. O Conde sabe que Figaro é capaz de acabar mal e jura ser mais esperto que ele.
O Conde finge perdoar Cherubino oferecendo-lhe um posto em seu regimento particular. Cherubino tem que partir imediatamente para Sevilha. Figaro, contente por ver a partida de um dos admiradores de Susanna, deseja-lhe tudo de bom.
Ato II. Na privacidade de seu quarto, a Condessa visita o Amor para trazer seu marido de volta. Susanna entra e confirma as suspeitas da Condessa, de que o Conde tem feito propostas a ela. Susanna conta também sobre o ciúmes do Conde em relação a Cherubino e sua esposa.
Figaro chega com um plano para evitar a intenção do Conde de interromper o casamento. Ele propõe enviar uma mensagem ao Conde que sugere que a própria Condessa tem um amante que ela irá encontrar no jardim naquela noite. Cherubino passará por Susanna e encontrará o Conde, que acreditará estar vingando-se da infidelidade da esposa - o Conde também acreditará estar tendo sucesso com Susanna e não tentará mais interromper o casamento.
Figaro sai e Cherubino entra, cantando à Condessa seu amor doentio. A Condessa e Susanna fantasiam Cherubino como Susanna. Escuta-se o Conde do lado de fora, bravo pela porta estar trancada. Cherubino corre para o quarto de vestir adjunto batendo na mesa de vestir. O Conde escuta e começa a suspeitar. Ele havia recebido a carta de Figaro e agora suspeita que o amante da Condessa esteja escondido na sala ao lado. A Condessa lhe garante que o barulho é somente o de Susanna trocando de roupa. (Susanna está escondida atrás de uma tela na sala.) O Conde insiste para que a Condessa vá com ele enquanto manda vir as ferramentas para forçar a porta do quarto de vestir.
Susanna, sem ser vista pelo Conde, escutou tudo e diz a Cherubino para abrir a porta do quarto. Ela tranca-se no interior do quarto e Cherubino pula pela janela, momentos antes que o Conde e a Condessa voltem. Ao ver a porta aberta, a Condessa admite que era Cherubino quem estava trancado na sala. O Conde jura Cherubino de morte, mas para a surpresa deles, é Susanna quem sai do quarto de vestir.
Susanna e a Condessa admitem que a carta de Figaro era uma fraude. Figaro chega e anuncia que as festividades do casamento já vão começar. No momento
O Conde suspeita de Cherubino, mas Figaro diz que foi ele. Figaro finge estar machucado e começa a mancar. No final entram Marcellina e Bartolo para prestar queixa contra Figaro. O Conde, completamente confuso, percebe uma oportunidade de afirmar sua autoridade e declara que ele próprio julgará o caso.
Ato III. No salão principal, decorado para o casamento, o Conde vaga sozinho, tentando refletir sobre os estranhos acontecimentos do dia. No fundo, sem serem notadas pelo Conde, a Condessa diz a Susanna para marcar um encontro com o Conde para aquela mesma noite. Susanna adianta-se e o Conde lembra-lhe que Figaro ainda pode ter que se casar com Marcellina. Susanna diz que ela quitará o débito com Marcellina com o dote que o Conde lhe prometeu. Ele responde que sua promessa de dote dependia da resposta de Susanna aos seus carinhos. Susanna então concorda em encontrar o Conde no jardim naquela noite.
Momentaneamente satisfeito, o Conde fica enraivecido ao escutar Susanna dizer a Figaro, "Nós ganhamos nosso caso" O Conde jura fazer o que for necessário para conquistar Susanna.
Don Curzio, um advogado, entra com Figaro, Bartolo e Marcellina para ouvirem a decisão do Conde: Figaro deve pagar Marcellina ou casar-se com ela. Figaro protesta, dizendo ser um órfão de berço nobre e não poder se casar sem o consentimento de seus pais. Uma tatuagem em seu braço o identifica como o filho há muito tempo perdido de Marcellina e Bartolo!
Susanna chega com o dinheiro para pagar a dívida de Figaro e fica chocada ao ver seu noivo abraçando Marcellina, mas logo percebe que Figaro está abraçando sua mãe. Marcellina e Bartolo perdoam a dívida e abençoam o casamento de Figaro e Susanna. O plano do Conde falha e ele fica furioso.
Todos deixam o salão e Barbarina, a filha do jardineiro, entra com Cherubino preparada para ajudá-lo a vestir-se como mulher. Os dois saem e a Condessa entra em cena sozinha, pensando no que poderia ter acontecido com a confiança e a intimidade que ela já havia tido com seu marido. A Condessa sai e Antonio, o jardineiro, entra com o Conde e conta-lhe que Cherubino está disfarçado
Cherubino, vestido como mulher, lidera um coro de garotas camponesas oferecendo flores à Condessa. A Condessa e Susanna suspeitam que seja Cherubino - uma suspeita confirmada por Antonio que arranca a peruca do pajem. O Conde entra e ameaça punir Cherubino. Barbarina embaraça o Conde ao lembrá-lo que todas as vezes que ele a beijou, havia prometido que lhe satisfaria qualquer desejo: agora ela desejava casar-se com Cherubino. O Conde se pergunta por que razão todas as situações se voltam contra ele.
Figaro entra e sugere que todos comecem a dançar. Cherubino admite que fora ele quem havia pulado da janela, o que fez de Figaro um mentiroso. Escuta-se a marcha nupcial e a dupla cerimônia de casamento vai começar. Enquanto o Conde e a Condessa presidem a cerimônia, Susanna passa ao Conde um bilhete fechado com seu alfinete de chapéu. O Conde espeta o dedo e deixa cair o alfinete, que é encontrado por Figaro. O Conde convida a todos para celebrarem os casamentos.
Ato IV. Mais tarde, na mesma sala, Barbarina é enviada pelo Conde para encontrar o alfinete de Susanna, mas não consegue achá-lo. Figaro entra e fica sabendo do significado do alfinete: o Conde deseja que ele seja entregue a Susanna como um sinal de que ele a estará esperando no jardim naquela noite. Figaro fica enfurecido. Finge encontrar o alfinete no chão e o dá a Barbarina que sai correndo.
Figaro procura Marcellina, sua mãe, para confortá-lo.
Barbarina entra no jardim, esperando encontrar Cherubino. Ela se esconde ao ver uma pessoa oculta. É Figaro que levou consigo Basilio e Bartolo para testemunharem o Conde restaurando o direito de senhor. Figaro esconde-se ao ver a Condessa entrando com Marcellina e Susanna disfarçada. Sabendo que Figaro está escutando, Susanna canta uma serenata para vingar-se das suspeitas de Figaro: em tons melodiosos ela espera por seu amante, mas sem dizer seu nome.
Cherubino chega e como a Condessa e Susanna haviam trocado de roupas ele pensa estar falando com Susanna quando, na verdade está falando com a Condessa. A Condessa o expulsa ao escutar Figaro entrando. Cherubino esconde-se com Barbarina e o Conde, confundindo Figaro com Cherubino no escuro, esmurra suas orelhas.
Finalmente o Conde vê "Susanna"(na verdade a Condessa) e lhe oferece um anel.
Figaro descobre o plano e espanta o Conde, dizendo que as pessoas estão chegando. Fingindo confundir Susanna com a Condessa, ele sugere que eles se tornem amantes para se vingarem do Conde. Susanna, ainda disfarçada, esbofeteia Figaro, que admite saber que era ela. Os dois retomam o disfarce para deixar o Conde furioso, pois este volta e encontra Figaro cortejando a suposta Condessa. O Conde quer denunciar sua esposa e chama todos para testemunharem. Logo percebe que foi enganado pelo disfarces das mulheres.
Ajoelhando-se em frente à Condessa, o Conde implora seu perdão, e ela o perdoa. Todos saúdam o final feliz de um longo e louco dia.
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Mais uma vez Mozart consegue unir boa música a um folhetim. Desta comédia de pouca profundidade, continuação de uma outra ópera, Il Barbieri de Siviglia, Mozart e Da Ponte, apoderam-se de personagens conhecidos, contam uma nova estória, com seus personagens em nova roupagem.
O resultado, longe de ser uma aventura requentada, é dos melhores. Mozart consegue verdadeira proeza ao colocar duetos, tercetos, quartetos e chegando a um inédito hepteto criando música de ótima qualidade sobre uma comédia hilária.
Se o enrêdo é discutível em termos de realidade, ninguém se importa. Os resultados são umas boas horas de entretenimento e de boas risadas.
Boa audição!
Jacques
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