The Fairy Queen - Purcell
A ópera italiana não era então popular entre os inglêses, e a alternativa da moda era a chamada semi-ópera. Diferentemente da ópera, a música não se sobrepunha ao texto. Os autores não cantavam, declamavam. E, só depois de se calarem, é que a orquestra tocava à "maneira de interlúdio" ou como música ambiente.
O ANÚNCIO:
TEATRO DE ÓPERA – O mundo da lírica em obras completas
PURCELL – A Rainha das Fadas. – Solistas: Catherine Bott, Jeffrey Thomas, Michael Schopper. Coro e Orquestra Barroca de Amsterdã. Reg. Ton Koopman.
Apresentação: Maestro Walter Lourenção.
Masque em um prólogo e cinco atos de Henry Purcell; libreto adaptado de “A Midsummer Night's Dream”, de Shakespeare, provavelmente por Elkanah Settle.
Estréia: Dorset Gardens, Londres, abril de 1692. Perdida a partitura, publicou-se na London Gazette uma oferta de recompensa a quem a encontrasse, o anúncio provavelmente surtiu efeito, pois a obra voltou a ser apresentada, Drury Lane, 1703.
Novamente perdida, a partitura foi achada na biblioteca da Royal Academy of Music por John South Shedlock, que regeu uma apresentação em forma de concerto em Londres, St. George's Hall, 15 de junho de 1901. Outra récita em concerto: Londres, Morley College, 10 de junho de 1911, regência Gustav Hoist.
A primeira montagem cênica desde 1692 teve lugar em Cambridge, 10 de fevereiro de 1920, regência CB. Rootham. Estréia
PERSONAGENS:
LYSANDER, apaixonado por Hermia;
DEMETRIUS, apaixonado por Hermia, noivo de Helena;
HERMIA, apaixonada por Lysander;
HELENA, apaixonada por Demetrius;
OBERON, rei das fadas;
TITANIA, rainha das fadas;
ROBIN GOOD-FELLOW;
Fadas.
Comediantes:
BOTTOM, o tecelão;
QUINCE, o carpinteiro;
SNUG, o marceneiro;
FLUTE, o consertador de foles;
SNOUT, o caldeireiro;
STARVELING, o alfaiate.
Cantores e dançarinos, ato I: criaturas feéricas, A NOITE. O MISTERIO. O SEGREDO. O SONO com seu séquito, cantores, dançarinos.
Cantores, ato III: ninfas, CORIDON e MOPSA, coro de faunos e de náiades, lenhadores e ceifeiros, dançarinos.
Cantores e dançarinos, ato IV: A PRIMAVERA, O VERÃO, O OUTONO, O INVERNO e seu séquito; PHOEBUS.
Cantores e dançarinos, ato V: ]UNO, chineses e chinesas, macacos.
O libreto acompanha de muito longe a peça de Shakespeare, com uma intriga fortemente diluída pelos episódios dançados. Resumimos aqui apenas a ação associada a música.
Ato I. Num palácio. Titania ordena as fadas que cantem e dancem para ela. As fadas trazem três poetas embriagados e os atormentam. Abertura: duo “Come, let us leave the town" (Vinde, deixemos a cidade); coro dos poetas, "Fill up the Bowl" (Enchei a taça).
Ato II. Um bosque, ao luar. Robin Good-Fellow dá a Oberon a flor mágica. Depois que se vão, Titania e as fadas vêm dançar e transformar o bosque em paisagem feérica. Elas invocam os espíritos do céu, e aparecem a Noite, O Mistério, O Segredo e O Sono. Dança do séquito dos espíritos. Graças à flor mágica, Oberon adormece Titania, Lysander e Hermia. Solo de Titania: "Come, all ye monsters" (Venham, espíritos); trio "Now join your warbling voices all" (Agora uni todos vossas vozes melodiosas); coro "Sing while we trip in" (Cantai enquanto entramos na ponta dos pés); ária da Noite, "See, even night her self is here" (Vêde, até a noite está aqui). O Mistério: "I am come to lock all fast" (Vim para tudo fechar rapidamente); O Segredo: "One charming night" (Uma noite encantadora); O Sono: "Hush, no more, be silent all" (Calada, basta, fazei silencio todos). Coro final.
Jacques
:
Viva!
Grazzie, amico! Che gran honore!
Mas sabe o que eu estou pensando? Imagino aqueles tempos tão difíceis, quando tudo era tremendamente trabalhoso para se obter, diferentemente de nossos tempos modernos, onde tudo se consegue através da tecnologia. Pois aquela sociedade "primitiva" tinha a capacidade desses refinamentos da alma, naiades, fadas, entes... A procura da elevação data de priscas eras, não é mesmo Jacques? Somos um cisco no universo, mas com os olhos voltados para cima! Shakespeare sempre me deixa pasma...
Ofereceram-me ontem esta obra, numa gravação do J.E.Gardiner. Não conhecia, e ao ouvir a faixa 22 (ActIII: If Love's a Sweet Passion) tive de vir procurar uma explicação racional para tanta beleza irracional. E pela segunda vez encontro o seu blog, Jaques. Da primeira foi sobre o pescador de pérolas. Gosto de o encontrar nestes desencontros electrónicos.
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