quinta-feira, março 24, 2005

Sabedoria de internet e a aplicação prática

Uma historinha:

Conta-se que numa pequena cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia.

Um pobre coitado de pouca inteligência, que vivia de pequenos biscates e esmolas. Diariamente eles chamavam o bobo ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas - uma grande de 400 réis e outra menor, de dois mil réis. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um que não era membro do grupo mas sempre via aquela situação, chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

- Eu sei - respondeu o não tão tolo assim - ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda.

Pode-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa:
1) A primeira: quem parece idiota, nem sempre é.
2) Dito em forma de pergunta: Quais eram os verdadeiros tolos da história?
3) Outra: se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.
4) Mas a conclusão mais interessante, a meu ver, é a percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.
5) Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas o que realmente somos.
"O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente."

Não costumo reproduzir aquelas historinhas que todos recebemos pela internet pois acho que recebemos uma tal quantidade de bobagens que pouco resta de aproveitável. São longos e longos e-mail que insistem em chegar e que acabam se tornando banais, repetitivos, irritantes até.

Êsse, ao que parece, foi transcrito de algum livro antigo, a moeda é bem velha. A história também, mas encerra uma lição que se aplica à nossa realidade.

Hoje, no entanto, apesar que sei que vou receber a mesma dentro de alguns dias, que por sua vez repetir-se-á mais uma meia dúzia de vêzes nos próximos meses, abri uma exceção. Isso só para terminar, momentâneamente, com minha frustração sobre os políticos.

"Quo usque tandem, Catilina, abutere patientia nostra?"

"Até quando, Catilina, vais abusar da nossa paciência?"

Senhores políticos, não subestimem a capacidade do povo brasileiro. Enquanto passamos por néscios, até porque a eleição ainda está longe, nossa capacidade de raciocínio não está comprometida. Mais cedo do que vocês pensam, o povo saberá dar a sua resposta.

Jacques

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