quinta-feira, março 16, 2006

La Forza del Destino - Verdi

La forza del destino in Turin: (left to right) Salvatore Licitra as Don Alvaro, Andrea Gruber as Leonora and Carlo Colombara as Padre Guardiano

Photo: Ramella & Giannese/Teatro Regio Torino


Domingo próximo, às 15:00hs, a Radio Cultura FM de São Paulo, levará ao ar a ópera La Forza Del Destino de Giuseppe Verdi.

O anúncio do elenco e da orquestra é o seguinte:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006 VERDI - A Força do Destino. Solistas: Deborah Voigt, Ildikó Komlósi, Salvatore Licitra, Mark Delavan, Juan Pons, Samuel Ramey. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Gianandrea Noseda.

A ópera tem a música, mais uma vez magistral, de Giuseppe Verdi e libreto de Francesco Maria Piave, com revisão posterior de Antonio Ghislanzone, baseada na peça Don Alvaro, ó La Fuerza del Sino, de Angel Pérez de Saavedra, Duque De Rivas.

Personagens

Leonora de Vargas (soprano) – Filha do Marquês. Uma mulher gentil que ama muito seu pai, mas ama Dom Álvaro ainda mais.

Preziosilla (meio-soprano) - Uma cigana clarividente.

Curra (meio-soprano) - Criada de Leonora.

Dom Álvaro (tenor) - Filho de um traidor da coroa portuguesa com uma princesa inca; apaixonado por Leonora.

Mestre Trabuco (tenor) - Camelô.

Dom Carlo de Vargas (barítono) - Irmão de Leonora, um jovem orgulhoso e apaixonado.

Frei Melitone (barítono) - Frei no convento de Madonna degli Angeli.

Marquês de Calatrava (baixo) – Pai de Leonora, um arrogante nobre espanhol, obcecado com sua reputação.

Padre Guardiano (baixo) – Superior do convento de Madonna degli Angeli


Sinopse


PRIMEIRO ATO: Sevilha, no palácio do Marquês de Calatrava, meados do Século XVIII. O Marquês de Calatrava dá um afetuoso boa noite à sua filha Leonora. Tão logo sai, Curra, criada de Leonora, entra em ação. Elas não têm tempo a perder — Leonora planeja fugir com Dom Álvaro, seu amante, porque o Marquês não permitiu que sua filha se casasse com ele. Dom Álvaro é o filho mestiço de uma princesa inca e de um traidor da coroa espanhola, um homem perigoso. Leonora está completamente apaixonada por ele mas, na iminência de deixar sua casa para sempre, ela pensa duas vezes, hesitando em abandonar sua moradia e seu pai e partir para terras desconhecidas.

Dom Álvaro passa escondido para a sacada de Leonora. Os cavalos estão prontos e um padre espera para casá-los. Mas Leonora faz hora a tal ponto que Dom Álvaro começa a duvidar de seu amor. Já quando eles estão prontos para fugir, o Marquês entra, com espada em punho. Dom Álvaro corajosamente afirma que a fuga foi idéia unicamente dele e que somente ele deverá ser punido. Ele se rende ao Marquês e, para provar sua sinceridade, lança sua arma ao chão. Mas a arma carregada dispara acidentalmente, matando o Marquês. Em suas últimas palavras, o Marquês amaldiçoa sua filha insolente.

SEGUNDO ATO: Cena I. O tempo passou. No caos de sua fuga de Sevilha, Leonora e Álvaro tomaram caminhos distintos. Ambos acreditam que o outro está morto.

A cortina se abre e revela uma pousada no vilarejo espanhol de Hornacuelos. Camponeses, garotas da vila e arreeiros dançam e bebem. Leonora entra, disfarçada de estudante – e reconhece seu irmão, Dom Carlo, do outro lado da rua, também usando disfarce similar. Ela foge e se esconde.

Preziosilla, uma jovem cigana, incita a população a unir-se para ajudar a Itália e a Espanha a defender-se dos alemães. Enquanto lê a mão de Dom Carlo, peregrinos passam cantando em direção ao monastério da Madonna degli Angeli. Todos no albergue rezam pela salvação, mas Leonora, que quietamente reaparece, reza para poder escapar de seu irmão.
Dom Carlo dissimuladamente indaga sobre a “pequena pessoa” que acabou de chegar na pousada – será um homem ou uma mulher? Os presentes, contudo, esquivam-se da pergunta e não respondem. O dono da hospedagem pergunta ao curioso recém-chegado sobre ele. Enquanto Leonora escuta às escondidas, Dom Carlo diz aos vilarejos que ele é um estudante que está ajudando um “amigo” a caçar o par de assassinos do Marquês de Calatrava: Leonora de Vargas e seu amante. Ele já viajou por toda a Espanha em busca do sedutor de Leonora. Depois da estória, o grupo diz boa noite.

Cena II. À luz da lua, Leonora vai ao apartado monastério da Madonna degli Angeli. Ela pede permissão do Padre Guardiano para passar o resto de seus dias numa caverna abandonada de um eremita, buscando paz e perdão. Ao ficar convencido de sua sinceridade, o Padre Superior, que conhece a estória de Leonora, a entrega uma veste de monge e promete levar comida para ela. Ela nunca deve voltar a ver um ser humano; mas se em perigo ou em sua última hora, ela pode tocar a campainha do eremita. Convocando os frades, o Padre Guardiano os ordena que nunca se aproximem da caverna de Leonora. Todos se ajoelham e pedem à virgem para que cuide da misteriosa eremita.

TERCEIRO ATO: Cena I. No meio da floresta, próximo a Velletri, Itália, soldados bebem e apostam enquanto que Dom Álvaro, agora um capitão junto aos Granadeiros Espanhóis, lamenta seu destino. Ele nasceu na prisão, seu pais foram injustamente decapitados, e agora ele perdeu Leonora, sua única alegria. Ele pede que ela o proteja desde o céu e tenha piedade de sua alma.

Depois de uma briga num jogo de azar, alguém pede socorro. Dom Álvaro corre para o resgate, salvando um agradecido jovem soldado. Dom Álvaro e Dom Carlo nunca foram apresentados um ao outro e, então, não se reconhecem. Sem querer proclamar suas verdadeiras identidades, os dois se apresentam usando nomes falsos. Dom Carlo explica que chegou no dia anterior sob ordens do general. Uma convocação de guerra é escutada e os novos amigos vão à batalha, lado à lado, jurando amizade eterna.

Cena II. É manhã, no meio de uma batalha entre as forças espanholas e seus inimigos alemães. Um cirurgião militar, assistindo de uma casa próximo ao campo de batalha, vê Dom Álvaro cair. Álvaro é trazido de volta para a casa numa maca, acompanhado de Dom Carlo. Álvaro faz um último pedido: se morrer, ele quer que Dom Carlo queime um pacote fechado de cartas. Dom Carlo jura que assim o fará, mas o estranho pedido levanta suas suspeitas. Ele secretamente futuca os pertences de Dom Álvaro. Ao encontrar o retrato de Leonora, Carlo descobre que Álvaro é seu inimigo mortal.

O cirurgião anuncia que Dom Álvaro sobreviverá. Dom Carlo regozija-se; agora ele pode vingar a morte de seu pai, matando Álvaro com suas próprias mãos.
À noite, próximo ao campo de batalha, soldados dormem enquanto uma patrulha faz sua ronda. Dom Álvaro, já recomposto, vaga sem conseguir dormir. Ele encontra-se com Dom Carlo, que revela sua identidade secreta e desafia Dom Álvaro a um duelo. Álvaro tenta manter a paz entre eles, jurando que a morte do Marquês foi um acidente e pedindo às almas do Marquês e de Leonora para testemunharem sua sinceridade. Carlo, escarnecidamente, conta a ele que Leonora ainda está viva. Álvaro fica eufórico e depois chocado ao entender que Carlo também a quer morta. Esta é a última gota para Dom Álvaro. Afugentando todas as memórias e sentimentos de amizade, ele embainha sua espada.

Os dois lutam furiosamente até que, ao passar por ali, a patrulha os separa e prende Dom Carlo. Álvaro é inundado de alívio. Baixando sua espada, ele resolve passar o resto de seus dias em um monastério.
O dia amanhece e o acampamento renasce com o zunzum de ambulantes, camponeses famintos, soldados e mulheres à deriva. Preziosilla conta o futuro enquanto o Frei Melitone dá um sermão sobre os pecados da massa. A multidão se volta contra Melitone, mas Preziosilla salva o frade ao distrair os presentes com uma comovente canção militar.

QUARTO ATO: Cena I. O pátio do monastério de Madonna degli Angeli. Enquanto lhes serve sopa, o irritadiço Frei Melitone censura um grupo de mendigos sujos. Quando os mendigos se queixam e dizem preferir o gentil padre Raffaele (Dom Álvaro), Melitone furiosamente vira o caldeirão e os espanta. O Padre Guardiano o aconselha a ter mais paciência e nunca sentir inveja de “Padre Raffaele”.

Escuta-se batidas à porta e o Padre Guardiano sai. Melitone deixa entrar Dom Carlo, que pede para ter com o Padre Raffaele. Dom Álvaro aparece e, uma vez mais, os inimigos ficam face a face. Dom Carlo anuncia que procura Dom Álvaro há cinco anos e que agora lutará até a morte. Álvaro afirma que seus votos de monge o proíbem de lutar — mas Carlo o insulta, bate nele e o incita a agarrar uma espada. Eles correm para a floresta em busca de um local isolado para duelarem.

Cena II. Fora de sua caverna, Leonora reza em vão para esquecer seu amor. Mesmo anos depois de sua malograda fuga com Dom Álvaro, ela não pôde parar de pensar nele. Ela pega o pão que o Santo Padre a deixou e retorna à sua caverna.

O som de uma briga é escutado ao longe e Álvaro aparece. Ele veio pedir ao eremita que perdoe um homem que foi mortalmente ferido. Leonora toca a campainha e sai para afugentar o intruso. Os amantes se reconhecem e Leonora, ao descobrir que é seu irmão quem está morrendo, corre em seu auxílio.

Mesmo em sua última hora, Dom Carlo não consegue perdoar a sua irmã. Ainda com sede de vingança, ele a esfaqueia. Enquanto Leonora morre, Álvaro se lança à seus pés. Ela promete rezar por ele no céu e jura que eles se encontrarão novamente no paraíso.

Jacques


Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service


:

Blogger Dalva M. Ferreira said.

Ops, sorry: havia feito uma misturada típica de aprendiz. Misturei Verdi e Puccini... Rigoletto e Gianni Schicci !!!
É isso que dá ir com muita sede ao pote!

Que ária desta ópera você ressalta, Jacques?

16 março, 2006 21:42  
Blogger Asparagus the Firefrorefiddle, the Fiend of the Fell said.

Dalva,
Esse é um assunto de preferência pessoal.
Para começar, a disseminação de árias desta e outra óperas data do tempo do velho 78rpm que abrigava, no máximo, uma ária de cada lado.
Dalí em frente evoluímos para o LP, o CD, o DVD e portanto a quantidade que é possível armazenar em cada "media" aumentou substancialmente.
No entanto, o costume de editar um CD de árias continuou, e é fácil de ver o apelo que isso trás.
O que acontece é que determinado cantor tem um determinado registro de voz que influencia o repertório para determinadas árias.
De outro lado os compositores, neste caso, nomeadamente Verdi, constroem a trama melódica em cima de melodias que acabam marcando cada um de seus trabalhos.
É difícil dizer que esta ou aquela ária ressalta-se nesta ópera. Eu gosto do conjunto, gosto muito mesmo,
Tenho certeza que uma busca no Google vai apontar um número de árias enorme gravadas por outros tantos cantores, o que só endossa meu raciocínio.
É bem verdade também que os autores de ópera também cediam à multidão que acorria aos espetáculos colocando uma ou mais melodias fáceis de memorização para "vender" a novidade.
Só que aí houve uma seleção natural, as óperas de qualidade uniforme sobreviveram, as que não obtiveram sucesso comercial foram esquecidas.
Podem sim, terem se salvado uma ou outra ária que era excepcional, apenas essas.
La Forza del Destino tem muitas árias que se enquandram em tantos quesitos de qualidade que seria uma pena destacar uma em detrimento das outras.
O que posso adiantar é que, ouvindo a ópera, você vai identificar muitas árias de melodia conhecidas (aliás isso se aplica a muitas outras óperas).

Jacqus

17 março, 2006 16:27  
Anonymous Anônimo said.

bom acho muito interessante essa questão da fusão entre ópera e a his´toria de amor impossivel. Uma vez que, a história é contada atrav´s de cantores de ópera ou seja faz aq h´´stória obter mais emoçaõ.

03 setembro, 2007 21:21  

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