quarta-feira, março 01, 2006

Samson et Dalila - Saint Saëns

Samson et Dalila at the Royal Opera House: José Cura and Denyce Graves in the title roles

Photo: Bill Cooper




No próximo domingo, às 15:00 horas, a Rádio Cultura FM de São Paulo, em prosseguimento às audições do Metropolitan Opera de New York, levará ao ar a ópera Sansão e Dalila de Saint Saëns.

O anúncio:

METROPOLITAN OPERA - As transmissões da Temporada 2005-2006
SAINT-SAËNS - Sansão e Dalila. Solistas: Olga Borodina, Clifton Forbis, Jean-Philippe Lafont. Coro e Orquestra do Metropolitan Opera. Reg.: Emmanuel Villaume.

Ópera em três atos


Música por Charles Camille Saint-Saëns

Texto em francês por Ferdinand Lemaire

A narrativa de Sansão

O Samson et Delila de Saint-Säens é baseado no capítulo XVI de Juízes, uma das mais antigas narrativas na Bíblia. O relato conta como Sansão, um herói hebreu, revela o segredo de sua força divina à uma filistéia sedutora e é traído e arruinado por ela. Capítulos anteriores na Bíblia falam sobre o voto nazireu de Sansão (que lhe valeu sua força extraordinária) e sua ascensão à posição heróica entre os hebreus, mas a ópera de Saint-Säens centra-se no seu encontro com Dalila. Em hebraico, os nomes Sansão e Dalila significam respectivamente ‘Dia’ e ‘Noite’ e o ciclo de queda e redenção na ópera podem ser comparados ao ciclo de dia e noite.

Alguns estudiosos acreditam que Sansão foi um herói verídico que liderou seu povo na luta contra os filisteus. À medida em que sua bravura foi transmitida de geração a geração, a narrativa tornou-se mais fantástica. Ao chegar no momento em que o conto de Sansão apareceu na Bíblia (ao redor de 600 A.C.), Sansão tinha tornando-se um tipo de übermensch [super-homem]: um homem de força incrível capaz de matar mil filisteus com a mandíbula de um burro. Ele também ganhou ao longo dos anos uma série de maus costumes (entre eles, o de femeeiro) e um gritante e total contraste ao papel vivido por Dalila.

Personagens

Dalila (meio-soprano) – a ex-amante de Sansão; uma bela filistina que quer utilizar de sua sedução para descobrir o segredo do poder de Sansão.

Sansão (tenor) – O líder dos hebreus. Apesar de incrivelmente forte, tem uma fraqueza por mulheres filistéias. Sansão também guarda um segredo: se algum dia cortar seu cabelo, Deus irá erradicar sua força.

Sumo Sacerdote de Dagom (barítono) – O Sumo Sacerdote de Dagom, deus dos filisteus. Temendo que a força de Sansão possa inspirar uma revolta entre os escravos hebreus, ele planeja usar Dalila para derrubá-lo.

Abimeleque (baixo) – O sátrapa (governador provincial) filisteu de Gaza. Ele condena os hebreus por se negarem a aceitar Dagom como seu deus.

O Velho Hebreu (baixo) – Lidera os hebreus em orações e aconselha Sansão a resistir à sedução de Dalila.

Sinopse

Ato I

Gaza, Palestina, durante a época do Velho Testamento. Hebreus reúnem-se em torno de seu líder, Sansão, sobre o portal do profano Templo de Dagom, erguido pelos filisteus, seus opressores. Orando, eles perguntam à Deus porque os abandonou. Sansão porém critica a fraqueza de sua fé, dizendo que eles nunca devem deixar de confiar e glorificar o Senhor.
Abimeleque, sátrapa (governador provincial) de Gaza, repreende os hebreus por se negarem à reconhecer Dagom como seu deus e os filisteus como seus senhores. Sansão replica com palavras ferinas, incitando Israel a reconquistar sua liberdade, ao que Abimeleque o ataca. Sansão agarra a espada do sátrapa e o mata, mantendo seus serventes imobilizados enquanto os outros hebreus escapam.
Os portais do templo se abrem e o Sumo Sacerdote de Dagom aparece; ele fica chocado ao ver o o corpo de Abimeleque e os sinais de uma insurreição. Soldados filistinos se desculpam esfarrapadamente, dizendo que perderam suas forças e não puderam perseguir os culpados. Chamando-os de covarde, o Sumo Sacerdote insulta os judeus; outros filisteus, porém, intimidados pela força lendária de Sansão, são a favor da devolução do território que ocupam. Enquanto recuam, o Sumo Sacerdote, relutante, une-se à eles. Alguns israelitas retornam e um Velho Hebreu os conduz em uma oração de graças à Deus.
Dalila chega com outras filistéias, comemorando o retorno da primavera. Ela saúda o vitorioso Sansão, lembrando-o que ele já conquistou o coração dela e convidando-o para visitá-la no vale de Soreque. Sentindo dificuldades em resistí-la, ele pede direção à Deus enquanto o Velho Hebreu o admoesta sobre o perigo de render-se às seduções de uma mulher estrangeira. Durante o tempo em que suas compatriotas dançam de maneira sinuosa, Dalila canta glórias à primavera, relembrando à Sansão que ela anseia pela renovação do relacionamento deles.

Ato II

A noite se aproxima e Dalila aguarda Sansão em sua moradia no vale. Ela espera usar da paixão tola de Sansão para derrotá-lo, vingando seu povo. Enquanto relampeja à distância, o Sumo Sacerdote a visita, lembrando-lhe que Sansão aterrorizou as forças filistinas e deve ser vencido. Dalila explica que durante seu antigo romance com Sansão, ela tentou ineficazmente persuadí-lo a revelar o segredo de sua gigantesca força; nesta noite, a filistina sente-se confidente que irá prosperar já que a ausência tem feito com que ele a deseje mais que tudo. O Sumo Sacerdote pede à Dagom que abençoe a tentativa deles e sai, dizendo que irá retornar mais tarde.
Sansão chega e admite que ainda ama Dalila. A princípio ele tenta romper com o romance, dizendo que sua religião e seu povo o chamam. Contudo ela diz que o amor também é uma crença poderosa; uma que abre seu coração para as palavras dele como flores no amanhecer. Uma vez segura de sua conquista, Dalila expressa dúvidas: ele a deixou anteriormente. Se ele a ama verdadeiramente, irá compartilhar o segredo de sua força. Quando Sansão hesita, temendo que os trovões e relâmpagos sejam uma advertência de Deus, ela o menospreza e corre para dentro de casa. Sem resistir, ele a segue e o temporal começa. Não muito tempo depois, tendo finalmente descoberto que o segredo da força de Sansão está em seu longo cabelo, ela conclama os soldados filisteus escondidos que entram e o levam prisioneiro.

Ato III

Com o cabelo cortado e cegado pelos seus captores, Sansão é acorrentado a uma pedra moleira e forçado a triturar trigo numa calabouço em Gaza. Ele proclama seu arrependimento e pede à Deus perdão por seus pecados, enquanto outros hebreus cativos o acusam de traição. Soldados filisteus o levam embora.
Ao amanhecer no Templo de Dagom, o Sumo Sacerdote e Dalila conduzem os filisteus em graças por sua liberação de Sansão. Eles cantam graças de amor e dançam uma bacanal. No momento em que Sansão é trazido por uma criança, o silêncio toma conta dos reunidos. Zombeteira, Dalila brinda Sansão com lembranças de amor e vingança, enquanto o Sumo Sacerdote o ridiculariza dizendo que Jeová deveria reconstituir sua visão.
Enquanto Sansão, em silêncio, reza pelo poder para derrotá-los, o Sumo Sacerdote incita seus seguidores a darem graças à Dagom; depois ele exige que Sansão ajoelhe-se no altar do deus pagão. Como fosse se aproximar do altar, Sansão cochicha à criança que o coloque entre os dois pilares que sustentam o teto. Com a congregação entretida com um novo cântico, Sansão experimenta sua força contra os pilares, pedindo à Deus que devolva seu vigor. Num esforço sobre-humano, ele empurra os pilares, trazendo abaixo o templo que enterra a ele e a seus inimigos.

Jacques

Baseada num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

:

Blogger Dalva M. Ferreira said.

Estou escutando a canção de Dalila, "Mon coeur s'ouvre a ta voix", com a Maria Callas... que bonita! Mais uma para os meus favorites.

01 março, 2006 21:36  

Postar um comentário

<< Home