quarta-feira, julho 19, 2006

La Bohème - Puccini


No próximo domingo, às 15:00hs., pela Radio Cultura FM de São Paulo, teremos o privilégio de ouvir aquela que é considerada a ópera mais popular dos últimos tempos.

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TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas
PUCCINI - La Bohème. Solistas: Roberto Alagna, Leontina Vaduva, Thomas Hampson, Simon Keenlyside, Samuel Ramey, Ruth Ann Swenson. London Voices Orquestra Filarmonia. Reg.: Antonio Pappano. Apresentação: maestro Walter Lourenção.

Puccini sempre se inspirou em frágeis heroínas para construir uma sucessão de óperas que, indiscutivelmente, fizeram com que o sucesso lhe fosse merecido.

Um traço comum, todas as suas musas, mulheres frágeis fisicamente, sucumbem ao final da ópera. Eram fisicamente frágeis, mas, qualquer soprano, é exigida ao máximo para representar e cantar. Não é só o físico que tem de ser forte, a voz é extremamente exigida. Mas, qualquer soprano sabe que, ao fim da sua ária, a ovação virá. Não há como não aplaudir essa homenagem de Puccini às suas musas. Cabe aqui uma colocação, Turandot, sua última obra, Turandot não morre. Mas Turandot só foi terminada após o falecimento de Puccini. No entanto, a verdadeira heroína da trama, Liù, esta, também sucumbe ao dar a sua vida em troca da de seu amado, Calàf. Não são muitos os que enxergam, que na trama, Liù era a verdadeira musa de Puccini.

De destaque, todas as árias de soprano. Puccini reservou-lhes os seus melhores momentos como compositor. Nessa hora, a ópera pára. E, sem dúvida, não há quem não se emocione com a homenagem de Puccini às suas musas em particular e às mulheres em geral.


La Bohème - Ópera em Quatro Atos

Música de Giacomo Puccini

Texto em italiano de Giuseppe Giacosa e Luigi Illica, baseado no romance de Henry Murger Scènes de la Vie de Bohème

Première Mundial: Turim, Teatro Regio, 1 de fevereiro de 1896

Personagens:

Rodolfo (tenor) - Um poeta parisiense pobre que se apaixona por Mimi. Seu ciúme a afasta mas, secretamente, ele está preocupado em não poder dar a ela o cuidado que ela precisa.

Marcello (barítono) - O companheiro de quarto de Rodolfo, um pintor. Ele tem um relacionamento tempestuoso e turbulento com Musetta.

Colline (baixo) - Um filósofo, vive no mesmo apartamento que Marcello e Rodolfo. Ele empenha seu casaco para obter dinheiro para comprar os remédios de Mimi

Schaunard (barítono) - Um músico. Schaunard é o quarto colega de quarto.

Mimi (soprano) - Ela diz a Rodolfo que seu nome verdadeiro é Lucia, mas todos a chamam de Mimi. Ela é uma pobre costureira que está sofrendo de definhamento (tuberculose).

Musetta (soprano) - Uma coquette namoradora, Musetta ama Marcello, mas está sempre tentando deixá-lo com ciúmes.

Benoit (baixo) - O locatário meio fracassado do prédio onde nossos quatro heróis vivem.

Alcindoro (baixo) - Um velho rico. Um dos admiradores de Musetta que o usa para provocar ciúmes em Marcello.

Sinopse:

Ato I: Véspera de Natal, por volta de 1830. No sótão parisiense que eles compartilham com dois outros artistas, o pintor Marcello e o escritor Rodolfo tentam brincar com o fato de que o inverno os impede de trabalhar. Rodolfo impede seu amigo de quebrar uma cadeira para colocar na lareira e oferece o manuscrito de sua peça ao sacrifício. Um terceiro colega de quarto, o filósofo Colline, entra, reclamando que as lojas de penhor estão fechadas para as festas, portanto, ele não pode empenhar seus livros. Quando o fogo apaga no fogão, os três surpreendem-se com a entrega de lenha e mantimentos, anunciando o retorno do músico Schuanard, que recentemente conseguiu um emprego.

Quando os quatro decidem sair para jantar, eles são interrompidos pelo locatário, Benoit, que lembra que eles devem três meses de aluguel. Dando a ele vinho, eles tiram seu pensamento do aluguel e brincam. Dividindo o dinheiro que Schaunard trouxe, eles partem, com exceção de Rodolfo, que quer terminar um artigo antes de juntar-se aos outros.


Mal tinha começado a trabalhar quanto ouviu uma batida na porta. Uma jovem aparece explicando que sua vela apagou na escada. Ela se sente momentaneamente fraca e Rodolfo a leva para uma cadeira; ele nota sua aparência de doente e oferece vinho a ela. Ela se prepara para partir mas não consegue encontrar sua chave. Enquanto eles procuram por ela, Rodolfo a encontra e a coloca em seu bolso para que ela fique um pouco mais. Tocando-a por acaso enquanto eles continuam a busca, Rodolfo faz comentários sobre como a mão dela está fria, e, então, pede que ela se sente enquanto ele fala sobre seu trabalho. Quando ele pergunta sobre ela, ela diz que seu apelido é Mimi e que costura e borda, mas que prefere as flores verdadeiras da primavera às que ela faz. Ouvindo seus amigos chamarem-no do lado de fora, ele se vira para Mimi e declara que ela é o seu sonho de amor transformado em realidade. Aturdida, ela sugere que eles se juntem a seus amigos em um restaurante; eles partem, falando sobre o novo amor que encontraram.


Ato II: Fora do Café Momus, os vendedores e os compradores fazem negócios e Rodolfo compra um gorro cor de rosa para Mimi. Quando eles se sentam em uma mesa do lado de fora, Rodolfo apresenta seus amigos e improvisa um pequeno poema, dizendo que ela é sua inspiração. Durante sua conversa, uma bonita jovem namoradora se aproxima na companhia de um homem mais velho. Marcello reconhece-a como Musetta, um amor do seu passado, e a descreve para Mimi como uma sedutora sem coração. Musetta tenta atrair a atenção de Marcello; quando ele a ignora, ela age cada vez mais escandalosamente, embaraçando Alcindoro, o homem que está com ela.


Finalmente ela começa uma valsa popular, fazendo com que os homens a admirem onde quer que ela vá. Isto evoca a resposta esperada de Marcello. Para se livrar de Alcindoro, Musetta finge que seu sapato está incomodando e pede que ele vá buscar outro; assim que ele parte, ela e Marcello se abraçam. O problema começa quando o garçom traz a conta, porque Schaunard, aparentemente, foi roubado, mas Musetta simplesmente pede ao garçom para acrescentar o valor em sua conta, e a deixa para Alcindoro. Quando os soldados da Garde Républicaine marcham, seguidos por crianças animadas, o grupo saúda Musetta como a rainha do Quartier Latin e se dirige para casa, deixando Alcindoro com a conta. Musetta canta sua valsa.


Ato III: Nos arredores de Paris, Marcello e Musetta fixam residência em uma taverna, ganhando seu sustento com a pintura e dando aulas de canto. Mimi aparece, procurando a taverna onde Marcello trabalha. Ele sai e a cumprimenta com surpresa. Embora Rodolfo tenha vindo à taverna, Marcello não sabia o que Mimi estava lhe contando - que o incessante ciúme de seu amante estava destruindo o seu relacionamento. Pesarosamente, Marcello aconselha Mimi a deixar Rodolfo.


Quando Rodolfo aparece dizendo a Marcello que pretende terminar com Mimi, ela ouve a conversa por acaso. Primeiramente, ele chama Mimi de namoradora incorrigível, mas Rodolfo finalmente admite sua preocupação real: sua tuberculose somente pode piorar com sua vida de pobreza. Rodolfo percebe que Mimi está lá quando ele ouve sua tosse. Mimi diz a Rodolfo que ela mandará buscar suas coisas, oferecendo seu gorro como recordação e dizendo que eles devem partir sem rancor. Neste meio tempo, Musetta e Marcello saem, no calor de uma discussão e separam-se com termos não muito adequados


Ato IV: Alguns meses mais tarde, no sótão, Marcello e Rodolfo estão mais uma vez tentando, sem sucesso, trabalhar. Desta vez o problema é a preocupação com as namoradas perdidas, que eles admitem inspirá-los. Schaunard entra com alguns pães e Colline com um arenque, que os quatro fingem ser um banquete, agindo como nobres, dançando e representando um duelo de brincadeira.


Interrompendo sua diversão, Musetta abre a porta dizendo que ela trouxe Mimi, que está fraca e doente. Enquanto Rodolfo tenta deixá-la confortável, Musetta explica aos outros que Mimi deixou seu admirador atual para morrer perto de Rodolfo. Musetta dá a Marcello seus brincos para que ele empenhe e compre remédios e chame um médico, e Colline oferece seu casaco, que ele venderá para o mesmo propósito. Mimi reafirma a Rodolfo o seu amor eterno e entrega-se às lembranças de seu primeiro encontro. Após um momento, Marcello volta com brandy, dizendo que um médico está a caminho. Musetta reza. Schaunard é o primeiro a perceber que Mimi, que parece cochilar, está morta. Desolado, Rodolfo grita seu nome.

Jacques

Baseado num texto do Metropolitan Opera International Radio Broadcast Information Service

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Blogger Dalva M. Ferreira said.

Que bom! amo La Bohème de paixão! tão triste, tão trágica...
A doença grassava no mundo inteiro, ceifando vidas, incurável. E pensar que ainda hoje, quando combinada com a falta de cultura e com a pobreza ela continua matando tantas pessoas, apesar do avanço da ciência... Naquela época era uma sentença de morte pairando sobre a cabeça. Pobre Mimi, fenece como a rosa do vaso!

19 julho, 2006 20:38  

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