quinta-feira, novembro 03, 2005

O Galo de Ouro - Introdução

Loudon Sainthill

Costume design for The Queen of Shemakhan from Le Coq d'Or 1954
gouache, pencil and chalk on paper
69.6 x 50.2 cm

Collection of the National Gallery of Australia, Canberra


O Galo de Ouro é a última ópera de Rimsky-Korsalov. Proibida pela censura (sem motivo aparente, a menos de referências à incompetência militar tenham parecido por demais justificadas), só seria levada à cena após a morte do compositor. Ao estrear em São Petersburgo foi julgada excessivamente difícil para os cantores, que também têm que dançar, ou para os dançarinos que são convidados a cantar. O coreógrafo Fokine saiu-se com uma solução engenhosa: os cantores mantêm-se sentados enquanto os bailarinos representam com dança é mímica a ação cantada.

Não obstante os protestos da família, a obra foi assim encenada em Paris, Londres e Nova York. Se esse foi o preço a pagar, naquela época os cantores de ópera não representavam, privilegiava-se o canto em detrimento da ação, tal subterfúgio, aos poucos, foi caindo por terra e a tendência é privilegiar a intenção original do seu autor.

A história d' O Galo de Ouro baseia-se num conto que Pushkin teria ouvido de sua babá. O libreto foi escrito por Bielsky baseado nesse conto de Pushkin que, óbviamente, criou uma história em torno desse conto popular.

Outra curiosidade, a versão que ouviremos é em inglês, o original é russo. A gravação é uma remasterização de uma gravação de vinil, que por sua vez havia sido gravado a partir de uma gravação em fita, portanto a qualidade é um pouco menos do que o desejável. A vantagem de ouvir-se a partir de uma rádio FM é que, devido às características técnicas da transmissão, essa perda de qualidade é menos notada.

Quem se interessar por essas curiosidades deve dar uma passadinha ná página da Amazon onde essas curiosidades e mais outras estão alí transcritas.

Ao lado dessas imperfeições técnicas, as duas resenhas que lá estão, nos garantem que, a interpretação é muito boa, o que justifica a programação da transmissão da ópera. Beverly Sills e Norman Treigle, os protagonistas, estavam no seu apogeu quando gravaram essa ópera e esta é considerada um marco de interpretação, tanto do lado da representação quanto do lado das respectivas vozes.

Além disso, por ser uma ópera de difícil interpretação pelos motivos já expostos, e rara em nossos dias, essa récita não deve ser perdida.

Não deixem de ler as duas críticas que estão na mesma página acima citada, quem é apaixonado por ópera vai se divertir, quem é iniciante ou amante do gênero, vai aprender. Assim é o mundo da ópera, apaixonado e, ao mesmo tempo, crítico. muito crítico.

Jacques

:

Blogger Dalva M. Ferreira said.

Hello!! Isto aqui é mais um experimento (quero saber se é possível viajar no tempo...) para saber se posso postar hoje, 30 de março de 2008, acerca de um texto seu de 2005. Estou vendo pelo youtube, esse milagre da internet, uma récita que teve a soprano eslovaca Adriana Kohutkova no papel da Rainha de Shemakhan... e me lembrei desta sua "aula". Grata, mestre, sigo caminhando pela longa - e bela - estrada da música.

30 março, 2008 10:18  

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