sexta-feira, outubro 14, 2005

Iphigénie en Tauride - Sinopse


Personagens:

Ifigênia, sacerdotisa de Diana (soprano)
Orestes, seu irmão (barítono)
Pílades, amigo de Orestes (tenor)
Toas, rei de Tauros (baixo)
Diana (soprano)

Ambientação:

Em Táuris, após a guerra de Tróia

Sinopse:

Ifigênia é a filha de Agamêmnon, rei de Micenas, assasssinado por sua mulher, Clitemnestra, por sua vez morta por seu filho Orestes. Ignorando tais acontecimentos, Ifigênia tornou-se sacerdotisa de Diana na ilha de Táuris e, há muitos anos, não vê seu irmão Orestes.

Ato I

Diante do adro do templo de Diana, Ifigênia diz às sacerdotisas e donzelas gregas ter sonhado que a desgraça se abateu sobre a sua família no distante país onde nasceu. Entra Toas, que exige um sacrifício humano para exorcisar o perigo que lhe foi predito. Precipitando-se cena adentro, os citas trazem prisioneiros Orestes e Pílades, jovens gregos que vieram dar ao litoral. Relatam que Orestes afirma constantemente ter cometido um crime e estar sobre perseguição das Fúrias.

Ato II

No templo de Diana. Orestes lamenta seu destino. Pílades canta sua eterna amizade por ele. Os dois amigos são separados e Orestes, momentâneamente, perde a razão. Ifigênia o interroga e, sob a sua influência ele se acalma, mas evita revelar sua identidade. Diz-lhe, no entanto, que é de Micenas e que Agamêmnon ( o pai de ambos) foi assassinado pela mulher e que Orestes, depois de vingar o pai, morreu por sua vez. Daquela que foi outrora uma família numerosa só resta uma filha, Electra.

Ato III

Impressionada com a semelhança do prisioneiro com seu irmão, Ifigênia encarrega-o de entregar uma carta a Electra, para salvá-lo do sacrifício exigido por Toas. Ele se recusa no entanto a deixar Pílades, que por sua vez também recusa a ser o portador da carta, até que Orestes afirma que preferirá matar-se a aceitar a liberdade e a vida ao preço da vida de seu amigo. Pílades aceita então a missão, na esperança de trazer socorro ao amigo.

Ato IV

Tudo está pronto para o sacrifício, Ifigênia já brande o punhal com que dará o golpe fatal, qundo a uma exclamação de Orestes, reconhece nele o seu irmão. Aa sacerdotisas devotam-lhe obediência, como rei. Vem no entanto Toas exigir o sacrifício. Ifigênia declara que morrerá com o irmão, mas, nesse momento, entra Pílades trazendo reforços. Segue-se um combate no qual é morto Toas. Aparece então Diana, que perdoa Orestes e restitue aos gregos sua imagem, a qual os citas haviam roubado para, em torno dela, erguer o templo.

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Pontos a observar:

Há quem considere a cena da loucura de Orestes no segundo ato a obra-prima absoluta de Gluck. Mas será, necessáriamente, mencionar "O roi, qui prolongeas nos jours", ária de Ifigênia, as danças dos citas "De noirs pressentiments mon âme intimidée", aria de Toas; as árias de Pílades "Unis dès la tendre enfance" e "O mon ami"; "O malhereuse Iphigénie" e "Je t'implore et je tremble" de Ifigênia e o hino a Diana "Chaste fille de Latone"

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Sem dúvida, tudo o que li sobre essa obra, a qual, reconheço, ainda não tive a oportunidade de ouvir, mostra o ápice da carreira de Gluck. Entre todos os artigos que li, uma salta à vista, a música foi considerada perfeita. As duas transcrições abaixo, retiradas do "Kobbe -O livro completo das óperas", em que foi baseada também a presente sinopse, são um exemplo da qualidade de Iphigénie en Tauride:

"Gluck tinha 65 anos ao compor Iphigénie en Tauride. Como um contemporâneo observasse que eram muitas as passagens belas da ópera, retrucou o abade Arnaud: - Há apenas uma. Indagado sobre qual seria, este respondeu: - A obra inteira!"

"Os adversários de Gluck convenceram seu rival, Piccini (não confundir com Puccini), a compor uma outra Iphigénie en Tauride, para opor-se à sua. Apresentada em janeiro de 1781, a obra fracassou, encerrando definitivamente a rivalidade entre os dois compositores.Na estréia, a prima donna estava embriagada. Gritou alguém da platéia: "-Iphigénie en Tauride! Allons donc, c'est Iphigénie en Champagne!" A gargalhada que se seguiu acabou com a carreira da ópera."

Um comentário pessoal, é sempre bom ter a sorte a seu lado.

Jacques

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