terça-feira, outubro 11, 2005

GLUCK - Iphigénie en Tauride

TEATRO DE ÓPERA - O mundo da lírica em obras completas
GLUCK - Iphigénie en Tauride. Solistas: Diana Montague, John Aler, Thomas Allen, René Massis. Coro Monteverdi. Orquestra da Ópera de Lyon. Reg.: John Eliot Gardiner.


No próximo domingo, às 15 horas, ouviremos, pela Radio Cultura FM de São Paulo, a ópera Iphigènie en Tauride de Gluck.

A versão apresentada será a Paris. Essa versão teve a sua estréia em 18 de Maio de 1779. O libreto foi escrito por Nicholas-François Guillard baseado em Claude Guimond de la Touche e Euripedes.

Esse libreto é considerado o melhor trabalho Gluck, e é tido como a mais completa realização de sua composição. Essa obra de Gluck foi adorada por Berlioz e Richard Strauss. A abertura é uma das inovações mais fantásticas introduzidas por Gluck, na realidade não é bem uma abertura, é um prelúdio, um cenário, que evoca a formação de uma tempestade na qual irrompe a voz de Iphigénie e que leva ao início da primeira cena. Essa passagem dramática, sem nenhuma costura entre o início do prelúdio e o início da ópera deve ter deixado a audiência da época aturdida. Não havia sido nada composto com esse tipo de estrutura até aquela data.

Gluck leva a instrumentação desta obra como se fosse um instrumento psicológico e que leva a uma estruturação perfeita à ópera. Talvez o melhor exemplo esteja no Segundo Ato quando Gluck utiliza-se de trombones para dar significado às Fúrias e então, numa guinada sutil passa esse clima a Orestes, como a indicar que este também não está livre de culpa. A construção orquestral é tal, que se aparenta a uma música sinfônica em sua riqueza, e as transições, entre árias, recitativos e coros, é de uma fluência total, música a um tempo inventiva e apropriada à ação.

Esta ópera é uma síntese que prenuncia as inovações que seguir-se-ão no século XIX.

A gravação que ouviremos, é uma das primeiras da lavra de Gardiner. Nem por isso Gardiner se sente intimidado pela partitura. A estrutura da música de Gluck , a marcação do tempo, a leitura detida da partitura e a pontuação que Gardiner impõe à leitura, dão à orquestra um contraponto de impressionante força. O elenco da ópera responde bem à direção de Gardiner e a atmosfera do conjunto orquestra/vozes é bem impressionante.

Fonte: Opera - The Rough Guide

Jacques

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