sexta-feira, dezembro 09, 2005

Tosca - Libreto


Ontem quando publiquei a sinopse da Tosca, omiti propositalmente a parte da apresentação dos personagens. Assim fiz porque o sabor de ir conhecendo, aos poucos, pela sinopse, o andamento do enrêdo é uma descoberta.

Não há ligação familiar entre os personagens, cada um deles é auto apresentado. Essa é a graça dessa ópera. Há coisas muito curiosas a respeito da encenação desta ópera. Apesar de serem incidentes que aconteceram ao longo da vida desta ópera, Tosca é reconhecidamente uma das óperas que constrói a fama de um cantor ou cantora, da mesma forma pode vir a destruir...

O andamento é tão eletrizante que nos prende do começo ao fim. A cena que estampou a sinopse de ontem, não é cantada, é pura interpretação. São longos minutos, coreografados, ensaiados à exaustão, é a cena (do assassinato de Scarpia por Tosca) que mostra quem é atriz e quem não é, quem vai ser e quem nunca será.

Maria Callas, já nos anos 50, esta é a gravação que ouviremos, calou fundo a comunidade operística ao interpretar esta cena de forma tão magistral que nenhuma outra soprano ousa sair da marcação deixada por esta.

Nós vamos, certamente, nos emocionar com Calllas, um press-release da Radio Cultura assim definiu esta gravação:

"Neste domingo, Teatro de Ópera traz uma das mais elogiadas gravações de Puccini de todos os tempos: o célebre disco de 1953 em que Maria Callas (1923-1977) interpreta o papel-título da ópera Tosca.

Ambientada em Roma, durante o período das guerras napoleônicas, Tosca é uma história violenta, com elementos de chantagem, tortura, traição e homicício. A partitura, uma das mais dramáticas escritas por Puccini, recebe leitura eletrizante do maestro Victor de Sabata. No auge de beleza de sua voz, o tenor Giuseppe di Stefano faz o papel de Cavaradossi, amante de Tosca, enquanto o expressivo barítono Tito Gobbi interpreta o pérfido barão Scarpia, chefe de polícia.

No esplendor de seus 30 anos, Callas brilha como Tosca, papel que era veículo para suas melhores qualidades de vigor e intensidade dramática. A cantora grega voltaria a gravar a ópera, em 1964, mas o registro dos anos 50 é aquele que costuma ser considerado o de melhor qualidade artística e musical."

Recomendo a audição desta obra como uma das mais belas páginas de ópera já gravadas. Esta gravação é de uma perfeição completa, sem jaça...

O libreto está publicado aqui.

Jacques

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