quinta-feira, setembro 15, 2005

Tamerlano - Sinopse


Personagens:

Tamerlano, imperador dos tártaros (alto)
Bajazet, imperador dos turcos, prisioneiro de Tamerlano (tenor)
Astéria, filha de Bazajet,apaixonada por Andrônico (soprano)
Andrônico, príncipe grego aliado de Tamerlano (contralto)
Irene, princesa de Trebizonda, noiva de Tamerlano (contralto)
Leo, amigo de Andrônico e Tamerlano (baixo)
Zaide, confidente de Astéria (papel mudo)

Ambientação:

A ação passa-se em 1402 na Prusa, capital da Bitínia.

Ato I

Com uma introdução solene, um austero allegro contrapontístico e um minueto, a abertura nos conduz, carregada de presságios, ao palácio de Tamerlano onde Bajazet está preso. Por ordem de Tamerlano, Andrônico o desacorrenta mas o turco rejeita a manifestação de clemência, que lhe parece falsa. Numa ária que bem caracteriza a sua firmeza de caráter, "Forte e lieto a morte andrei", afirma que só o amor de sua filha Astéria o impede de suicidar-se.Tamerlano vem encarregar Andrônico de defender sua causa junto a Bajazet e Astéria e, num recitativo e ária oferece-lhe como recompensa, em caso de êxito, o trono da Grécia, a mão de Irene e, para Bajazet, o perrdão e a liberdade.

Andrônico encontra-se em difícil situação. Foi ele quem aproximou Astéria de Tamerlano, na esperança de abrandar o coração do tirano, mas o resultado foi que este se apaixonou. O próprio Andrônico a ama perdidamente, como ficamos sabendo numa ária permeada dos sentimentos mais ternos, "Bella Astéria". Mas Tamerlano vai pessoalmente ao encontro de Astéria, revelando-lhe ao mesmo tempo o seu ardor amoroso e o trato que julga ter selado com Andrônico ("Dammi pace, oh volto amato"). Na bela e melancólica ária "Se non mi vol amar", Astéria se mostra triste e indignada com a aparente traição de Andrônico ao amor que lhe dedica.

Bejazet despreza a liberdade oferecida pelo inimigo e, na ária "Ciel e terra armi di sdegno" reage vigorosamente à atitude aparentemente ambivalente de Astéria, que não lhe parece rejeitar com a necessária determinação os avanços deTamerlano. Sózinha, Astéria revela no entanto, que por ferida que se sinta com a aparente traição de Andrônico, seu sentimento em relação a ele permanece inalterado ("Deh! lasciatemi il nemico").

A coisa se complica com a chegada de Irene, que é informada por Andrônico que Tamerlano mudou de planos a seu respeito, ela não deverá mais casar-se com o monarca tártaro, mas com o próprio Andrônico. Este propõe no entanto, uma forma de salvar a situação: ainda desconhecida deTamerlano, ela pode se apresentar a ele como uma confidente de Irene, para tentar demovê-lo da decisão. Ela concorda, numa passagem de relativa placidez musical ("Dal crudel che m'hatradita"), em comparação com o recitativo e ária grandiosamente sentidos em que Andrônico lamenta os imprevistos da sorte que o trouxeram a semelhante situação ("Benche mi sprezzi l'idol che adoro").

Ato II

Tamerlano comunica a Andrônico que Astéria aceitou ser sua imperatriz e que a boda será celebrada em breve, juntamente com a de Andrônico e Irene. Sua ária tem um toque de triunfo ("Bella gara"), e a de Astéria um certo sarcasmo, quando finge garantir a Andrônico, após uma cena de mútuo desentendimento, que deverá ser a mulher de Tamerlano ("Non è più tempo"). Sózinho, Andrônico expressa sua dor ("Cerco in vano").

Disfarçada, Irene é levada por Leo à presença de Tamerlano. Sua defesa dos interesses da verdadeira Irene é recebida com surpreendente eqüanimidade pelo tirano e em seguida, quando estão as duas a sós, com simpatia por Astéria, que por sua vez lhe revela seus verdadeiros sentimentos. Ao contrário de Leo, que se limita em sua ária a comentar a irresistível força do amor, para o bem ou para o mal, a infeliz mas imperturbável Irene divisa um raio de esperança no que acaba de ouvir: "Par che mi nasca".

Horrorizada ao ser informado de que Astéria subirá ao trono com Tamerlano, Bazajet decide impedí-la, numa ária de sombrio sentimento trágico ("A suoi piedi"). Tomado de um acesso de fúria, Andrônico ameaça vingar-se de Tamerlano e suicidar-se ("Più d'una tigre").

Astéria tomou, secretamente, a decisão de matar o tirano que a domina e a seu pai e está para subir ao trono de Tamerlano quando Bajazet intervém vigorosamente. Tamerlano tenta forçá-lo a prostrar-se em reverência, mas Bajazet apressa-se a se ajoelhar para evitar a humilhação. Lançando olhares significativos ao pai e a Andrônico, Astéria aproxima-se do estrado para subir ao trono, mas Bajazet se interpõe em protesto. Sacando um punhal, Astéria afirma que seria este seu presente de núpcias a Tamerlano. Segue-se um trio para Astéria, Tamerlano e Bajazet, ao fim do qual o tirano ordena a execução de ambos. Vem em seguida uma grande cena em que Astéria, em alguns compassos de recitativo, pergunta sucessivamente ao pai, ao amante e à rival pelo trono de Tamerlano se tem sido infiel ou indigna. Em breves árias sem da capo e começando com a palavra "Não!", cada um dos três reconhece a pureza dos votos de Astéria. Sentindo-se justificada, ela se rejubila, lamentando apenas ter fracassado ha tentativa de assassinato. Mas sua ária ("Se potessi"), embora cheia de grandeza e caracterizando-a como uma heroína trágica, mostra que dá mais importância à felicidade perdida do que à vingança planejada.

Ato III

Astéria e Bajazet decidem suicidar-se com o veneno que ele tem escondido, e a jovem, que ganha em grandeza humana à medida que se agrava seu sofrimento, lamenta, agora sózinha, ter de deixar em breve o pai e o amante ("Cor di padre").Tamerlano que revelou seu lado mais tirânico na recente tentativa de humilhar Bajazet, mostra agora outro lado do seu caráter, mais uma vez tentando conseguir de Andrônico que convença Astéria de seu amor e mesmo de sua decisão de perdoar Bajazet. Andrônico reune toda a sua coragem para desafiar Tamerlano e declara seu amor a Astéria, que afirma correspondê-lo. A disposição conciliadora de Tamerlano desaparece e numa esplêndida ária de enorme dificuldade técnica ele exprime sua fúria, jurando vingança ("A disperto d'un volto ingrato"). Bajazet tenta recobrar o ânimo dos amantes que num conformado dueto lamentam o que os espera, tendo como único consolo enfretar juntos o destino cruel.

E Irene? Numa ária allegro, afirma que só espera retribuição para dar todo seu amor a Tamerlano. Numa passagem cheia de otimismo, Leo manifesta a esperança de que o amor triunfe sobre o ódio.

Tamerlano está decidido a liberar sua raiva humilhando suas vítimas e, convoca sucessivamente Bajazet e Astéria à sua presença. Andrônico protesta contra semelhantes atos de injustiça de um tirano, e implora clemência na ária "Se non mi rendi il mio tesoro". Inflexível Tamerlano ordena a Astéria que lhe sirva vinho, como uma escrava. Ela verte no copo o veneno que seu pai lhe entregara, mas, Irene que a observava, denuncia a tentativa, ao mesmo tempo revelando a Tamerlano sua verdadeira identidade. Tamerlano ordena a Astéria que ofereça o vinho ao pai ou ao amante antes de entregar-lhe o copo. Astéria faz menção de beber, ela mesma, o conteúdo do copo mas Andrônico arranca-lhe o copo da mão. Furioso, Tamerlano ordena a prisão de Astéria: ela será conduzida ao serralho das escravas e Bajazet será testemunha de sua vergonha! Insultado até a sua última geração, o imperador turco jura, na virtuosística ária "Empio, per farti guerra" que seu fantasma retornará para assombrar o tirano. Num dueto que dramáticamente os aparenta a Nero e à Popéia de Monteverdi e Busenello, Tamerlano e Irene celebram antecipadamente os prazeres que os esperam, fruto de todo o sofrimento causado por Tamerlano.

Anunciada por Leo e a seguida de Bajazet, Astéria chega à presença de Tamerlano, Bajazet surpreende a todos com sua aparente serenidade, mas não demora a revelar que tomou veneno e que logo estará livre de seu carrasco. Numa scena de grande força dramática, despede-se dolorosamente da filha e começa invectivar Tamerlano. Suas palavras vão-se tornando cada vez mais incoerentes e, ele se arrasta para fora, expirando nos braços de Astéria e Andrônico. Astéria retorna e numa ária de grande beleza ("Padre amato") implora que lhe seja dada a morte, pois Tamerlano jamais consiguirá a sua submissão. Irene e Andrônico procuram impedir que Astéria se suicide mas Tamerlano, movido por piedade ante o horror dos acontecimentos e a dignidade das súplicas de Irene, perdoa seus antigos inimigos.Tamerlano e Irene trocam juras e o coro anuncia que as tochas do amor dissiparam as trevas da noite, embora em tom mais consentâneo com os sombrios acontecimentos da ópera do que com o habitual final feliz da opera seria.

Baseado no livro " Kobbé, O Livro Completo da Ópera"

Jacques


:

Blogger Dalva M. Ferreira said.

Devagar!!!!! acredite se quiser, mas estou imprimindo o texto para ler depois, pois acumulei lições... Grazzie!

16 setembro, 2005 17:27  
Anonymous Anônimo said.

não conhecia. beijos, pedrita

17 setembro, 2005 10:51  

Postar um comentário

<< Home