domingo, maio 15, 2005

O musical, sucessor da ópera?



Muito se tem especulado sobre o assunto. De uma certa maneira, os musicais que são exibidos na Broadway, são comparáveis às óperas sim.

Num mundo onde tudo evolue porque não evoluiria a ópera? Se virmos a evolução do ramo com olhos puramente técnicos, a questão não é tão simples.

A ópera evoluiu no sentido de melhorar a interpretação, a música passou a ser a parte mais importante, os recitativos e os diálogos forma reduzidos ao mínino, por vezes foram extintos. E assim por diante. É a evolução da ópera própriamente dita.

Paralelamente no primeiro quarto do século, um grupo de compositores americanos pegou "carona" nas óperas de seus contemporâneos e aproveitou-se de "fórmulas" que já haviam dado certo na ópera e ensaiaram a adaptação, ou mesmo a autoria, de roteiros que se adeqüavam ao gosto dos americanos. Assim surgiram os musicais contemporâneos.

Uma particularidade interessante do gênero, mesmo quando é remontada em outros países, pouquíssimas ou nenhumas concessões são admitidas. Assim é que os musicais que vimos e estamos vendo aqui em São Paulo, a menos da língua falada (cantada), são cópias fiéis de seus originais. Nada deve ser mudado, seja a que título for...

Assim, no nosso caso, O Fantasma da Ópera encenado aqui em São Paulo, pouco difere da montagem inglesa ou da montagem americana.

O gênero em sí fica um pouco restringido às musicas de melodia menos elaborada, embora de boa qualidade, que o público alvo exige. Um único ponto de igualdade com as óperas, se não fizer sucesso logo de início, estará sujeito ao "grande arquivo redondo" das produções descartadas.

Não é hoje, aqui, o meu objetivo falar dos musicais mas tenho motivos para abordar o tema. Minha amiga, Paloma Dawn, em seu blog THE ROAD NOT TAKEN, num artigo muito bem escrito, no último dia 09 de Maio, escreveu um parágrafo que atiçou minha curiosidade e resultou numa resposta que aqui transcrevo:

"Alguém disse, não sei onde, não imagino quando, que o homem é incapaz de sonhar com o insonhável, de imaginar o inimaginável."
P.D.

É quase isso...

Não li ainda o original de Cervantes mas, assisti ao musical "Man of La Mancha" e o trecho, que transcrevo abaixo, me deixou muito impressionado, a música, para variar, não me sai da cabeça.

Quem ousaria dizer que não é, cada um à sua maneira, o Cavaleiro da Triste Figura?

Musica: Mitch Leigh

Letra: Joe Darion

Peça: Dale Wasserman


Impossible Dream (The Quest)

ALDONZA
Why do you do these things?

DON QUIXOTE
What things?

ALDONZA
These ridiculous... the things you do!

DON QUIXOTE
I hope to add some measure of grace to the world.

ALDONZA
The world's a dung heap and we are maggots that crawl on it!

DON QUIXOTE
My Lady knows better in her heart.

ALDONZA
What's in my heart will get me halfway to hell.
And you, Señor Don Quixote-you're going to take such a beating!

DON QUIXOTE
Whether I win or lose does not matter.

ALDONZA
What does?

DON QUIXOTE
Only that I follow the quest.

ALDONZA
(spits)
That for your Quest!
(turns, marches away; stops, turns bock
and asks, awkwardly)
What does that mean... quest?

DON QUIXOTE
It is the mission of each true knight...
His duty... nay, his privilege!
To dream the impossible dream,
To fight the unbeatable foe,
To bear with unbearable sorrow
To run where the brave dare not go;
To right the unrightable wrong.

To love, pure and chaste, from afar,
To try, when your arms are too weary,
To reach the unreachable star!

This is my Quest to follow that star,
No matter how hopeless, no matter how far,
To fight for the right
Without question or pause,
To be willing to march into hell
For a heavenly cause!

And I know, if I'll only be true
To this glorious Quest,
That my heart will lie peaceful and calm
When I'm laid to my rest.

And the world will be better for this,
That one man, scorned and covered with scars,
Still strove, with his last ounce of courage,
To reach the unreachable stars!

Peter O´Toole, em filme homônino, Man of La Mancha, cantou essa música, onde contracenou com Sophia Loren, lá pelos idos de 1972. Os temas já começaram a ficar em nosso inconsciente. É por isso é que eles são bons.

Um tema leve para um lindo domingo!

Jacques

:

Blogger Dalva M. Ferreira said.

Grazzie!!

Infelizmente não assisti a muitos musicais... Vi, entretanto, El Hombre de La Mancha com a Bibi Ferreira e o Paulo Autran. Muito bonito!

16 maio, 2005 08:38  

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