quarta-feira, outubro 24, 2007

Jaime, um sujeito extraordinario


Rádio Cultura FM - Notícias da Programação
Terça-feira, 23 de outubro de 2007

OSEP ao VIVO

Crônicas Bovinas




A pesquisadora Daniella Thompson fez um grande trabalho para nos explicar como o boi subiu no telhado; um boi que tinha vários donos, e nenhum deles era político, mas compositores. A obra Le Boeuf sur le toit, ou o Boi no Telhado - que você ouvirá neste sábado dia 26 em uma transmissão do concerto da OSESP - foi escrita pelo francês Darius Milhaud. É uma peça que faz uma leitura de várias outras obras, todas elas inspiradas em generos e estilos brasileiros. A história de Le Boeuf sur le Toit é o tempo inteiro interessante e vem de uma trajetória diplomata e de uma observação sensível e cuidadosa de Darius Milhaud. Esse caminho começa no Ministério das Relações Exteriores da França, onde viria a arrumar um emprego depois de não ser aceito no exército por questões médicas. Lá, se torno u amigo de Philippe Berthelot, que mais tarde viria a ser nomeado embaixador para o Brasil. Foi nessa amizade que Milhaud acabou por vir ao Rio de Janeiro a convite do novo embaixador. Já no Brasil, a compor obras baseadas em manifestações populares e a escrever artigos para revistas, Mulhaud adotou o pseudonimo de Jacarémirim, vindo de uma de suas próprias obras: Danses de Jacarémirim, op. 256 para violino e piano. Foi esse o pseudônimo que o compositor usou em seu artigo intitulado Le Boeuf sur le Toit - Samba carnavalesco - publicado em abril de 1919 da revista Littérature. Nesse artigo Milhaud descreveu o carnaval do Rio da seguinte forma: há muito que se aprender com os ritmos movimentados dessas melodias que são repetidas a noite toda e cuja grandeza vem da mesmice. Talvez eu escreva um balé sobre o carnaval no Rio que se chamará Le Boeuf sur le Toit, nome deste samba que tocaram esta noite enquanto dançavam as negras vestidas de azul . Neste mesmo estudo de Daniella Thompson e ainda em uma análise de Manoel Aranha C orrea do Lago, a estrutura de Le Boeuf sur Le Toit apresenta semelhanças incríveis com alguns maxixes de Marcelo Tupinambá, tangos de Ernesto Nazareth e João de Souza Lima e canções de Catulo da Paixão Cearense, dentre tantas outras referencias da música que se fazia nas ruas e nos bares do Rio de Janeiro. Da comuna francesa de Aix-en-Provence, para as notas sem música de uma vida feliz.

> OSEP ao vivo
Sábado, 27 de outubro de 2007, 16h30
Domingo, 28 de outubro de 2007, 12h30
Produção: Julio de Paula


Delicatessen

Jaime, um sujeito extraordinario




Nesta próxima quinta-feira, no delicado da música da Radio Cultura FM, você poderá ouvir uma das mais belas canções de um compositor de nome hispânico, mas de alma brasileira, pura e cheia de encantos da terra. Jaime Ovalle se chamava Jayme Rojas de Aragón y Ovalle, nascido em 1894 em Bélem do Pará e morto no Rio de Janeiro em 1955. Amigo de Manuel Bandeira, dentre outras personalidades da época, como Villa-Lobos, Di Cavalcante e Sérgio Buarque de Holanda, Jaime Ovalle foi compositor, instrumentista e também poeta. As suas obras mais conhecidas são o poema sinfônico Pedro Álvares Cabral; uma Legenda para piano; uma Modinha e Azulão, essa última obra, com texto de Manuel Bandeira. Azulão é uma das melodias mais atraentes não somente em termos da musicalidade ma s também como uma referencia de uma brasilidade que era, pelo menos na primeira metade do século XX, cada vez mais difícil de ser definida. Mas sobraram os passáros desta terra, como os sabiás que não não gorjeiam como em outro lugar e os azulões, sempre companheiros. Azulão deu a notoriedade a Jaime Ovalle, reconhecimento que até o pai do modernismo duvidava: Mário de Andrade. Mário dizia que a sensibilidade de Ovalle era exagerada e isso atrapalhava em tudo; na música, dizia que não chegaria a criar coisa nenhuma de durável. Mesmo a dizer isso, Mário queria mesmo era ser o Ovalle: que sujeito bom e sobretudo que sujeito extraordinário... Se eu pudesse escolher um tipo pra eu ser eu queria ser o Ovalle. Não foi porque não precisou ser, mas foi amigo e ainda pode ouvir a melodia que, ao contrário do que pensava, inspirou Bandeira. Isso mesmo! Manuel Bandeira escreveu a letra de Azulão depois de ouvir a melodia de Jayme Rojas de Aragón y Ovalle, ou Canhoto (pela forma de tocar violão), cujo estilo foi elogiado por Sinhô e Pixingu inha, nos bares da Lapa

> Delicatessen
Quinta-feira, 25 de outubro de 2007, 13h00
Apresentação: Kika Leói
Produção: Fernanda Shidomi




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